- João escreve a revelação às sete igrejas da Ásia, representadas pelos sete candeeiros de ouro.
- A vinda de Cristo.
- Seu poder e Sua majestade.
JOÃO ESCREVE A REVELAÇÃO ÀS SETE IGREJAS DA ÁSIA, REPRESENTADAS PELOS SETE CANDEEIROS DE OURO.
1 - Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que Ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João,
A. Revelação de Jesus Cristo: Do gr. apokalupsis, "descerramento". Revelação de Jesus Cristo" pode ser considerado o título que João deu ao livro. Este título nega categoricamente a ideia de que o Apocalipse é um livro selado (cerrado) que não pode ser compreendido. Ele apresenta uma mensagem que Deus teve e tem o propósito de ajudar Seus servos na Terra a ouvir e guardar (v. 3). Eles só podem fazer isso se a compreendem.
- Revelação feita por Jesus Cristo ou sobre Ele. Tanto no grego quanto no português, é possível entender que esta expressão significa uma revelação feita por Jesus ou sobre Ele. O contexto parece sugerir que a primeira interpretação é a principal neste caso, pois se trata de uma revelação "que Deus Lhe deu para mostrar aos Seus servos". Ao mesmo tempo, o segundo sentido não deve ser ignorado, pois este livro é, antes de tudo, uma revelação sobre Jesus Cristo e Sua obra celestial após a ascensão. Nesse sentido, o Apocalipse também pode ser entendido, como uma complementação aos evangelhos. Estes registram o ministério de Jesus na Terra, já o Apocalipse revela Sua obra em todo o plano da redenção (comparar com Ap 19:10; sobre os nomes Jesus e Cristo, ver com. de Mt 1:1).
B. Que Deus Lhe deu: Desde o início do pecado, toda comunicação entre o Céu e a Terra ocorre por intermédio de Cristo.
C. Para mostrar aos Seus servos: Do gr. doúloi, “escravos”. Os primeiros cristãos usavam este título para se referir a si mesmos (Rm 1:1);
D. As coisas que em breve devem acontecer: De uma maneira ou outra, a ideia de que os vários eventos preditos no Apocalipse aconteceriam num futuro próximo é declarada sete vezes no Apocalipse. “as coisas que em breve devem acontecer” (Ap 1:1; 22:6), “o tempo está próximo” (Ap 1:3) e “venho sem demora” (Ap 3:11; 22:7, 12, 20); referências indiretas à mesma ideia ocorrem em Ap 6:11; 12:12; 17:10). A resposta pessoal de João a essas declarações do breve cumprimento do propósito divino era: "Vem, Senhor Jesus!" (Ap 22:20). A iminência do retorno de Jesus é tanto explícita quanto implícita ao longo do livro.
A segunda vinda de Cristo é o grande clímax do longo conflito entre Deus e Satanás que se iniciou quando Lúcifer desafiou o caráter e o governo de Deus. As declarações no Apocalipse e em outros livros sobre a iminência do retorno de Cristo devem ser compreendidas dentro do contexto desse grande conflito. Deus poderia ter aniquilado Lúcifer justamente quanto este, em impenitência obstinada, persistiu na rebelião. Mas a sabedoria divina adiou o extermínio do mal até que a natureza e os resultados do pecado se tornassem totalmente visíveis a todas as criaturas no universo. Em todos os diversos momentos críticos da história deste mundo, a justiça divina poderia proclamar "Está consumado!", e Cristo poderia vir para inaugurar Seu reino. Há muito tempo, Ele poderia ter colocado em execução os planos para a redenção deste mundo. No entanto, Deus ofereceu aos israelitas a oportunidade de preparar o caminho para Seu reino eterno na Terra quando eles se estabeleceram na terra prometida, e renovou essa oportunidade quando voltaram do exílio em Babilônia. Da mesma forma, Ele concedeu à igreja apostólica o privilégio de concluir a comissão evangélica. Outra oportunidade ainda foi renovada por ocasião do grande despertamento para a segunda vinda, no século 19. Em cada uma dessas ocasiões, o povo escolhido de Deus falhou ao não consumar o propósito divino e em não cumprir as condições requeridas.
Apoiado em conselhos inspirados, o movimento Adventista, depois de 1844, esperava que Cristo voltasse em breve. Quando no fim do século, Jesus ainda não havia voltado, aqueles que esperavam o advento eram lembrados, repetidas vezes, que o Senhor já poderia ter voltado.
Portanto, fica claro que, embora a segunda vinda de Cristo não se baseie em nenhuma condição, as repetidas declarações nas Escrituras de que se trata de algo iminente são condicionais. Elas dependem da reação da igreja ao desafio de terminar a obra do evangelho em sua geração. A Palavra de Deus, a qual declarou, séculos atrás, que o dia de Cristo “vem chegando” (Rm 3:12), não falhou. Jesus teria vindo bem depressa caso a igreja tivesse realizado a obra que lhe fora designada. Ela não tem razão de aguardar o Senhor sem ter cumprido sua parte nas condições.
Logo, as afirmações do anjo do Apocalipse a João, acerca da iminência da volta de Jesus, para findar o reino de pecado, devem ser compreendidas como uma expressão da vontade e propósitos divinos. Deus nunca quis adiar a consumação do plano da salvação, mas exprimiu Sua vontade de que o retorno do Senhor não tardasse muito.
Essas declarações não devem ser compreendidas como a presciência divina de que haveria uma tardança, nem com base na perspectiva histórica do que aconteceu na trajetória do mundo desde então. Deus sabia que a vinda de Cristo demoraria mais de 2 mil anos. Quando enviou a mensagem à igreja por intermédio dos apóstolos, Ele a exprimiu nos termos de Sua vontade e de Seu propósito com relação ao evento, a fim de que Seu povo tivesse a consciência de que, no que se refere à providência divina, nenhuma demora era necessária. Portanto, as sete afirmações do Apocalipse sobre a iminência do retorno de Cristo devem ser interpretadas como a vontade e o propósito de Deus, como promessas condicionais, não como declarações baseadas na presciência divina. Sem dúvida, deve-se buscar a harmonia entre as passagens que exortam prontidão para o breve retorno de Cristo e aquela profecias de tempo que revelam que o dia do Senhor.
F. Anjo: Do gr. angéllos, “mensageiro”. Muitas vezes, os anjos atuam como portadores das revelações divinas (Dn 8:16; 9:21; Lc 1:19, 26). Este é identificado como Gabriel ( ver com. de Lc 1:19).
G. Notificou: Do gr. sémainó, "indicar ou atestar por meio de um sinal", "anunciar", "revelar", "tornar conhecido ou explicar".
H. Ao seu servo João: Isto é, o apóstolo João ( com. de Mc 3:17). O Apocalipse é o único livro de João no qual se identifica pelo nome (2 Jo 1; 3 Jo 1).
2- o qual atestou a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo o que viu.
