D. Poderosa cidade: Ver com. de Ap 14:8; 17:5, 18; 18:7. No grego, a declaração da grandeza passada e do poder da Babilônia mística é enfática. O vazio de suas pretensões então é percebido, pois "poderoso é o Senhor Deus, que a julgou" (v. 8). E. Uma só hora: Ver com. de Ap 17:12;18:8. F. Juízo: Do gr. krisis, “[ato de] julgar, ou “[execução do] juízo”, em contraste com krima “[sentença do] juízo”(ver com. de Ap 17:1). Ao passo que Apocalipse 17 aborda, em primeiro lugar, a sentença contra Babilônia, o cap. 18 trata da execução desse veredito. 11 E, por causa dela, choram e pranteiam os mercadores da terra, porque ninguém mais compra a sua mercadoria,
A. Choram e pranteiam: Ver com. do v.9.
B. Mercadores: De acordo com uma interpretação, esses “mercadores” correspondem literalmente aos líderes de negócios e comércio da Terra, cujo apoio financeiro e material tanto contribuiu para a luxúria, o esplendor e o sucesso de Babilônia, a Grande (ver com. dos v. 7, 12-15). Segundo outro ponto de vista, são “mercadores” em sentido figurado, que representam os comerciantes das mercadorias espirituais de Babilônia, aqueles que venderam suas doutrinas e políticas aos reis e povos da Terra (ver com. de Ap 16:13,14; 17:2, 4; ver abaixo no com. sobre “mercadoria”). Em Apocalipse 18:23, afirma-se que estes "mercadores” são os "grandes da terra" (comparar com Is 23:2, 8,17; 47:13,15). C. Ninguém compra: Os reis e os habitantes da Terra ficam desiludidos e se recusam a ter qualquer coisa em comum com Babilônia (comparar com Is 23:14; Ez 26:15-18). D. Mercadoria: Do gr. gomos, a "carga" de um navio ou de um animal, logo, "mercadoria". De acordo com a primeira interpretação mencionada acima, ela seria formada por artigos literais de manufatura e comércio; de acordo com a segunda, ou interpretação figurada, a mercadoria corresponderia às doutrinas e políticas da Babilônia mística, chamada em outras partes de seu “vinho” (ver com. de Ap 17:2). O caráter extremamente figurado de Apocalipse 18 (ver com. do v. 9) tende a favorecer a segunda interpretação. Com a destruição de Babilônia, chega ao fim o fluxo de coisas corruptas que foram vendidas e distribuídas em nome dela, por meio das quais enganou o mundo. 12 mercadoria de ouro, de prata, de pedras preciosas, de pérolas, de linho finíssimo, de púrpura, de seda, de escarlate; e toda espécie de madeira odorífera, todo gênero de objeto de marfim, toda qualidade de móvel de madeira cara, de bronze, de ferro e de mármore.
A. Mercadoria de ouro: Não há valor exegético em tentar classificar os 28 itens de comércio listados nos v. 12 e 13, nem em extrair algum sentido oculto deles. O caráter prolixo e poético de Apocalipse 18 sugere que o propósito da lista é destacar os amplos interesses comerciais de Babilônia, se for aceita a primeira interpretação mencionada no com. do v. 11, ou, de acordo com a segunda, ressaltar a abrangência de suas doutrinas e políticas corruptas (ver com. de Ap 16:13, 14; 17:2, 4; ver lista de mercadorias em Ez 27:3-25,33). B. Madeira odorífera: Ou seja, madeira fragrante usada para fazer incenso.
13 e canela de cheiro, especiarias, incenso, perfume, mirra, vinho, azeite, boa farinha, trigo, gado e ovelhas; e de cavalos, de carruagens, de escravos e até almas humanas.
A. Especiarias, incenso: O termo "especiarias” deriva de amōmon, substância extraída de uma planta cheirosa que cresce na Índia.
