Capítulo 11

 Apocalipse 11:1-19

  • As duas testemunhas profetizam.
  • Elas têm poder para fechar o céu, a fim de que não chova.
  • A besta do abismo peleja contra elas e as mata.
  • Elas permanecem sem enterro e ressuscitam depois de três dias e meio.
  • Passa o segundo ai.
  • Soa a sétima trombeta.
1 Foi-me dado um caniço semelhante a uma vara, e também me foi dito: Levante-se e vá medir o santuário de Deus, o altar, e os que adoram no santuário.
A. Foi-me dado: A mesma linha de pensamento do cap. 10 continua no capítulo 11.
B. Um caniço: Este caniço era usado como vara de medir (comparar com Ez 40:3, 6; Zc 2:1,2).
C. Dispõe-te: João é chamado a participar da visão.
D. Mede: Com base na visão do homem com um cordel, que media Jerusalém na certeza de que a cidade seria reconstruída (ver com. de Zc 2:2), é possível considerar que a medição do templo e dos adoradores que também seja uma promessa de restauração e preservação. Entre o sexto e o sétimo selos, encontra-se entre parênteses a garantia de que, a despeito dos terrores que cercam a segunda vinda de Cristo, Deus tem um povo que prevalecerá (Ap 7; cf. com. de Ap 6:17). De maneira semelhante, este parêntese entre a sexta e a sétima trombetas também funciona como uma garantia de que, em meio aos horrores ligados ao toque das trombetas, o templo de Deus, isto é, o plano da redenção aqui retratado, e Seus verdadeiros adoradores estão seguros.
    Essa restauração e preservação do templo de Deus também parecem ter uma aplicação particular para a compreensão mais completa do significado do ministério de Cristo no santuário celestial, que se desenvolve desde 1844.
E. Santuário: Do gr. naos (ver com. de Ap 3:12; 7:15; cf. 11:19). Após o grande desapontamento de 22 de outubro de 1844, a atenção dos que esperavam o advento de Cristo se dirigiu para o santuário celestial e a obra de Cristo como sumo sacerdote. A referência não é ao templo literal em Jerusalém, que se encontrava em ruínas quando João recebeu as visões. Uma vez que os judeus perderam o status de povo escolhido de Deus (ver com. de Mt 21:43), o templo não tem mais relevância e não será restaurado como centro de adoração divinamente reconhecido (ver com. de Ez 40:1; Jo 4:21-24). Por isso, "os que [...] adoram" não são judeus literais em seu templo literal, mas aqueles que dirigem sua adoração ao templo celestial, onde Cristo ministra em favor de Seus filhos (Hb 8:1-2). No contexto dessa profecia, o processo de medição ocorre em um período específico da história da igreja.
F. Os que [...] adoram: Isto é, o verdadeiro Israel espiritual, o povo de Deus, em contraste como os "gentios" (v. 2). A medição dos adoradores sugere uma obra de juízo (Ap 11:1).

2 Mas deixe de lado o átrio exterior do santuário e não o meça, porque esse átrio foi dado aos gentios, que, por quarenta e dois meses, pisarão a cidade santa.
A. Deixa de parte: João não deveria medir ninguém além dos adoradores de Deus, aqueles que tinham o direito de entrar onde apenas israelitas podiam. Somente eles podem ser preservados dos juízos finais que caem sobre a Terra.
B. O átrio: No templo de Herodes, que João conhecera bem, havia um átrio interno dividido em átrio das mulheres, átrio de Israel e átrio dos sacerdotes. Depois dele, havia um grande átrio externo, o átrio dos gentios. Uma barreira, a "parede de separação" (Ef 2:14), dividia os átrios interno e externo. Nenhum gentio podia atravessá-la, e a pena para a transgressão era a morte. Levando-se em conta que o átrio mencionado aqui foi "dado aos gentios", parece que João tinha em mente o grande átrio exterior. Ele tem sido interpretado como uma representação desta Terra, em contraste com o "santuário de Deus" no Céu (v. 1).
C. Dado aos gentios: Assim como o átrio dos gentios no templo terrestre. Nesse caso, "gentios" representam os que não são adoradores, que não professam pertencer ao Israel de Deus.
D. Por quarenta e dois meses: Este período é idêntico a "um tempo, dois tempos e a metade de um tempo" (ver com. de Dn 7:25), ou seja, por um período de 1.260 anos.
E. Calcarão aos pés: Esta visão é paralela à descrição de Daniel acerca do quarto animal que pisa aos pés as coisas santas (ver com. de Dn 7:7, 8, 23, 25). Uma vez que as atividades deste animal eram dirigidas contra "os santos do Altíssimo" (Dn 7:25), a "cidade santa" aqui deve representar o povo de Deus.
F. A cidade santa: Isto é, Jerusalém (Dn 9:24; cf. Lc 21:20). A entrega do átrio exterior aos gentios envolve a opressão da cidade santa, isto é, dos santos.

