Capítulo 6

 Apocalipse 6:1-17

  • A abertura dos sete selos e seus resultados; profecias sobre a salvação e o fim do mundo.

  • O evangelho, guerra, fome e morte. Os cavalos não são pessoas, mas coisas personificadas.


1 - Vi quando o Cordeiro quebrou (abriu) o primeiro dos sete selos e ouvi um dos quatro seres viventes dizendo, como se fosse som de trovão: — Venha! (vem!)

A. Vi: Ver com. de Ap 4:1. A visão continua com o mesmo cenário apresentado nos cap. 4 e 5, mas em uma nova fase: os selos do livro (Ap 5:1-5) são abertos.

B. O Cordeiro: Ver comp. de Ap. 5:6.

C. Quebrou (abriu) um dos sete selos: A declaração a seguir esclarece a importância dos selos: "Sua decisão foi registrada no livro que João viu na mão dAquele que estava assentado no trono, no livro que ninguém podia abrir. Essa decisão lhes será apresentada em todo o seu caráter reivindicativo naquele dia em que o livro há de ser aberto pelo Leão da tribo de Judá". Esta declaração revela que, dentre outras coisas, o livro registra as ações dos judeus no julgamento de Cristo e que, no grande dia do juízo final (ver com. de Ap 20:11-15), esses inimigos de Cristo serão confrontados com o registro de seus atos ímpios. O livro também deve conter um relato de outros eventos significativos para o grande conflito ao longo das eras. João pode ter visto uma prévia de alguns desses acontecimentos. De maneira simbólica, a história do grande conflito lhe foi apresentada até chegar ao grande clímax da vindicação do caráter divino no momento do juízo final (Ap 20:11-15); ver com. de Ap 5:13). O fato de Cristo ter vencido "para abrir o livro" (Ap 5:5) significa que Ele é o conquistador no conflito e o Senhor da história.

Assim como as mensagens às sete igrejas, as cenas reveladas quando os selos são abertos podem receber tanto uma aplicação específica quanto geral (ver com. de Ap 1:11). As cenas podem ser interpretadas como episódios significativos nas etapas sucessivas da história da igreja na Terra.

D. Dos quatro seres viventes: Ver com. de Ap 4:6.


2 - Vi, então, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro tinha um arco, e foi-lhe dada uma coroa. E ele saiu vencendo e para vencer.

A. Um cavalo branco: Com frequência os símbolos dos quatro cavalos nos quatro primeiro selos (v. 2-8) têm sido comparados aos quatro cavalos da visão de Zacarias (Zc 6:2,3). Há algumas semelhanças no simbolismo empregado, mas também há diferenças, como: na ordem dos cavalos, no Apocalipse, os cavalos têm cavaleiros; em Zacarias, eles puxam carros. A aplicação dos símbolos também é diferente (ver com. de Zc 6).

Os comentaristas defendem dois pontos de vista principais a respeito da interpretação do primeiro cavalo e de seu cavaleiro. Um grupo entende que este símbolo representa a igreja da era apostólica (31-100 d.C), quando a pureza da sua fé (sugerida pela cor branca) a impulsionou a fazer uma das maiores conquistas espirituais da história cristã. É provável que nenhum século desde o primeiro da era cristã tenha testemunhado uma expansão tão ampla do reino de Deus. O arco na mão do cavaleiro simboliza conquista e a coroa (stephanos; ver com. de Ap 2:10), vitória. O evangelho foi propagado com tal rapidez que, ao escrever para os colossenses por volta de 62 d. C., Paulo afirmou que as boas novas haviam sido pregadas "a toda criatura debaixo do céu" (Cl 1:23).