A. O qual atestou a Palavra de Deus:
- Atestou - Do gr. martureõ, “testificar” ou “testemunhar”. João se classifica como uma testemunha que testifica de tudo aquilo que Deus lhe revelara.
- Palavra - Do gr. logos, “palavra”, “declaração”, “mensagem” (ver com. de João 1:1).
- De Deus - Isto é da parte de Deus ou falada por Deus. João faz referência à "Revelação de Jesus Cristo, que Deus Lhe deu (v. 1). A “palavra de Deus”, o “testemunho de Jesus” e “tudo o que viu” se referem à mesma coisa: a “Revelação” do (v. 1).
B. Testemunho de Jesus Cristo: Esta expressão indica que o Apocalipse é uma mensagem da parte de Jesus, ou sobre Ele (v. 1). O contexto favorece a primeira opção. Mas também, é claro que o livro faz as duas coisas.
        Os v. 1 e 2 ilustram a primeira e a quarta frases, bem como a segunda e terceira, são paralelas: "Revelação de Jesus Cristo"; "que Deus lhe deu"; "a palavra de Deus"; "o testemunho de Jesus Cristo".
C. Quanto a tudo que viu: Palavras que exprimem comunicação e percepção visual ocorrem 73 vezes no Apocalipse. Percepção auditiva ocorre 38 vezes. O Apocalipse é um testemunho factual, ocular e auditivo daquilo que João viu, ouviu, enquanto estava em visão.
COMENTÁRIOS GUIA DE ESTUDO BIBLIAFACIL - APOCALIPSE
Vemos então que o livro se originou em Deus, que o deu a Jesus, este a Seu anjo, e o anjo a João, que deveria, por sua vez, escrever as visões e enviar às sete igrejas, ou seja, aos servos de Deus. Não resta dúvida de que João, o último dos apóstolos a morrer, foi o autor (Ap 1:1, 4, 9 e 11).
João, juntamente com Pedro e Tiago, foi um dos discípulos mais íntimos de Jesus. Era conhecido como o discípulo amado (João 21:20) esteve com Jesus por ocasião da transfiguração (Mt 17:1-8), acompanhou toda agonia de Jesus no Getsêmani (Mc 14:32-42), foi o único discípulo que não fugiu por ocasião da prisão de Jesus e a quem o Salvador confiou sua mãe na hora da morte (João 19:25-27). Além disso, foi quem correu até o sepulcro quando soube da ressurreição de Cristo (João 20:1-4).
A bíblia deixa claro que João possuía um temperamento forte. Era chamado filho do trovão (Mc 3:17). Queria impedir que os outros pregassem e expulsassem demônios em nome de Cristo (Mc 9:39) e queria fazer descer fogo do Céu para queimar os samaritanos (Lc 9:54). Mas esse temperamento forte começou a ser transformado pela convivência com Cristo. O discípulo aprendeu de Jesus lições de mansidão, humildade e amor que são essenciais ao crescimento na graça e condição para o serviço cristão. João entesourou cada lição e constantemente procurava levar sua vida em harmonia com o padrão divino. Tornou-se manso e meigo, obtendo assim conhecimento experimental do Salvador.
3 - Bem-aventurados (feliz) aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo.
A. Bem aventurados (feliz) aqueles que leem: Do gr. makairos, (ver com. de Mt 5:3). Alguns sugerem que pode haver aqui uma alusão a Lucas 11:28.
- Aqueles que leem - Sem dúvida, trata-se de uma referência primária àquele designado pela igreja antiga a ler os rolos sagrados em público. João visualiza a leitura pública da epístola, que ele dirige às “sete igrejas que se encontram na Ásia” (v. 4), na presença dos membros reunidos de cada congregação (cf. Cl 4:16; 1Ts 5:27). A ordem implícita de que o Apocalipse fosse lido nas igrejas da Ásia sugere que sua mensagem começava a se aplicar à igreja já nos dias de João (Ap 1: 11).
B. Aqueles que ouvem: Isto é os membros de cada igreja. A bênção que acompanhava a leitura do Apocalipse nas “sete igrejas” da província romana da Ásia alcança todos os cristãos que leem o livro com o desejo de adquirir uma compreensão mais perfeita das verdades por ele comunicadas.
C. As palavras (variante - palavra): Se refere à mensagem do livro como um todo, não às palavras individuais que transmitem a mensagem.
D. da profecia: Alguns sugerem que João reivindica aqui completa igualdade entre o Apocalipse e os livros proféticos do AT, que eram lidos nas sinagogas a cada sábado. Embora o uso bíblico da palavra "profecia" se refira a qualquer mensagem da parte de Deus, a despeito de sua natureza (ver com. de Rm 12:6), o livro do Apocalipse pode ser apropriadamente chamado de "profecia" também no sentido mais específico de predição de acontecimentos futuros.
E. E, guardam as coisas nela escritas:
- Guarda habitual ou observância das admoestações do livro como norma de vida (Mt 7: 21-24).
- Nela escritas: Literalmente, “tem sido escritas”, no sentido de “permanecem escritas”.
F. Pois o tempo está próximo:
- Tempo - Do gr. kairos, “tempo”, no sentido de tempo específico, uma época propícia, separada de antemão para um determinado evento (ver com. de Mc 1:15). O “tempo” chamado de “próximo” corresponde ao cumprimento das “coisas nela escritas”, as “coisas que em breve devem acontecer” (Ap 1:1). É a iminência desses eventos que propicia a motivação para se guardar “as palavras da profecia”. Em vista disso, o Apocalipse tem importância particular para aqueles que creem que o "tempo" da vinda de Cristo está próximo (ver nota adicional a Romanos 13).
- Próximo - As profecias do Apocalipse têm importância específica para aqueles que vivem nos últimos momentos da história. "Daniel e Apocalipse devem merecer atenção como nunca antes na história de nossa obra". As solenes mensagens que foram dadas, no Apocalipse devem ocupar o primeiro lugar na mente do povo de Deus". “O livro de Daniel (12: 4 e 9) é aberto na revelação a João”. Ao passo que Daniel faz um esboço amplo dos acontecimentos dos últimos dias, o Apocalipse traz detalhes vívidos acerca desses eventos, que aqui são chamados de “próximos”.
COMENTÁRIOS DE ELLEN G. WHITE
O Portador da revelação divina (2Pe 2:1; 1Jo 4:1). A Bíblia toda é uma revelação, pois toda revelação aos seres humanos vem por intermédio de Cristo e nEle se centraliza. Deus tem falado a nós por meio de Seu Filho, a que pertencemos pela criação e redenção. Cristo foi até João, exilado na ilha de Patmos, a fim de dar-lhe a verdade para estes últimos dias, para mostrar-lhe aquilo que em breve deve acontecer. Jesus Cristo é o grande depositário da revelação divina. É por meio dEle que temos conhecimento daquilo que devemos esperar nas cenas finais da história terrestre. Deus deu essa revelação a Cristo, e Cristo a comunicou a João. João, o discípulo amado, foi o escolhido para receber a revelação. Ele foi o último sobrevivente dos primeiros discípulos escolhidos. Sob a dispensação do Novo Testamento, foi honrado como Daniel fora honrado sob a dispensação do Antigo Testamento (Ms 129, 1905).