3 Darei autoridade às minhas duas testemunhas para que profetizem durante mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco.
A. Darei: Isto é, "farei as duas testemunhas profetizarem".
B. Minhas duas testemunhas: Já foram propostas várias interpretações para este símbolo. Com base no v. 5 e 6, alguns identificam estas testemunhas como Moisés e Elias (ver com. do v. 5 e 6), mas o símbolo das "duas testemunhas" vai além disso. No v. 4, elas são chamadas de "duas oliveiras" e "dois candeeiros" (símbolos extraídos de Zc 4:1-6, 11-14). Afirma-se que elas representam "os dois ungidos, que assistem junto ao Senhor de toda a terra" (Zc 4:14). Assim como os galhos das oliveiras são retratados fornecendo azeite para as lâmpadas do santuário (v. 12), a partir desses santos diante do trono de Deus, o Espírito é transmitido aos seres humanos (ver com. de Zc 4:6, 14). Uma vez que a concessão mais completa do Espírito Santo aos humanos está descrita nas Escrituras do AT e do NT, eles podem ser considerados as duas testemunhas (João 5:39). A respeito da Palavra de Deus, o salmista declara: "Lâmpada para os meus pés é a Tua palavra e, luz para os meus caminhos"; e "A revelação das Tuas palavras esclarece" (Sl 119:105, 130; cf. Pv 6:23).
C. Que profetizem: A despeito do domínio do mal durante o período de 1.260 dias-anos (ver com do v. 2), o Espírito de Deus, em sua manifestação por meio das Escrituras, daria Seu testemunho a todos os que cressem.
D. Mil duzentos e sessenta dias: Período idêntico aos "quarenta e dois meses" (ver com. do v. 2).
E. Vestidas de pano de saco: Vestir de pano de saco era sinal comum de luto (2Sm 3:31) e penitência (Jn 3:6, 8). Por isso, as Escrituras são caracterizadas em atitude de lamento numa época em que as tradições humanas se encontravam em ascensão (ver com. de Dn 7:25).

4 São estas as duas oliveiras e os dois candelabros que estão em pé diante do Senhor da terra.
A. As duas oliveiras: Ver com. do v. 3.
B. Os dois candeeiros: Ou, "os dois candelabros" (ver com. de Ap 1:12; 11:3).
C. Em pé diante do Senhor: Ver com. de Zc 4:14; Ap 11:3.

5 Se alguém pretende causar-lhes dano, da boca dessas testemunhas sai fogo e devora os inimigos; sim, se alguém pretender causar-lhes dano, certamente deve morrer.
A. Pretende causar-lhes dano: Isto é, prejudicar.
B. Sai fogo: Isto lembra o juízo de Elias sobre os mensageiros de Acazias (2Rs 1:10-12). Por fim, os que resistiram ao testemunho do Espírito Santo serão destruídos no lago de fogo (ver Ap 20:15).
C. Boca: Sem dúvida, a forma singular é usada de maneira coletiva, para se referir a "bocas". Isso é comum no grego, por exemplo, com "coração" (Mt 15:8; Mc 6:52).