Outro grupo de comentaristas acredita que os cavalos e cavaleiros não representam a igreja dessa época, mas as várias condições adversas que a igreja enfrentou e, pela graça de Deus, sobreviveu. No simbolismo bíblico, o cavalo está relacionado a guerra (Jl 2:1-5). Além disso, o equipamento do cavaleiro montado no cavalo branco revela que ele é um guerreiro. Tanto a coroa do cavaleiro quanto a cor branca do cavalo podem ser interpretadas como sinais de vitória. Assim, o primeiro cavaleiro representaria uma época em que o povo de deus viveu em um mundo caracterizado por conquistas e domínio militares, quando Roma , "vencendo e para vencer", mantinha-se na liderança do poder mundial.

De modo geral, os adventistas do sétimo dia defendem que o primeiro cavalo representa a igreja na era apostólica.

B. Um arco: Símbolo de batalha.

C. Uma coroa: Do gr. stephanos (ver com. de Ap. 2:10).

D. Vencendo e para vencer: Literalmente, "conquistando, e para que ele possa conquistar". Isto sugere vitória contínua.


3 - Quando o Cordeiro quebrou (abriu) o segundo selo, ouvi o segundo ser vivente dizendo: — Venha!

A. Segundo ser vivente: Ver com. de Ap 4:6. Sucessivamente, cada um dos seres viventes anuncia um dos quatro cavaleiros.


4 - E saiu outro cavalo, que era vermelho. E ao seu cavaleiro foi dado poder para tirar a paz da terra e fazer com que os homens matassem uns aos outros. Também lhe foi dada uma grande espada.

A. Vermelho: O simbolismo do segundo cavaleiro retrata as condições nas quais a igreja se encontrava em cerca de 100 a 313 d.C. (ver com. de Ap 2:10). As perseguições violentas que sofreu nas mãos dos césares são bem caracterizadas por um cavaleiro que carrega uma "grande espada" e tem poder para "tirar a paz da terra". Se o branco representa pureza de fé (ver com. de Ap 6:2), então o vermelho pode ser interpretado como uma corrupção da fé por meio da introdução de heresias.

    

B. Grande espada: Do gr. machaira, um facão ou espada curta usada nas lutas (comparar com o uso da palavra em Mt 10:34; Jo 18:10).


5 - Quando o Cordeiro quebrou (abriu) o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente dizendo: — Venha! Então olhei, e eis um cavalo preto e o seu cavaleiro com uma balança na mão.

A. Terceiro ser vivente: Ver com. de Ap 4:6; 6:3.

B. Um cavalo preto: Se o cavalo branco sugere vitória, e sua cor, pureza (ver com. do v. 2), pode-se pensar no cavalo preto como um indício de derrota, e sua cor, de mais corrupção da fé.

C. Uma balança na mão: Do gr zugos, “um jugo”, usado aqui para se referir à trave de uma balança. Pode-se entender que este símbolo caracteriza a condição espiritual da igreja após a legalização do cristianismo no 4º século quando a igreja e o estado se uniram. Após essa união, grande parte da preocupação da igreja se voltou para questões seculares e, em muitos casos, seguiu-se uma carência de espiritualidade.

Esta balança também pode ser interpretada como símbolo de preocupação indevida com as necessidades materiais da vida. A batalha não resulta mais em vitória, como no caso do primeiro cavaleiro (ver com. do v. 2), nem representa derramamento de sangue, como no segundo (ver com. do v. 4), mas agora tem um resultado temível: a fome.


6 - E ouvi o que parecia uma voz no meio dos quatro seres viventes dizendo: — Uma medida de trigo por um denário; três medidas de cevada por um denário; e não danifique o azeite e o vinho.

A. Uma medida: Do gr. choinix, medida mais ou menos equivalente a um litro. Este total de grãos representava a porção diária de alimento de um trabalhador.

B. Um denário: Do gr. denarios, moeda de pouco valor. O denário romano representava o salário de um dia do trabalhador comum (Mt 20:2). Logo, a porção diária de trigo por dia de trabalho mal representava alimento suficiente para um trabalhador e sua família. Menos do que isso seria fome na certa. De acordo com os preços de cereais na Sicília, citados por Cícero (Against Verres, iii, 81), os valores mencionados por João eram oito a dezesseis vezes mais altos do que o normal. No entanto, a despeito da fome, a sobrevivência é possível. Deus sempre preserva Seus filhos em momentos de necessidade.