Apocalipse, um livro aberto.
Muitos têm a ideia de que o Apocalipse é um livro selado e não dedicam tempo e estudo a seus mistérios. Dizem que devem continuar contemplando as glórias da salvação, e que os mistérios revelados a João na ilha de Patmos são dignos de menos consideração do que aquelas.
O livro de Apocalipse abre ao mundo as coisas que já foram, as que são, e as que hão de acontecer; ele é para instrução nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado. Ele deve ser estudado com reverente temor. Temos o privilégio de conhecer o que é para nossa instrução.
O Senhor revelou a Seu servo João os mistérios do livro do Apocalipse, e é desígnio Seu que eles se abram ao estudo de todos. Nesse livro são descritas cenas que agora estão no passado e algumas de interesse eterno que estão ocorrendo em nosso tempo; outras de suas profecias só terão cumprimento completo no fim do tempo, quando acontecer o último grande conflito entre os poderes das trevas e o Príncipe do Céu (RH, 31/08/1997).
A. João (Ver com. do v. 1): O autor não sente necessidade de se identificar de maneira detalhada para o público, o que é uma evidência de que era bem conhecido das igrejas “na Ásia”. Também testifica da autenticidade da carta, pois qualquer outro autor além daquele que os cristãos da Ásia reconheceriam como “João” precisaria justificar sua autoridade e posição. A simplicidade usada pelo autor ao se identificar combina com a estratégia de anonimato usada no evangelho.
B. Às sete igrejas que se encontram na Ásia: Deste versículo até o fim do capítulo 3, o Apocalipse tem a estrutura de uma carta antiga, ou de uma série de cartas. Essa seção epistolar é uma introdução ao restante do livro, caracterizado por uma sucessão de visões dramáticas (sobre o uso do número "sete" no Apocalipse e sobre as igrejas, ver com. do v. 11).
- Ásia: Isto é, a província romana da Ásia, localizada na parte ocidental do que hoje se conhece como Ásia Menor, na república da Turquia. No período grego, esta região se desenvolveu e formou o importante reino de Pérgamo, grande centro da cultura helênica. Mais tarde, Pérgamo se transformou na província romana da Ásia. No período do NT, a Ásia continuava a ser um importante centro da cultura, greco-romana. Paulo passou vários meses nessa região (ver At 18:19-21; 19:1, 10), e o sucesso de seu trabalho é confirmado por três de suas catas enviadas a cristãos que viviam ali (Efésios, Colossenses e Filemom).
     Depois que a igreja-mãe saiu de Jerusalém, pouco antes de 70 d.C., cresceu a importância da Ásia como centro cristão. Sem dúvida, isso se deve a presença e liderança do apóstolo João. 
C. Graça e paz: Ver com. de Rm 1:7; 2Co 1:2.
D. Da parte dAquele que é, que era, que há de vir:
- Que é: Do gr. ho õn, “o ser”, expressão que parece extraída da LXX de Êx 3:14, em que é usada para traduzir o nome de divino “Eu Sou”. Assim como no hebraico, subentende a existência autogerada eterna e atemporal de Deus. Com base no contexto dos v. 4 e 5 , fica claro que esta expressão se refere a Deus Pai.
- Que era: Deus existe desde toda a eternidade (Sl 90:2).
- Que há de vir: Ou, “o que está vindo”. A série “que é”, “que era” e “que há de vir” indica que a última expressão é um substituto para o tempo futuro do verbo, equivalente a “que será”. A referência ao Pai declara Sua eternidade e afirma que o mesmo que existe hoje é desde sempre e existirá para sempre. A existência pessoal de Deus transcende o tempo, mas a eternidade temporal só pode ser expressa, em palavras humanas, utilizando-se termos temporais e finitos como os de João nesta passagem.
E. Da parte dos sete Espíritos que se acham diante do Seu trono:
- Sobre o número “sete” no Apocalipse (v. 11). Em outras passagens do livro, os sete Espíritos são retratados como sete lâmpadas de fogo (Ap 4:5) e como os sete olhos do Cordeiro (Ap 5:6). A associação dos “sete Espíritos” com o Pai e Jesus, como equivalentes doadores da graça e da paz, sugere que eles representam o Espírito Santo. É provável que “sete” seja uma expressão simbólica de Sua perfeição e também pode subentender a variedade de dons por meio dos quais ele trabalha nos seres humanos (1 Co 12: 4-11; Ap 3:1).
- Diante do Seu trono: Isto é, diante do trono “dAquele que é, que era e que há de vir”. A posição sugere prontidão para a ação imediata (At 4:2-5).
5 - e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, e, pelo Seu sangue, nos libertou dos nossos pecados,
A. Jesus Cristo: Ver com. do v. 1. Os outros membros da trindade já haviam sido mencionados no v. 4.
B. A fiel Testemunha: No grego, este título está em paralelo a “Jesus Cristo”. Cristo é a “Fiel Testemunha”, por ser o representante perfeito do caráter da mente e da vontade de Deus a toda humanidade (Jo 1:1, 14). Sua vida livre de pecado entre os seres humanos e Sua morte em sacrifício testificam da santidade e do amor do Pai (Jo 14:10 e ver com. de Jo 3:16).
C. Primogênito dos mortos e o soberano:
- Primogênito dos mortos: Do gr. prõtotokos (ver com. de Mt 1:25; Rm 8:29; Jo 1:14). Jesus não foi o primeiro a ressuscitar dos mortos em questão de tempo. Entretanto, Ele pode ser considerado o primeiro no sentido de que todos os outros a serem ressuscitados antes e depois dEle são libertos das garras da morte em virtude de Seu triunfo sobre a morte. Seu poder de entregar a própria vida e de reavê-la (Jo 10:18). O distingue de todos os outros seres humanos que saíram da sepultura, caracterizando-O como a fonte de toda a vida (Rm 14:9; 1 Co 15:12-23, ver com. de Jo 1:4, 7-9); Este título, junto com que se segue, reflete o pensamento do Salmo 89:27.
- Soberano: Ou, “governante”. Este mundo é um domínio legítimo de Cristo. Ele triunfou sobre o pecado e readquiriu a herança perdida de Adão. Por isso, é o soberano da humanidade por direito (Cl 2:15; Ap 11:15). No fim, todos O reconhecerão como soberano e reis dos reis (Ap 5:13). Contudo, sendo por ora reconhecido ou não, Cristo governa sobre as questões da Terra para o cumprimento de Seu propósito eterno (Dn 4:17). O plano da redenção, que se transformou em fato histórico por meio de Sua vida, morte e ressurreição, tem se desdobrado passo a passo rumo ao grande dia do triunfo (Ap 19:15, 16).