6 Elas têm autoridade para fechar o céu, para que não chova durante os dias em que profetizarem. Têm autoridade também sobre as águas, para transformá-las em sangue, bem como para ferir a terra com todo tipo de flagelos, tantas vezes quantas quiserem.
A. Autoridade: Do gr. exousia. O termo ocorre duas vezes neste versículo.
B. Fechar o céu: Assim como no v. 5, esta parece uma alusão de Elias, que predisse que não haveria chuva em Israel " nestes anos, segundo a minha palavra" (1Rs 17:1), ou, como relatou Lucas, "por três anos e seis meses" (Lc 4:25; cf. Tg 5:17).
C. Águas [...] em sangue: Até aqui, as alusões referentes às testemunhas lembram a experiência de Elias. Esta parece apontar para Moisés e a primeira praga do Egito (Êx 7:19-21).
D. Todo tipo "sorte" de flagelos: As duas testemunhas tinham autoridade para invocar sobre seus inimigos não só a mesma praga que caíra primeiro no Egito, como também qualquer um dos flagelos.

7 Quando tiverem, então, concluído o testemunho que devem dar, a besta que surge do abismo fará guerra contra elas; a besta vencerá e matará as testemunhas.
A. Quando tiverem, então, concluído: Isto é, no fim dos 1.260 dias-anos (ver Ap 11:3; ver com. de Dn 7:25).
B. A besta: Do gr. to therion, "a besta selvagem". Até aqui João não havia mencionado nenhuma "besta" (therion). No entanto, a expressão "a besta" sugere que o leitor já entenderia que besta era aquela. Duas explicações para este símbolo foram propostas.
    Alguns comentaristas defendem que a expressão "a besta" envolve alguma identificação anterior. Uma vez que ela é encontrada no Apocalipse, pode ser identificada em Daniel, em que a besta por excelência é o quarto animal (Dn 7). Além disso, observam que aquela besta saiu do mar e esta "surge do abismo [abusos]", que o AT associa ao mar (ver com. de Ap 9:1). De acordo com esse ponto de vista, o poder simbolizado pelo quarto animal de Daniel, sobretudo em sua fase tardia, seria o poder responsável por matar as duas testemunhas.
    Outros identificam esta besta com o poder que tentaria destruir as Escrituras (as duas testemunhas), no final do período de 1.260 anos, em 1.798 d.C. (ver com. de Dn 7:25). Como o ateísmo era muito popular na França, nessa época, e o espírito antirreligioso militava naturalmente contra a crença e o uso das Escrituras, a primeira república francesa tem sido identificada como a besta desta passagem. Os adventistas do sétimo dia concordam, de modo geral, com esta segunda perspectiva.
C. Abismo: Do gr. abusos (ver com. de Ap 9:1). No que se refere à França, o fato de a besta surgir do abismo é compreendido como um indicativo de que a nação não tinha fundamentos: era um poder ateu. Uma nova forma de poder satânico se manifestou.
D. A besta vencerá e matará as testemunhas: Isto é, tentará destruir a Palavra de Deus. A França decretou guerra à religião (ver com. do v. 9).

8 E os seus cadáveres ficarão estirados na praça da grande cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado.
A. Cadáver: As evidências textuais se dividem entre esta e a variante "cadáveres". Todavia, o singular pode ser usado com sentido coletivo, como ocorre com a palavra "boca", no v. 5.
B. Ficará "ficarão" estirados: Deixar um cadáver sem enterro sempre foi considerado um ato indigno (Sl 79:2-3; ver com. de Ap 11:9).
C. Na praça da grande cidade: Afirma-se que esta cidade é aquela "onde também o seu Senhor foi crucificado", identificando-a como Jerusalém, a "cidade santa" do v. 2. Todavia, muitos comentaristas entendem a expressão "onde também o seu Senhor foi crucificado" com sentido figurado, assim como os nomes Sodoma e Egito. Por isso, identificam a "grande cidade" com a França, que ao fim do período de 1.260 anos, manifestava as características simbolizadas por estas expressões. Em geral, os adventistas do sétimo dia defendem este segundo ponto de vista.
D. Espiritualmente: Do gr. pneumatikos, isto é não literalmente, mas por meio de uma figura de linguagem (Is 1:10).
E. Sodoma: Este nome é símbolo de degradação moral (Ez 16:46-55). Esta era a condição da França durante a revolução.
F. Egito: Este país era conhecido por negar a existência do Deus verdadeiro e por desafiar os mandamentos de Deus. Faraó disse: "Quem é o Senhor para que Lhe ouça eu a voz [...]? Não conheço o Senhor" (Êx 5:2). Tais atitudes eram características dos líderes da Revolução Francesa.
G. Crucificado: Isto é, na pessoa de Seus seguidores, uma vez que muitos deles pereceram em perseguições na França.