Quando aplicadas ao período da história cristã, posterior à legalização do cristianismo, por volta de 313-538 d.C., as palavras do interlocutor anônimo podem ser interpretadas como um indicativo da preocupação geral com as coisas materiais.

C. Cevada. Este cereal era mais barato do que o trigo, conforme indicam os preços relativos (2Rs 7:18). A cevada era a comida comum dos pobres era também usada para alimentar os animais (ver com. de Jo 6:9).

D. Não danifique o azeite e o vinho. A voz que anuncia o alto preço do trigo e da cevada também ordena que o azeite e o vinho sejam destruídos inutilmente

    O azeite e o vinho eram dois líquidos comuns usados como alimento no mundo antigo. Alguns os interpretam como símbolos de fé e de amor, que deveriam ser preservados diante do materialismo que dominou a igreja após sua legalização no 4º século.


7 - Quando o Cordeiro quebrou o quarto selo, ouvi a voz do quarto ser vivente dizendo: — Venha!

A. Quarto selo: Comparar com Ap 5:1; 6:1

B. Quarto ser vivente: Ver com. de Ap 4:6; 6:3.


8 - Vi (olhei), então, e eis um cavalo amarelo. O seu cavaleiro se chamava Morte, e o inferno o estava seguindo. E lhes foi dada autoridade sobre a quarta parte da terra para matar à espada, pela fome, com a mortandade e por meio dos animais selvagens da terra.

A. Cavalo amarelo. A cor do medo e da morte. Com o cavalo amarelo, o tempo de aflição chega a um terrível clímax (ver com. dos versos 2, 4, 5).

B. Inferno. Do gr. hades, “a morada dos mortos” (ver com. de Mt 11:23). A morte e o inferno são, nesta passagem, personificados e representados, uma como condutora de um cavalo, seguida pelo outro.

C. Quarta parte da terra. Deve simbolizar uma parte significativa da terra.

D. Espada. Do gr. rhomphaia (ver com. de Ap 1:16). A série - espada, fome, morte (ou peste) e bestas - pode ser interpretada como a representação da deterioração progressiva da civilização que se segue à guerra. A devastação da espada, matando pessoas destruindo plantações, produz fome; a fome resulta em colapso na saúde, causando peste, e, quando a peste cobra seu preço, a sociedade humana enfraquece tanto que não consegue se proteger dos ataques de bestas selvagens.

    Quando aplicado a um período específico da história cristã, o quarto cavaleiro parece representar uma situação característica do período de 538 a 1517, o período de domínio de Roma papal (ver com. Ap 2:18).

E. Mortandade. A expressão “matar [...] com a mortandade” não parece fazer sentido. Mas a palavra traduzida por “mortandade”, thanatos, nesta passagem, significa “peste” (Lv 26:25; Jr 21:6; Ez 5:12).


9 - Quando o Cordeiro quebrou o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram.

A. Debaixo do altar: O altar representado na visão devia lembrar o altar de bronze do santuário hebraico, e os mártires podem ser entendidos como sacrifícios oferecidos a Deus. Assim como o sangue dos animais era derramado na base desse altar (Lv 4:7) e a “vida da carne está no sangue” (Lv 17:11), pode-se entender que a vida dos mártires se encontra debaixo do altar. A tradição judaica posterior lançou a ideia de que os mortos de Israel eram enterrados figuradamente debaixo do altar, e era como se aqueles enterrados debaixo do altar se encontrassem sob o trono de glória. Alguns argumentam que o altar deve ser simplificado como mencionado em Apocalipse 8:3.