C. Aquele que nos ama: É verdade que o amor de Deus revelado em Jesus Cristo é hoje uma realidade, mas Ele “nos ama” hoje tanto quanto no momento em que deu o dom supremo de Seu filho.
D. E, pelo Seu sangue nos libertou dos nossos pecados: Isto é pela morte de Cristo na cruz. Foi um Sacrifício vicário (ver com. de Isaías 53:4-6).
- Libertou dos nossos pecados ou “lavou”: Existe uma semelhança entre as palavras do gr. louõ, “lavar”, e luõ, “perder”. “Perder-se” dos pecados significa ser liberto da pena e do poder do pecado (ver com. de Jo 3:16; Rm 6:16-18, 21, 22).
A. E nos constituiu reino, sacerdotes: Ver Êxodo 19:6 e Ap 5:10. Cristo fez de Sua igreja um reino e transformou seus membros em sacerdotes. Ser membro do reino equivale a ser sacerdote (comparar com “sacerdócio real”, 1 Pe 2:9). Aqueles que aceitam a salvação em Cristo formam um reino cujo rei é Cristo. A referência a essa passagem é ao reino da graça divina no coração dos seres humanos (ver com. de Mt 4:17). O sacerdote pode ser considerado aquele que apresenta sacrifícios a Deus (Hb 5:1; 8:3), e, nesse sentido, todo cristão tem o privilégio de oferecer “sacrifícios espirituais”: oração, intercessão, gratidão e glória a Deus (ver 1 Pe 2:5, 9). Uma vez que todo cristão é sacerdote, ele pode se aproximar de Deus para rogar em seu favor e em favor de outras pessoas, sem a mediação de outro ser humano. Cristo é nosso mediador (1 Tm 2:5), O grande “sumo sacerdote” e, por meio dEle, temos o privilégio de nos achegar “confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hb 4:15, 16).
B. Para o seu Deus e Pai: Isto é, Deus, a saber, Seu Pai.
C. A Ele a glória e o domínio: Ou seja, a Cristo (ver v. 5). O artigo indefinido “a” subentende toda a glória (ver com. Rm 3:23).
- Domínio: Atribuir “domínio” a Cristo significa reconhecê-Lo como o governante do universo direito. Após a ressurreição, Ele recebeu “toda autoridade[...] no céu e na terra” (ver com. de Mt 28:18). Cristo merece louvor infinito da raça humana, em gratidão por Seu triunfo sobre o pecado e a morte (ver Cl 2:15). Satanás desafiou o direito de Cristo "à glória e ao domínio", mas eles pertencem a Jesus por direito de propriedade. Com esta doxologia ou atribuição de louvor, João conclui sua saudação (AP 1:4-6).
- Pelos séculos dos séculos: Do gr. eis aiõnas tõn aiõnõn, literalmente pelas eras das "eras”, ou seja, para sempre (ver com. de Mt 13:39). João não prevê limite temporal para o direito de Cristo “[à] glória e [ao] domínio”.
- Amém!: (Ver com. de Mt 5:18).
7 - Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém!
A. Eis que vem com as nuvens e todo o olho o verá: Após o fim da saudação no verso 6, João anuncia o tema do Apocalipse. A segunda vinda de Cristo é o rumo ao qual tudo o mais avança. É significativo o fato de usar o tempo presente (“vem”) destacando a certeza do evento, possivelmente também com a sensação de sua iminência (ver com. do v. 1).
- Com as nuvens: Ver com. de Atos 1:9-11.
B. Traspassaram: Do gr. ekkenteõ, a mesma palavra que João usa no evangelho (Jo 19:37; citando Zc 12:10). Somente o quarto evangelho registra o episódio do transpasse do lado de Jesus (Jo 19:31-37). Essa semelhança entre os dois livros é uma evidência indireta de que o Apocalipse veio das mesmas mãos do autor do evangelho de João. A declaração do Apocalipse 1:7 atesta que os responsáveis pela morte de Jesus ressurgirão dos mortos para testemunhar Sua vinda (Dn 12:2). Durante Seu julgamento, Jesus advertiu os líderes judeus acerca desse evento temível (Mt 26:64).
C. Lamentarão: Literalmente, “e cortarão”, uma referência ao costume antigo de ferir ou golpear o próprio corpo em sinal de luto. No sentido figurado, como aqui, a palavra indica o lamento, não o ato físico de ferir o corpo. Neste caso, reflete o remorso dos ímpios (ver com. de Jr 8:20).
A. Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus.
- Eu Sou. Do gr. egõ eimi (ver com. de João 6:20).
- Alfa e Ômega: A primeira e última letras do alfabeto grego, mais ou menos equivalente à expressão “de A a Z”. Indica totalidade, abrangência e tem o mesmo sentido de “o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim” (Ap 22:13). Neste caso, quem fala é “o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir”, identificado no verso 4 como Deus Pai. Todavia, nos versos 11 e 18, a expressão “Alfa e Ômega” se refere claramente a Cristo, que também declarou ser “o Primeiro e o Último”. Em Apocalipse, a expressão “Alfa e Ômega” se refere a Cristo, conforme evidencia o verso 16. Pai e Filho compartilham esses atributos atemporais.
B. Aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso: Ver com. do verso 4.
- Todo-Poderoso: Do gr. pantokratõr, “governante de todos”. Este título ocorre com frequência no livro (Ap 4:8; 11:17; 15:3; 16:7, 14; 19:6, 15; 21:22). No heb. tsebaoth, “exércitos” (Os 12:5), muito usado junto a Yahweh para designar Deus no AT. Este título destaca a onipotência de Deus (1 Sm 1:11; Is 1:9; Jr 12:19; Am 9:5).
COMENTÁRIOS DE ELLEN G. WHITE
Ver com. de Ellen G. White sobre 1Co 15:22, 45.
9 - Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus, achei-me na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.
A. Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação: Parece que João não era o único a sofrer perseguição na época.
B. No reino e na perseverança, em Jesus: Isto é, o reino da graça divina (ver com. de Mt 4:17). “Através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus” (At 14:22).
- Perseverança, em Jesus: Literalmente, “permanecer debaixo”. A palavra aqui envolve o exercício de autocontrole para suportar uma situação difícil quando, por meio de um ato de fé, é possível obter alívio de pressão e perseguição. Em Jesus, os Cristãos têm forças para “permanecer debaixo” das provas (ver com. de Rm 2:7; Ap 14:12). A perseverança resulta de uma conexão vital com Ele.
C. Achei-me na ilha chamada Patmos por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus:
- Achei-me, Patmos: O termo sugere que Patmos não era o seu lar permanente, mas que as circunstâncias o levaram para lá. Pequena ilha no mar Egeu, cerca de 90 km a sudoeste de Éfeso. Rochosa e estéril
- Por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus: O texto grego não indica que João estivesse em Patmos a fim de receber e registrar as visões que lhe foram concedidas ali (v. 2). Nesta passagem, as expressões “palavra de Deus” e “Testemunho de [sobre] Jesus” se referem a seu testemunho inspirado acerca do evangelho por mais de meio século. Este fora o único propósito motivados da vida de João. Nos amargos dias de perseguição encabeçada por Domiciano, o destemido testemunho do apóstolo se transformou no motivo de seu exílio em Patmos.