B. Unguento: Do gr. muron, “mirra" (ver com. de Mt 2:11). D. Vinho: Podem-se citar evidências textuais (cf. p. xvi) para a omissão desta palavra.
E. Gado: Do gr. ktēnē, animais domesticados como bois ou bestas de carga. É provável que aqui a referência seja somente ao gado.
F. Carros: Do gr. rhedai, palavra emprestada do gaulês ou do celta, introduzida na Ásia Menor pelos gauleses que se tornaram os gálatas. Rhedai se refere, de maneira específica, a vagões de viagem com quatro rodas. O uso do termo no Apocalipse sugere que o autor havia morado na Ásia Menor e se apropriado do uso de uma palavra familiar dessa região.
G. Escravos: Literalmente, “corpos” (cf. Rm 8:11, etc.). Como item de negócio, com certeza o termo significaria “escravos”. H. E até almas humanas: Ou melhor, “isto é, seres humanos”. Na Bíblia, a palavra “alma” significa, com frequência, “ser humano” ou “pessoa”(ver com.de Sl 16:10; Mt 10:28; comparar com “cem mil pessoas" (1Cr 5:21),literalmente, “das almas de homens, cem mil"; “em troca das tuas mercadorias, davam escravos” (Ez 27:13), literalmente, "trocavam as almas de homens”). Alguns consideram que, nesta passagem, “almas humanas” $seja uma referência à natureza espiritual dos seres humanos em questão. 14 Eles dizem: "O fruto que tanto lhe apeteceu se afastou de você, e para você se extinguiu tudo o que é delicado e esplêndido, e nunca mais serão achados."
A. Fruto: Do gr. apōra, “frutos”, ou, mais especificamente, “estação de frutos maduros”, no final do verão ou início do outono. Em sentido figurado, a referência aqui pode ser à época em que a grande meretriz aguardava ansiosa o momento de desfrutar da plenitude dos frutos de sua luxúria (ver com. de Ap 17:4, 6; 18:7). B. A tua alma tanto apeteceu: Literalmente, “do desejo de tua alma”, com o sentido de “do teu desejo”. A palavra “alma” costuma ser equivalente ao pronome pessoal (ver com.de Sl 16:10; Mt 10:28; Ap 18:13). C. Delicado e esplêndido: Literalmente, "as coisas gordas e esplêndidas”, ou seja, tudo que contribuiu para sua vida de luxúria e devassidão (ver com. do v. 7).
D. Nunca jamais serão achados: O caráter definitivo do destino que sobreveio a Babilônia é repetido em palavras semelhantes seis vezes nos v. 21 a 23. Ela então desce até a "destruição” (Ap 17:8, 11), para nunca mais aparecer novamente (comparar com Jr 51:26; Ez 26:21; 27:36; 28:19). 15 Os mercadores destas coisas, que, por meio dela, se enriqueceram, ficarão de longe, com medo do seu tormento, chorando e pranteando,
A. Mercadores: Ver com. do v.11.
B. Destas coisas: Ver com. dos v. 12, 13.
C. Por meio dela, se enriqueceram: A parceria com Babilônia fora benéfica para ambas as partes (cf. Ez 27:33). D. Conservar-se-ão de longe: Ver com.do v. 10.
E. Chorando e pranteando: Ver com. do v.9.
16 dizendo: "Ai! Ai da grande cidade, que estava vestida de linho finíssimo, de púrpura e de escarlate, enfeitada com ouro, pedras preciosas e pérolas,
A. Ai! Ai: Ver com. do v.10.
B. Grande cidade: Ver com.do v.10.
D. Linho finíssimo: Comparar com Ap 19:8. 17 porque em uma só hora ficou devastada tamanha riqueza!" E todos os pilotos, e todos aqueles que viajam pelo mar, e marinheiros, e os que ganham a vida no mar ficaram de longe.