B. Almas: Do gr. psychai; sobre este termo, (ver com. de Mt 10:28). João estava vendo representações pictóricas, cuja interpretação deve levar em conta as regras que orientam o significado dos vários símbolos (ver com. de Ez 1:10). João viu um altar em cuja base se encontravam as “almas” dos mártires. As regras de interpretação não exigem que localizemos um altar específico em determinado lugar, num momento particular da história. Assim como ocorre com os detalhes de uma parábola, nem todas as características de um símbolo profético necessariamente têm valor interpretativo. O simbolismo do quinto selo foi apresentado para encorajar aqueles que enfrentaram martírio e morte, com a certeza de que, apesar do aparente triunfo do inimigo, chegaria a hora da vindicação. Tal incentivo seria particularmente animador para os que viveram nos tempos terríveis de perseguição do fim da Idade Média, sobretudo durante a época da Reforma e depois dela (c. 1517 - 1755; ver com. do v. 12). Para eles, deve ter parecido que o longo período de opressão nunca chegaria ao fim. A mensagem do quinto selo era uma garantia de que a causa de Deus triunfaria afinal. O mesmo encorajamento virá aqueles que enfrentarem o último grande conflito.

Qualquer tentativa de identificar essas "almas" como espíritos desencarnados dos mártires mortos viola as regras de interpretação das profecias simbólicas. João não teve uma visão do Céu como ele é de fato. Lá não há cavalos nas cores branca, vermelha, preta e amarela com cavaleiros de aspecto guerreiro. Jesus não aparece na forma de um cordeiro como tendo sido morto. Os quatro seres viventes não representam criaturas aladas reais com as características animais citadas. De igual modo, não há "almas" debaixo de um altar no Céu. Toda a cena consiste em representação pictórica e simbólica, cujo objetivo é ensinar as lições espirituais destacadas acima.

C. Daqueles que tinham sido mortos: O foco da revelação muda então da descrição das condições disseminadas de destruição e morte, nas quais o povo de Deus sofria, e passa a descrever a condição dos santos em si.

D. Por causa da Palavra de Deus: Ver Apocalipse 1:2,9.

E. E, por causa do testemunho que deram: Ver Apocalipse 1:2, 9.


10 - Clamaram com voz forte, dizendo: — Até quando, ó Soberano Senhorsanto e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?

A. Clamaram com voz forte: Isto é, na representação pictórica (ver com. do v. 9). Figurativamente, ouvem-se as "almas" falando.

B. Senhor: Do gr. despotes (ver com. de Lc 2:29). A palavra correlacionada a despotes é doulos, "escravo" (ver 1Pe 2:18). Ao dar a própria vida, os mártires demonstraram ser verdadeiros "escravos de Deus" (ver Tt 1:1; com. de Ap 6:11). Ele, portanto, é o Senhor deles. A referência aqui deve ser ao Pai.

C. Santo e verdadeiro: Estas palavras são aplicadas a Cristo (ver com. de Ap 3:7).

D. Vingas: O mártires não buscam vingança para si; em vez disso, procuram vindicar o nome de Deus (ver Rm 12:19; ver com. de Ap 5:13).

E. Dos que habitam sobre a terra: Ver com. de Ap 3:10.


11 - Então a cada um deles foi dada uma veste branca, e lhes foi pedido que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como eles tinham sido.

A. Vestidura (veste) branca: Trata-se de uma palavra diferente da que ocorre em Apocalipse 3:5 e 4:4. Stole era uma veste longa, símbolo de distinção (ver com. de Mc 12:38). Em visão, João observa as "almas" sendo vestidas, de branco. A representação parece ter o propósito de mostrar que, apesar da morte infame e de ainda não terem sido vingados por Deus, os mártires já são reconhecidos como vencedores.

Nos dias de João, tal certeza era particularmente confortante para os cristãos que haviam visto seus irmãos de fé morrerem na perseguição por Nero (64 d.C.) e, então, enfrentavam o martírio durante a perseguição de Domiciano. Em todas as eras, desde esse tempo, as promessas de Deus aos santos martirizados têm animado os que estão prestes a das a própria vida em Seu nome.