9 Então, muitos dentre os povos, tribos, línguas e nações contemplarão os cadáveres das duas testemunhas, por três dias e meio, e não permitirão que esses cadáveres sejam sepultados.
A. Povos, tribos, línguas e nações: Outras nações observariam a guerra à Bíblia, na França.
B. Três dias e meio: Em harmonia com o princípio de interpretação profética de que um dia simboliza um ano, "três dias e meio" seriam equivalentes a três anos e meio. Os adventistas do sétimo dia consideram, de modo geral, que a besta do v. 7 representa a primeira república francesa (1792-1804), sobretudo em seu preconceito antirreligioso. Por isso, identificam o cumprimento desta profecia durante o breve período na história revolucionária da França em que o ateísmo chegou no auge. Pode-se considerar que ele começou em 10 de novembro de 1793, quando um decreto promulgado em Paris aboliu a religião, e terminou em 17 de julho de 1797, ocasião em que o governo francês revogou as restrições à prática religiosa.
    Assim como outros elementos do Apocalipse, a questão dos "três dias e meio" tem sido objeto de controvérsias entre os comentaristas. Isso acontece não só por causa de determinados problemas no simbolismo em si, mas também pela dificuldade de se definirem datas precisas na história do frenético período da Revolução Francesa. Felizmente, porém, a identificação exata deste período não é essencial para a compreensão geral dos grandes períodos de tempo profético da Bíblia, nem para o entendimento do principal tema da profecia do qual ele faz parte.

10 Os que habitam sobre a terra se alegrarão por causa da morte dessas duas testemunhas, realizarão festas e enviarão presentes uns aos outros, porque esses dois profetas atormentaram os que moram sobre a terra.
A. Habitam sobre a terra: Ver com. de Ap 3:10.
B. Alegram: Do gr. euphrainō, "regozijar-se", “alegrar-se". Euphrainō é traduzido por “regala-te” (Lc 12:19). Aliviados então do tormento, isto é, da mensagem condenadora das duas testemunhas, os ímpios acalmam a consciência, entregando-se às diversões.
C. Enviarão presentes: Um sinal de regozijo (ver Et 9:22).
D. Atormentaram: Por meio do poder condenador de suas profecias (ver v. 3). Poucas torturas são piores do que uma consciência culpada. Quando a verdade e a justiça são constantemente postas diante do pecador obstinado, tais atributos costumam ser intoleráveis para ele.

11 Mas, depois dos três dias e meio, entrou neles um espírito de vida vindo da parte de Deus, e eles se ergueram sobre os pés, e aqueles que os viram ficaram com muito medo.
A. Depois dos três dias e meio: Isto é, ao fim do período em que os cadáveres das testemunhas ficariam expostos ao público (ver com. do v. 9).
B. Espírito de vida: Ou seja, um espírito que é vida. A expressão grega usada aqui é empregada na LXX para traduzir o heb. ruach chayyim,“fôlego de vida” (Gn 6:17;7:15).Para os hebreus, fôlego e vida eram praticamente a mesma coisa. Por isso, dizer que o fôlego de vida entrou no homem era afirmar que ele tinha recebido vida (ver Gn 2:7).
C. Da parte de Deus: Deus, o doador de toda vida, levanta Suas testemunhas fiéis.
D. Eles se ergueram sobre os pés: Comparar com 2Rs 13:21; Ez 37:10.
E. Sobreveio grande medo: A consciência culpada, que havia atormentado os ímpios durante o período em que as duas testemunhas profetizavam (ver com.do v. 10),mais uma vez se impõe. Aqueles que haviam se alegrado com a morte das testemunhas ficam então perplexos ao contemplar o milagre de ressurreição.