C. Tamanha riqueza: Ou, “toda esta riqueza” (ver com. dos v. 7,11-14).
D. Piloto: Do gr. kubernētēs, “timoneiro", uma referência ao oficial responsável pela navegação, quer ele mesmo controle o leme, quer não. A alusão não é ao dono do navio (cf. At 27:11). Em linguagem figurada (ver com. de Ap 18:9), João continua a desenvolver a imagem sugerida pelos mercadores e seu negócio (v.11-15). E. Todo aquele que navega livremente: Ou, "todos que navegam por um lugar", presumivelmente, para comercializar. Estas palavras podem ser consideradas um aposto de "pilotos”; assim, as duas expressões ficariam: “o capitão de todo navio, isto é, todos que navegam por um lugar". A imagem é de um capitão levando seu navio de um porto ao outro, a fim de fazer negócios.
F. Labutam no mar: Literalmente, “trabalham o mar", isto é, se sustentam da vida no mar, em contraste com aqueles que tiram seu ganha-pão do trabalho em terra firme. A expressão inclui ocupações como construção de navios, pesca, extração de tinta roxa (ver com. de Lc 16:19; comparar com Ez 26:17; 27:26-32). G. Conservaram-se de longe: Ver com.do v.10.
18 Então, vendo a fumaça do seu incêndio, gritavam: — Que cidade se compara à grande cidade?
A. Fumaceira do seu incêndio: Ver com.do v.9.
B. Gritavam: Ou, "clamavam", ou "continuavam a gritar". Houve uma verdadeira babel de vozes à medida que as pessoas mencionadas no v. 17 gritavam.
C. Que cidade: Babilônia antiga foi uma cidade única (comparar com Ez 27:32). 19 Lançaram pó sobre a cabeça e, chorando e pranteando, gritavam: "Ai! Ai da grande cidade, na qual se enriqueceram todos os que possuíam navios no mar, à custa da sua riqueza, porque em uma só hora foi devastada!
A. Lançaram pó: Sinal de extrema vergonha ou lamento, neste caso, a segunda opção (ver com. do v. 9; comparar com Ez 27:30; ver com. de Js 7:6). B. Chorando e pranteando: Ver com.do v.9.
C. Gritavam. Ver com. do v. 18.
D. Ai! Ver com.do v. 10.
E. Na qual se enriqueceram: Ver com.do v.15.
F. Todos os que possuíam navios: Ver com.do v. 17.
G. À custa da sua opulência: Literalmente, “de sua expansividade”. A extravagância de Babilônia levava riqueza àqueles que lhe vendiam as mercadorias pelas quais se interessava.
H. Uma só hora: Ver com.de Ap 17:12; 18:8. 20 Alegrem-se por causa dela, ó céus, e também vocês, santos, apóstolos e profetas, porque Deus julgou a causa de vocês contra ela."
A. Exultai: Ou, "continuem exultando". A desolação sumária de Babilônia leva vitória e alegria a todos os justos do universo. O hino da vitória sobre Babilônia é registrado celebração do livramento do povo de Deus.
B. Céus: Os habitantes do Céu são os primeiros a se alegrar com o triunfo de Cristo e Sua igreja.
C. Santos, apóstolos: Evidências textuais (cf.p.xvi) favorecem esta variante. Os "apóstolos" seriam os líderes do período do NT, ao passo que “santos” se refere aos membros da igreja de modo geral.
D. Profetas: Talvez a referência seja aos profetas de modo geral. Neste caso, porém, é mais provável que a alusão seja aos profetas da época do AT (ver com. de Ef 2:20). Julgou a vossa causa: Literalmente, “julgou seu juízo”, com o sentido de “executou sua sentença". Ela havia decretado a morte do povo de Deus (ver Ap 13:15; ver com. de Ap 17:6), mas agora sofre do mesmo destino que havia reservado para os fiéis (comparar com o destino de Hamã, em Et 7:10; sobre o meio de execução da sentença divina contra Babilônia, ver Ap 17:1, 16, 17). Este evento ocorre durante a sétima praga (Ap 16:19; cf.Ap 19:2). 21 Então um anjo forte levantou uma pedra do tamanho de uma grande pedra de moinho e lançou-a no mar, dizendo: "Assim, com ímpeto, será lançada Babilônia, a grande cidade, e nunca mais será achada.