B. Repousassem: A ordem é dada àqueles que, em visão profética, estavam agitados por causa da aparente demora. Na verdade, os mártires repousam desde que entregaram a vida e continuarão a descansar até a ressurreição (ver com. de Ap 14:13). Seus "conservos" levariam a luta adiante até também serem vitoriosos no martírio.

C. Por pouco tempo: O tempo não seria adiado indefinidamente (ver com. de Ap 1:1 e Ap 12:12. O grande conflito contra o mal deve chegar a um clímax glorioso. É preciso permitir que o pecado demostre plenamente seu real caráter, de modo que nunca mais a justiça de Deus seja questionada (ver com. de Ap 5:13).

D. Também se completasse o número: Isto não quer dizer que Deus decretou um número específico de pessoas que devem ser martirizadas. Seria necessário transcorrer certo tempo para que a verdadeira natureza das ações de Satanás fosse demonstrada por completo e, assim, ficasse claro que Deus é justo e glorioso.

E. Dos seus conservos: Do gr. sundouloi, "companheiros escravos" (cf com. do v. 10).


12 - Vi quando o Cordeiro quebrou o sexto selo. Houve um grande terremotoo sol se tornou negro como pano de saco feito de crina, a lua ficou toda vermelha como sangue,

A. Grande terremoto: Os acontecimentos do sexto selo revelam a desarticulação do universo físico. O profeta Joel já havia usado a imagem de um terremoto para descrever a revolução da natureza no dia do Senhor (Jl 2:10; cf Is 13:9-11; Am 8:9).

Uma vez que o terremoto é sucedido pelo escurecimento do sol e este evento pode ser datado em 1780 d.C., o terremoto tem sido identificado com o que ocorreu em Lisboa, no dia 1° de novembro de 1755, um dos mais graves e abrangentes abalos sísmicos já registrados. Sentiu-se o choque do tremor tanto na África do Sul quanto nas distantes Índias Ocidentais. A identificação com o grande terremoto de Lisboa sugere 1755 como uma data apropriada para o início dos eventos deste selo.

B. O sol se tornou negro: Com frequência, o escurecimento do sol é mencionado nas profecias do AT em conexão com as catástrofes que precederão o dia do Senhor (ver com. de Is 13:10). Jesus destacou este fenômeno em Sua profecia sobre o fim do mundo, mencionando que este seria um dos sinais que ajudaria Seus seguidores a saber que Sua vinda estaria próxima (ver com. de Mt 24:29, 33).

O cumprimento literal e espetacular da cena descrita aqui ocorreu no leste do estado de Nova York e no sul da Nova Inglaterra, em 19 de maio de 1780. O estudo cuidadoso dos relatos dos jornais da época revela que a escuridão incomum ocorreu nessas regiões por volta das dez da manhã. Durante o dia, avançou para o leste, passando pelo centro e sul da Nova Inglaterra até cobrir também certa parte do mar. Cada localidade relatou que a escuridão durou várias horas. Este fenômeno ocorreu no tempo predito "naqueles dias, após a referida tribulação" (Mc 13:24; ver com. de Mt 24:29). O escurecimento foi observado em uma região onde um reviramento notável do interesse pelas profecias de Daniel e Apocalipse estava prestes a ocorrer, e foi reconhecido pelos estudiosos dessas profecias como o cumprimento da verdade presente.

C. A lua toda vermelha, como sangue: Ver com. de Mt 24:29.


13 - as estrelas do céu caíram sobre a terra, como a figueira deixa cair os seus figos verdes quando sacudida por um vento forte,

A. As estrelas do céu caíram sobre a terra: Ver com. de Mt 24:29; cf. Is 34:4.

B. Figos verdes: Do gr. olunthoi, definido por alguns como figos verdes que caem antes de madurarem. Algumas figueiras de variedade inferior perdem todos ou quase todos os frutos antes que estes cheguem ao tamanho de uma cereja. Outros definem olunthoi como figos tardios ou de verão (ver Is 34:4).