Companheiros de João em Patmos.
João foi enviado à ilha de Patmos onde os seus inimigos supunham que, separado dos companheiros de fé, ele morreria pelas privações e sofrimentos. Mas, até mesmo lá, João fez amigos e conversos. Os inimigos acharam que por fim haviam colocado a fiel testemunha onde não mais pudesse perturbar a Israel ou aos ímpios governantes do mundo.
Mas todo o universo celestial viu o resultado do conflito com o idoso discípulo e sua separação dos companheiros de fé. Deus, Cristo e as hostes celestiais eram os companheiros de João na ilha de Patmos. Deles recebeu as instruções que partilhou com os que, como ele, estavam separados do mundo. Lá escreveu as visões e revelações recebidas de Deus, contando de coisas que ocorreriam no período final da história terrestre. Quando sua voz não mais pudesse testificar dAquele a quem amava e servia, as mensagens a ele dadas naquela costa desolada e rochosa irradiariam sua luz como uma lâmpada que arde (Ms 150, 1899).
Gloriosas verdades confiadas a João (1Jo 1:1-10). Com frequência, as melhores pessoas, aquelas que Deus usa para a Glória do Seu nome, não são reconhecidas pela sabedoria humana, mas nem por um momento são esquecidas por Deus. Quando João estava exilado na ilha de Patmos, muitos achavam que ele não podia fazer mais nada, que era como um caniço velho e quebrado, prestes a tombar a qualquer momento. Mas o Senhor achou por bem usá-lo naquela ilha solitária onde Seu servo estava aprisionado. O mundo, e os preconceituosos fariseus e governantes, se regozijaram porque afinal estavam livres de seu testemunho sempre novo. (1 Jo 1:1-3).
Todo este capítulo está cheio de coragem, esperança, fé e certeza. Foi por causa desse testemunho, tão assombroso para aqueles que desejavam esquecer a Cristo, e que odiavam o Redentor crucificado, a quem haviam rejeitado, que desejaram afastar aquela voz de seus ouvidos, para que as palavras dele não mais pudessem ser um testemunho contra o seu ímpio ato de crucificar o Senhor da glória. Mas não podiam colocar João em lugar algum onde seu Senhor e Salvador Jesus Cristo não pudesse encontrá-lo.
Os servos de Cristo que são verdadeiros e fiéis podem não ser reconhecidos nem honrados pelos homens, [...] mas o Senhor os honrará. Não serão esquecidos por Deus. Ele os honrará com Sua presença pelo fato de terem sido achados verdadeiros e fiéis. Os que envelheceram na causa e na obra de Deus têm uma experiência de grande valor para a igreja. Deus honra os Seus servos que envelheceram em Seu serviço. As mais gloriosas verdades concernentes aos últimos capítulos da história da Terra foram dadas ao idoso discípulo que Jesus amava (Ms 109, 1897).
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Qual foi o motivo da prisão de João? Ap 1:9
Por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.
João alcançou avançada idade e foi o último discípulo a morrer. Ele testemunhou a destruição de Jerusalém e a ruína do majestoso templo no ano 70 d. C. Os príncipes judeus odiavam João por sua fidelidade à causa de Cristo. Declararam que de nada valeriam seus esforços contra os cristãos enquanto o testemunho do discípulo soasse aos ouvidos do povo. Assim, para que os milagres e ensinos de Cristo fossem esquecidos, a voz do idoso servo de Deus teria de ser silenciada.
Como Pedro e Paulo, João foi convocado a Roma para ser julgado por sua fé. Tito Flávio Domiciano era governador de Roma. Diante das autoridades, falsas testemunhas foram apresentadas e suas doutrinas deturpadas. Então, sua morte foi ordenada. Segundo a tradição, João foi lançado dentro de um caldeirão de óleo fervente. Todavia, Deus, miraculosamente, preservou sua vida e ele não sofreu nenhum dano. Diante do milagre, o imperador decretou que fosse banido para a ilha de Patmos, que funcionava como uma prisão do império. Assim, sua influência não mais seria sentida. O exílio aconteceu em 95 ou 96, d.C.
A. Achei-me em espírito, no dia do Senhor: Esta expressão, aqui refere-se a um estado de êxtase profético. Ele se abstraiu das coisas da Terra e passou a perceber apenas as impressões que lhe foram comunicadas pelo Espírito Santo. A percepção espiritual suplantou a natural.
- No dia do Senhor: Do gr. kuriake hemera. Segundo, o contexto (Ap 1:9, 10) sugere que o termo “dia do Senhor” se refere ao momento em que João teve a visão, e não ao tema da visão. João menciona o local em que estava; o motivo que o levara até ali, “por causa da palavra de Deus” (v. 9); o motivo que o levar até ali, "por causa da palavra de Deus"; e sua condição na visão, "em espírito". Todas essas expressões estão relacionadas às circunstâncias nas quais a visão foi concedida, e é lógico deduzir que a quarta expressão também diz respeito isso, mencionando o momento específico da revelação. Essa é a interpretação da maioria dos eruditos.
As escrituras nunca fazem qualquer conexão religiosa entre o domingo e o Senhor, ao passo que afirma repetida vezes que o sétimo dia, o sábado, é o dia do Senhor. Declara-se que Deus abençoou e santificou o sétimo dia (ver Gn 2:3), que ele é um memorial do ato divino da criação (ver Êx 20:11); Deus o chamou especificamente de "Meu santo dia" (ver Is 58:13). Jesus se denominou “Senhor também do sábado” (Mc 2:28), no sentido de que, por ser Senhor dos homens, também era Senhor daquilo que fora feito para os homens, a saber, o sábado. Logo, quando a expressão “dia do Senhor” é interpretada de acordo com evidências anteriores e contemporâneas à época de João, tudo indica que o único dia ao qual ele pode se referir é ao sétimo dia, o sábado. É provável que João tenha escolhido a expressão kuriake hemera para se referir ao sábado, numa forma sutil de proclamar que, assim, como o imperador tinha dias especiais dedicados a sua honra, seu Senhor, pelo qual ele então sofria, também contava com um dia (sobre a origem da observância do domingo e sua designação como o "dia do Senhor", ver com. de Dn 7:25).
B. Grande voz, como de trombeta: Indica intensidade de voz.
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Versos 9 e 10. Os últimos anos de João (Sl 71:9; 92:14; Is 46:4).
Foi depois de João haver envelhecido no serviço do Senhor que foi exilado em Patmos. Naquela ilha solitária, ele recebeu mais comunicações do Céu do que havia recebido durante toda a sua vida anterior.