A. Um anjo forte: Tradução literal da expressão.
B. Grande pedra de moinho: Grandes pedras de moinho como esta eram movimentadas por um animal, em contraste com as pequenas, que eram colocadas para girar à mão.
D. Com ímpeto: Literalmente, “com pressa”, “com um choque”. A palavra é usada por escritores gregos clássicos para se referir ao confronto da batalha e a uma inundação repentina. Em Atos 14:5, um termo cognato é traduzido por "tumulto". Com um arremesso tremendo, a pedra de moinho é lançada nas profundezas do mar. Logo, Babilônia afundará no esquecimento ou "destruição"(Ap 17:8) de maneira definitiva (ver com. de Ap 18:14; comparar com Jr 51:42,64; Ez 26:3,19; 27:32,34). E. Nunca jamais será achada: Ver com.do v. 14. A descrição feita por João do estado de desolação da Babilônia antiga (v. 21-23) deve ter causado profunda impressão nas pessoas de sua época uma vez que foi na época deles que a infeliz cidade finalmente se transformou em ruínas desabitadas (ver com. de Is 13:19). 22 Em você nunca mais será ouvido o som de harpistas, de músicos, de tocadores de flauta e de trombeta. Em você nunca mais se achará artífice nenhum de qualquer arte que seja, e nunca jamais se ouvirá em você o ruído de pedra de moinho.
A. Voz. Ou, "som”. Os v. 22 e 23 consistem em uma descrição vívida e figurada do estado de desolação de Babilônia (ver com.do v. 19; comparar com Is 24:8; Ez 26:13). B. Harpistas: Do gr. kithrarōdoi, músicos e cantores que tocavam a kithara, "cítara", para acompanhar suas canções, portanto, “menestréis”. A cítara era um instrumento de cordas com caixa de ressonância de madeira, muito semelhante à lira.
C. Tocadores de flautas:
D. Jamais em ti se ouvirá: A arte e o regozijo cessaram (ver com. de Ap 18:14;cf. Ez 26:13). E. Artífice: Os artesãos, mecânicos e trabalhadores qualificados foram todos embora. Cessou a manufatura.
23 Também nunca mais brilhará em você a luz de uma lamparina, e nunca mais se ouvirá em você uma voz de noivo ou de noiva, pois os seus mercadores foram os grandes da terra, porque com a sua feitiçaria você seduziu todas as nações.
A. Candeia: Literalmente, “lâmpada” (ver com. de Ap 1:12). A escuridão total da noite é um retrato vívido da ausência de vida. B. Noivo: Toda vida familiar e social chegou ao fim (cf. Jr 25:10). C. Os teus mercadores: Ver com.do v.11.
24 E nela foi encontrado sangue de profetas, de santos e de todos os que foram mortos sobre a terra."
B. Profetas: Ver com. do v.20.
C. Todos os que foram mortos: A Babilônia mística representa as religiões apóstatas desde o início dos tempos (ver com. de Ap 14:8; 17:5, 13). Todavia, os capítulos 13 a 18 abordam, de maneira mais específica, o auge da apostasia no fim dos tempos. Por isso, em um sentido mais geral, a frase “todos os que foram mortos” pode incluir os mártires de todos os tempos. Sem dúvida, a ênfase aqui recai sobre aqueles que deram a vida na batalha final do grande conflito entre o bem e o mal, e provavelmente também sobre as pessoas que Babilônia pretendia matar, mas foi impedida por intervenção divina (ver com.de Ap 17:6; cf. Is 47:6; Jr 51:47-49).