14 - e o céu recolheu-se como um pergaminho quando se enrola. Então todos os montes e as ilhas foram movidos do seu lugar.

A. Pergaminho: Do gr. biblion (ver com. de Ap 5:1). A imagem retratada aqui é do céu se enrolando como um rolo de pergaminho. Na cosmologia antiga, o céu era considerado uma abóbada sólida sobre a Terra. Então o profeta vê o céu enrolado e a terra desprotegida diante de Deus. Isaías 34:4 apresenta o mesmo retrato. Sem dúvida, este evento corresponde ao descrito por Jesus quando disse: "os poderes dos céus serão abalados" (ver com. de Mt 24:29). Esse acontecimento ainda está no futuro e está ligado ao aparecimento de Jesus nas nuvens dos céu.

B. Todos os montes e ilhas: Essas temíveis convulsões tomam lugar entre os eventos da sétima praga (Ap 16:20).


15 - Os reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes

A. Reis da terra: Ver Ap 16:14; 17:12. A lista que se segue abrange toda a gama da vida política e social que existia no mundo romano nos dias de João. Embora o retorno de Cristo não seja mencionado aqui, o contexto deixa claro que Ele estaria prestes a aparecer.

B. Os grandes: Do gr. megistanes, "chefes", "nobres", numa possível correspondência com o latim magistrati, oficiais civis do governo romano, como Plínio, que muitas vezes ordenaram a morte dos mártires cristãos.

C. Os comandantes: Do gr. chiliarchoi, "chefes de mil". No NT, esta palavra é usada para se referir ao tribuno militar romano (Jo 18:12; At 21:31-33). Portanto, aqui a provável alusão é a oficiais militares de alta patente.

D. Os ricos: Ver com. de Tg 5:1-6.

E. Os poderosos: Comparar com 1Co 1:26.

F. Livre: Comparar com Ap 13:16; 19:18.


16 - e disseram aos montes e aos rochedos: — Caiam (caí) sobre nós e nos escondam (escondei-nos) da face dAquele que está sentado no trono e da ira do Cordeiro!

A. Caí/caiam sobre nós: Ver Os 10:8; Lc 23:30. Encarar a Deus passa a ser mais temível do que enfrentar a morte.

B. Ira: Do gr. orge (ver com. de Rm 1:18).


17 - Porque chegou o grande Dia da ira deles, e quem poderá subsistir (suster-se)?

A. Chegou o grande dia: Ver Jl 2:11, 31; ver com. de Is 13:6.

B. Quem é que pode suster-se? Comparar com Na 1:6; Ml 3:2; Lc 21:36. Com esta pergunta penetrante, a presente cena chega ao fim. Cada um dos seis selos abertos mostra uma etapa diferente do grande conflito entre Cristo e Satanás, e todas elas ajudam a demonstrar a justiça de Deus perante o universo expectante (ver com. de AP 5:13). Então se faz uma pausa na abertura dos selos, pois há uma pergunta que requer resposta. Até aqui, na descrição dos terríveis acontecimentos que precedem o segundo advento, não foi dado nenhum indício de que alguém sobreviveria a eles. Por isso é feito o dramático questionamento: "Quem é que pode suster-se?" As visões de Apocalipse 7 interrompem a sequência de selos para apresentar uma resposta.




REFERÊNCIAS:

1. Bíblia - Nova Versão Transformadora, Almeida Revista e Atualizada, Nova Almeida Atualizada e Almeida Corrigida Fiel. https://www.bibliaonline.com.br/

2. Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia: Filipenses a Apocalipse, Volume 07. CPB, Tatuí, SP. 2014.

3. Centro de Pesquisas Ellen G. White Título do Original: “Thoughts on Daniel and the Revelation” Escrito por Uriah Smith Publicado em português originalmente por: Publicadora Atlântico. 2014.