O idoso representante de Cristo foi exilado para que seu testemunho não mais pudesse ser ouvido, pois esse testemunho era um poder vivo em favor da justiça. Mas, embora separado de seus irmãos, ele foi visitado por Cristo, a quem não havia visto desde a ascensão (RH, 16/05/1899).
Verso 10. Cristo Se manifesta no sábado.
O sábado, que Deus instituíra no Éden, era tão precioso para João na solitária ilha como quando estava com seus companheiros nas cidades e povoados. Ele repetia e reivindicava para si as preciosas promessas que Cristo havia dado com respeito a esse dia. Para ele, o sábado constituía o sinal de que o Senhor era seu Deus. [...]
No dia de sábado, o Salvador ressurreto tornou Sua presença conhecida a João. (Ap 1:10-13, 17, 18).
A perseguição sofrida por João se tornou um instrumento da graça. Patmos resplandeceu com a Glória de um Salvador ressurreto. João havia visto Cristo em forma humana, com as marcas dos cravos, que sempre serão Sua glória, em Suas mãos e em Seus pés. Agora lhe foi permitido novamente contemplar seu Senhor ressurreto, revestido da máxima glória que um ser humano poderia contemplar e continuar vivo (YI, 05/04/1900).
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O REENCONTRO
Em que dia João recebeu sua primeira visão? no dia do Senhor = no dia de sábado.
A expressão “achei-me em espírito” indica o início de suas visões, quando as revelações do livro estavam começando a ser dadas. E foi num sábado, o dia do Senhor (Êxodo 20:8-11, Mc 2:27, 28), que Deus começou a revelar Seus mistérios para a última geração de cristãos.
Havia se passado cerca de 65 anos desde que João vira Jesus pela última vez. Ele tinha visto seu Mestre no Getsêmani, com a face marcada com o gotejar do sangue da agonia. Vira-O nas mãos dos soldados romanos, vestido com um manto de púrpura e coroado com uma coroa de espinhos. Vira-O suspenso na cruz do Calvário, objeto de cruel zombaria e escárnio. Agora é permitido a João contemplar uma vez mais seu Senhor. Mas quão mudada está Sua aparência! Não é mais um homem de dores, desprezado e humilhado pelos homens. João contempla o Cristo ressurreto!
- O que vês. A comunicação e a percepção visual são predominantes no Apocalipse (ver com. do v. 2). João teve visões e viu cenas panorâmicas simbólicas, as quais comunicam o tema de maneira mais completa e precisa que a linguagem humana verbal é capaz de fazer. Muitos desses símbolos representam verdades infinitas que transcendem as palavras e experiências humanas. Às vezes o apóstolo não encontra palavras para descrever o que viu, como na ocasião em que contemplou o trono de Deus (Ap 4: 3, 6). Mesmo assim, ao longo do livro, a grandeza de Deus e do universo, a intensidade do grande conflito entre Cristo e Satanás e a glória triunfante do que em qualquer outra parte das Escrituras.
- Escreve em livro: Do gr. biblion, “rolo”, o tipo mais comum de livro nos dias de João.
- Às sete igrejas: A ordem em que as igrejas são citadas, tanto aqui quanto em Apocalipse 2 e 3, representa a sequência geográfica pela qual passaria um mensageiro levando uma carta de Patmos a essas cidades da província da Ásia. As sete igrejas constituem a primeira série de sete no Apocalipse. Também há, sete Espíritos (v.4), sete candeeiros (v.12), sete estrelas (v. 16), sete lâmpadas de fogo (Ap 4:5), um livro com sete selos (Ap 5:1), os sete chifres e os sete olhos do Cordeiro (Ap 5:6), sete anjos com sete trombetas (Ap 8:2), sete trovões (Ap 10:4), um dragão com sete cabeças (Ap 13:1), sete anjos com sete taças contendo as últimas pragas (Ap 15:1, 7) e a besta escarlate com sete cabeças, que também são sete montes e sete reis (Ap 17:3, 9, 10). O uso repetido do número sete com tantos símbolos diferentes significa que ele também deve ser compreendido em sentido simbólico. Ao longo das Escrituras, o número sete, quando usado de maneira simbólica, geralmente indica plenitude ou perfeição.
Logo, ao ser aplicado às sete igrejas, também se deduz que o número tenha um propósito específico. Havia mais de sete igrejas na província da Ásia, e duas outras delas, de Colossos e de Hierápolis, também são mencionadas no NT (ver Cl 1:2; 4:13). Consequentemente, é razoável concluir que o Senhor escolheu as sete igrejas aqui mencionadas por serem típicas da condição da igreja como um todo, tanto nos tempos apostólicos quanto por toda a era cristã. O estudo da história revela que, de fato, tais mensagens se aplicam a sete períodos que abrangem toda a história da igreja.
        As mensagens às sete igrejas se aplicavam às condições em que elas se encontravam nos dias de João. Se não, elas podiam confundir e desanimar os cristãos que as leram nas igrejas da Ásia (ver com. de Ap 1:3). João se demonstraria um falso profeta se as mensagens que dirigiu às igrejas não revelassem a verdadeira situação dessas congregações e se não fossem adequadas a suas necessidades espirituais. Essas mensagens forma enviadas em uma época na qual os cristãos da Ásia sofriam grande tribulação. A firme repreensão, o consolo e as promessas gloriosas que compõem as cartas deviam ter o propósito de satisfazer as necessidades. Caso aceitassem e dessem ouvidos às mensagens, os cristãos das igrejas da Ásia estariam espiritualmente preparados para compreender o drama do grande conflito retratado no restante do Apocalipse e manteriam uma esperança constante no triunfo final de Cristo e da igreja.
Embora as mensagens às sete igrejas se aplicassem, em primeiro plano, às igrejas da Ásia da época de João, elas também seriam relevantes para a história posterior da igreja. O estudo da história revela que, de fato, tais mensagens se aplicam a sete períodos que abrangem toda a história da igreja.
Uma vez que o número sete indica plenitude, parece razoável concluir que, de certo modo, essas mensagens descrevem toda a igreja em qualquer período da história. Assim ao longo da história cristã, toda a igreja seria capaz de encontrar suas características e necessidades retratadas em uma ou mais dessas mensagens. Portanto, podemos dizer que as cartas têm aplicação universal, além da aplicação local nos dias de João e da aplicação histórica em períodos sucessivos. Por volta de 200 d.C., um escritor cristão afirmou: "João escreve as sete igrejas, contudo, fala a todas. Por exemplo, a mensagem a Laodicéia é para a igreja contemporânea, mas as mensagens às outras igrejas também contêm palavras de advertência que podem beneficiá-la.
A. Voltei-me para ver: Ou seja, ver quem "falava".
B. Candeeiros de ouro: Do gr. luchnia, “candelabro”. As lâmpadas daquela época tinham a forma de uma tigela rasa, na qual se derramava óleo e inserida um pavio. Logo, os "candeeiros" que João viu aqui deveriam ser suportes com lâmpadas em cima.
No v. 20, afirma-se que os candeeiros representam as sete igrejas e, por isso, toda a igreja (ver com. do v. 11). O fato de serem de ouro pode indicar preciosidade da igreja aos olhos de Deus. João vê Cristo andando no meio deles (v. 13-18), sugerindo Sua presença contínua com a igreja (Mt 28:20; Cl 1:18).
A referência aos sete candeeiros de ouro lembra os mesmos utensílios que ficavam no lugar santo do santuário terreno (Êx 25:31-37). Fica claro, porém, que eles diferem do candelabro com sete hastes do santuário terrestre, pois João viu que Cristo andava entre eles (Ap 1:13; 2:1). Como os “sete candeeiros” representam as igrejas, eles não devem ser considerados a contraparte celestial do candelabro de sete hastes do antigo santuário terrestre.
A. Um semelhante a filho de homem: Do gr. huios anthrõpou. O texto grego desta passagem não tem o artigo definido. Trata-se de uma tradução exata do aramaico kebar enash e parece ter o mesmo significado que tem em Daniel (ver com. de Dn 7:13). Logo, aquilo que se comentou sobre kebar enash (Dn 7:13) também se aplica a huios anthropou. Está claro que Aquele a quem o título se refere é Cristo (ver Ap 1:11, 18; Dn 7:13). A expressão “o filho do homem”, com artigo definido, é usada para Cristo mais de oitenta vezes no NT, ao passo que “Filho do homem”, sem o artigo definido, só se refere a Ele em dois outros casos do NT (Ap 14:14, uma clara alusão a Dn 7:13; e Jo 5:27, enfatiza a humanidade de Jesus).
Aplicando os mesmos princípios como no caso de kebar enash, descobre-se que aqui João contempla Cristo em visão pela primeira vez. Quem é este ser glorioso? Ele tem forma humana, não de um anjo ou de outro ser celestial, mas de homem. Está em forma humana, a despeito de Seu brilho deslumbrante.
Embora João tenha escrito o Apocalipse em grego, muitas vezes, seu modo de expressão corresponde ao aramaico, sua língua materna (o idioma dos judeus na época do NT), não ao grego. Com certeza, esse é o caso nas expressões idiomáticas e é possível que huios anthropou, literalmente "um filho de homem" seja um desses exemplos. O que significa "ser humano", "homem" (ver com. de Dn 7:13). Da mesma forma, "filhos da ressurreição" (Lc 20:36) significa simplesmente pessoas ressuscitadas e "filhos do reino" (Mt 8:12) são as pessoas prontas para o reino. De maneira semelhante, "filhos das bodas" (Mc 2:19) são convidados a um casamento; "filhos do mundo" (Lc 16:8), os que vivem para o mundo; "filhos da ira" (Ef 2:3), os que são punidos por seus atos de maldade; e "filhos de Belial" (1Rs 21:10) são pessoas sem valor.
Mesmo quando o Cristo glorificado Se manifestou a João em esplendor celestial, Ele ainda parecia um ser humano. Embora Cristo fosse preexistente, por ser a segunda pessoa da Divindade, e continue a sê-lo para sempre, Ele assumiu a humanidade por toda a eternidade vindoura. Somos consolados ao saber que o Senhor assunto e glorificado ainda é nosso irmão na humanidade, ao mesmo tempo que é Deus.
B. Vestes talares: Uma roupa longa, que simboliza dignidade.
14 - A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo;
A. Cabelos eram brancos como a alva lã: Em vão, o profeta procura por palavras para uma descrição precisa do que contempla em visão. Logo que vê a brancura do cabelo dAquele que lhe aparece, o branco da lã lhe vem à mente. Assim que escreve, pensa em algo mais branco, a neve, e acrescenta a comparação para ter um relato mais preciso. Também é possível que a descrição de Daniel 7:9 lhe tenha vindo à mente.
B. Os olhos, como chama de fogo: Enfatizando o brilho da face e a intensidade do olhar.
A. Semelhantes ao bronze polido: Do gr. chalkolibanos. Provável que fosse algum metal semelhante ao ouro, polido e radiante (sobre o bronze dos tempos bíblicos, ver com. de Êx 25:3).
B. Como que refinado numa fornalha: Ou, “tendo sido queimado”. Parecia que o bronze fora refinado numa fornalha. O pé parecia o bronze submetido ao calor intenso.
C. Como voz de muitas águas: Nos dias de João, o rugir do oceano e o ribombar do trovão estavam entre os mais altos e profundos sons conhecidos. Em sua profundidade e majestade, porém, eles ainda são insuficientes como símbolos da voz do Criador.
COMENTÁRIOS DE ELLEN G. WHITE
9-15. O plano de Deus para o futuro.
A mão da perseguição cai pesadamente sobre o apóstolo. Ele é banido para a ilha de Patmos “por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus”. E escreve: “Achei-me em espírito, no dia do Senhor.” Encheu-se de indizível alegria; pois o Céu parecia aberto diante dele. Em tons claros e distintos uma voz lhe falou, dizendo: “Eu sou o Alfa e Ômega, o Princípio e o Fim.” Virando-se, ele contemplou seu Senhor, com quem havia andado e falado na Judeia, e sobre cujo peito havia se reclinado.
Mas, oh, quão mudada estava Sua aparência! João O tinha visto vestido num velho manto escarlate e coroado de espinhos. Agora Ele está vestido com um traje de brilho celestial e cingido com um cinto de ouro. Escrevendo sobre Sua aparência, João diz: “A Sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo; os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas”. [...]
O plano de Deus para as eras futuras foi revelado a João. As glórias do Céu foram abertas ante sua visão enlevada. Ele viu o trono de Deus, e ouviu as antífonas de alegria ressoando pelos átrios celestiais. Ao lermos sua descrição do que ele contemplou em visão, ansiamos estar com os remidos na presença de Deus.
Meio século havia se passado desde que Jesus ascendera para apresentar Sua igreja diante de Deus, e para preparar mansões para Seus fiéis. Ele ainda amava Seu povo, pois foi até Seu idoso servo para revelar-lhe os planos de Deus para o futuro.
Na ilha escabrosa e desolada, João foi deixado sozinho com Deus e com sua fé. Ali, entre as rochas e penhascos, ele mantinha comunhão com seu Criador. Recapitulou sua vida passada e, ao pensar nas bênçãos que havia recebido da mão de Deus, a paz lhe encheu o coração. Ele havia vivido como um cristão, e podia dizer, em fé: “Está tudo bem com a minha alma”. (Ms 99, 1902)
A. Tinha na mão direita sete estrelas: Aqui, a mão de Deus representa Seu poder para sustentar.
- Sete estrelas: Este símbolo representa os “anjos”, ou mensageiros, enviados às sete igrejas (ver com. do v. 20).
B. E da boca saía-Lhe uma afiada espada de dois gumes: A forma do verbo no grego indica ação contínua: o poder de Cristo está constantemente em ação.
- Afiada espada de dois gumes: Do gr. rhomphaia distomos, literalmente, “espada de duas bocas”. A rhomphaia era uma grande e pesada espada de dois gumes. Esta é a palavra usada na LXX para a "espada" que Deus colocou na entrada do Éden (ver com. de Gn 3:24) e para a espada de Golias (1Sm 17:51).
João usa o símbolo várias vezes (AP 2:12, 16; 19:15, 21), mencionando que a espada sai da boca de Cristo e funciona como instrumento de punição. Ao que tudo indica, é melhor compreendê-la aqui no mesmo sentido, como um símbolo de autoridade de Cristo para julgar e, sobretudo, de Seu poder em executar o juízo. O fato de a espada ter dois gumes e ser afiada sugere caráter incisivo de Suas decisões e a eficácia de Seu julgamento.
C. Como o sol: A luz solar é a mais brilhante conhecida pelos seres humanos.
A. Quando o vi, caí a seus pés como morto: O primeiro efeito que sobrevém àqueles que recebem a visão de um ser divino revestido de glória celestial é ficar sem a força física (Ez 1:28; 3:23; Dn 8:17; 10:7-10; At 9:4; Is 1:5). Daniel teve experiência semelhante (ver com. de Dn 10:7-10). A pessoa assim honrada ficava totalmente aterrada pela sensação da própria fraqueza e indignidade. João teve diversas reações emocionais em visão (ver Ap 5:4; 17:6). Em duas ocasiões, ele se prostrou aos pés de um anjo, em adoração (ver Ap 19:10; 22:8).
B. Não temas; Eu Sou o primeiro e o último:
- Após a perda da força física, o profeta recebia força sobrenatural, normalmente por meio do toque de uma mão (Ez 2:1, 2; 3:24; Dn 8:18; 10:8-12, 19; Is 6:6, 7). Muitas vezes o visitante celestial deu ordem “Não temas!”, a fim de dissipar os temores que naturalmente transbordam no coração humano quando confrontado com um ser celestial (Jz 6:22, 23; 13:20-22; Mt 28:5; Lc 1:13, 30; 2:10).
- O primeiro e o último: Ver comp. do v. 8 - Ao que parece, a expressão usada aqui remete a Isaías 44:6.
A. Aquele que vive: Do gr. ho zõn, “o vivo”, aparentemente extraído do termo hebraico familiar ‘El chai, “Deus vivo” (Js 3:10). A forma verbal usada aqui indica vida contínua, abrangente e cheia de energia. Esta declaração é significativa ao se levar em conta que Ele esteve “morto”. “Em Cristo há vida original, não emprestada, não derivada. A vida estava nEle e a vida era a luz dos homens" (Jo 1:4).
B. Estive morto: Literalmente, “tornei-me morto”, uma referência à crucifixão. Nesta passagem, trata-se de uma indicação clara de que o que apareceu a João era Cristo.
C. Estou vivo: Do gr. zõn eimi, “Eu estou vivendo”, isto é, tenho vida contínua, vida que não termina, que se perpetua por conta própria (ver com. de João 5:26). A despeito da morte que sofreu pela raça humana, Cristo continua a ser “o vivo”, pois é Deus. “A divindade de Cristo é a certeza de vida eterna para o crente”. A palavra eimi, “Eu sou”, indica existência contínua e contrasta com egenomen, “Eu estive [literalmente, ‘tornei-me’]” morto.
D. Pelos séculos dos séculos: Ver com. do v. 6.
E. Chaves da morte e do inferno: Chaves - símbolo de poder e jurisdição (Mt 16:19; Lc 11:52). Inferno - Do gr. hades, “morada dos mortos”, “sepultura” (Mt 11:23). A ressurreição é a garantia de que os justos ressurgirão “na ressurreição, no último dia” (Jo 11:24) para a vida eterna (ver com. de Jo 11:25; Ap 1:5).
A. Escreve, pois, as coisas que viste: Escreve - repetição da ordem dada no v 11. As coisas que viste - Isto é, na visão até aquele momento (v. 10-18).
B. As que são: Alguns defendem que esta expressão descreve a situação do tempo de João, sobretudo das coisas referentes à igreja. Acreditam que, em contraste com "as coisas que viste" (a visão de Cristo, v. 10-18), "as que são, e as que hão de acontecer ", se referem a eventos históricos reais, apresentados de maneira simbólica.
        Outros entendem que a frase "as coisas que viste, e as coisas que são e as que hão de acontecer" se refere simplesmente àquilo que João contemplara em visão, ao que estava vendo e ao que ainda veria depois (v. 11).
Aqui o termo mistério é usado para se referir às “estrelas”, símbolo que não fora explicado. O símbolo é chamado de “mistério” porque a interpretação estava prestes a se tornar conhecida. Logo, no Apocalipse, “mistério” é um símbolo prestes a ser explicado para aqueles que consentem em guardar (v. 3) as coisas reveladas no livro (AP 17:7, 9) ou algo que Deus deseja lhes tornar conhecido. Os símbolos do Apocalipse também são chamados de “sinal” (Ap 12:1; 15:1).
B. Sete estrelas. Ver com. dos v. 11 e 16. Este versículo faz ponte entre os v. 12 a 19 e as mensagens dos cap. 2 e 3. Explica os símbolos dos v. 12 e 16 e prepara o caminho para as mensagens a cada uma das igrejas.
C. Anjos: Do gr. aggeloi, literalmente, “mensageiros”, quer de origem celestial, quer humana. Aggeloi é usado para designar seres humanos (Mt 11:10; Mc 1:2; Lc 7:24, 27; 9:52; 2Co 12:7).
D. Sete candeeiros. Ver com. do v. 12.
E. Sete igrejas. Ver com. do v. 4, 11.
COMENTÁRIOS DE ELLEN G. WHITE
16,20. Ver Ellen G. White sobre Ap 2:1, 1-5.
18-20. O auto existente é imutável (Jo 1:1-3).
Estas são declarações maravilhosamente solenes e significativas. Foi a Fonte de toda a misericórdia e perdão, e de toda paz e graça, Aquele que existe por Si mesmo e que é eterno e imutável, quem visitou Seu servo exilado na ilha chamada Patmos (Ms 81, 1900).
Bíblia Online (Almeida Revista e Atualizada, Bíblia - Almeida Corrigida Fiel, Bíblia - Nova Almeida Atualizada). https://www.bibliaonline.com.br/
Revista BibliaFacil Apocalipse. https://biblia.com.br/estudo-biblico-biblia-facil-sobre-apocalipse/
Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia: Filipenses a Apocalipse, Volume 07. CPB, Tatuí, SP. 2014.
https://noticias.adventistas.org/pt/coluna/diogo-cavalcanti/as-sete-igrejas-e-jesus/ > Acesso em 29 de Maio. 2021.
https://m.egwwritings.org/pt/book/12173.1678 > Acesso em 29 de Maio. 2021.
https://m.egwwritings.org/pt/book/12173.3058 > Acesso em 23/09/2022.

 