12 E as duas testemunhas ouviram uma voz forte vinda do céu, dizendo-lhes: — Subam para cá. E subiram ao céu numa nuvem, e os seus inimigos as contemplaram.
A. Voz vinda do céu: O enunciador não é identificado, mas se presume que seja Deus.
B. Subi para aqui: As testemunhas, além de ressuscitadas por Deus, são chamadas a entrar no Céu. Logo, enquanto “os seus inimigos” as contemplam, elas são completamente vindicadas dos ultrajes que sofreram, e é demonstrada a todos a veracidade da profecia que proclamaram fielmente por 1.260 anos. O próprio Deus as recebe no Céu, perante os olhos dos que tentaram destruí-las.
    Essa exaltação das testemunhas é interpretada como símbolo da popularidade notável que as Escrituras passaram a desfrutar desde o início do século 19. Pouco depois da Revolução Francesa, várias sociedades bíblicas nacionais foram criadas. Dentre elas, têm destaque a Sociedade Bíblica Britânica e de Terras Estrangeiras, fundada em 1804, e a Sociedade Bíblica Norte-Americana, organizada em 1816. Estas sociedades, além de outras, colocaram as Escrituras em circulação em milhares de línguas em todo o mundo. Portanto, ao longo dos últimos séculos, a Bíblia, em vez de ser relegada ao esquecimento em seu papel de guia espiritual, passou a ter a mais ampla circulação.
C. Subiram ao céu numa nuvem: Quando Jesus Se despediu dos discípulos, uma nuvem “O encobriu dos seus olhos" (At 1:9). De igual modo, as duas testemunhas são levadas ao Céu em uma nuvem. A imagem caracteriza de maneira adequada a exaltação das Escrituras no período posterior a sua supressão na França (ver com. de Ap 11:9; cf. Dn 4:22).

13 Naquela hora, houve grande terremoto, e ruiu a décima parte da cidade. Nesse terremoto, morreram sete mil pessoas. As outras pessoas ficaram aterrorizadas e deram glória ao Deus do céu.
A. Naquela hora: Isto é, quase que de imediato após a ascensão das testemunhas.
B. Grande terremoto: O símbolo de um terremoto é usado várias vezes nas Escrituras para retratar o tumulto e o caos que envolverão o mundo pouco antes do segundo advento (ver Mc 13:8; Ap 16:18).Aplicando a profecia à Franca, os comentaristas veem no terremoto um retrato da revolta que abalou a nação no final do século 18.
C. Décima parte da cidade: Este não é o terremoto final, pois somente uma fração da cidade (ver com. dos v.2,8) caiu na época (cf. Ap 16:18). O terremoto significa um juízo temporário que assusta alguns dos que se gloriaram na morte das testemunhas e os torna submissos. Alguns aplicam a expressão “a décima parte da cidade ”a toda a nação francesa, uma vez que a França é um dos "dez reis" que surgiram do império romano caído (Dn 7:24). Outros identificam a cidade como Roma papal, e a França, como uma de suas dez divisões.
D. Sete mil pessoas: Comparativamente, a menção é a um número pequeno de pessoas, mas é o suficiente para levar os sobreviventes a reconhecer a soberania de Deus, cujo testemunho eles haviam desprezado.
E. Pessoas: Do gr. onomata anthrōpon, literalmente, “nomes de homens". Alguns interpretam a palavra onomata, “nomes", no sentido de “pessoas” (ver com. de At 3:16). Outros aplicam o termo a títulos, ofícios ou ordens extintos durante a Revolução Francesa.
F. Deram glória ao Deus do céu: Este título ocorre com frequência em Daniel (ver Dn 2:18,19,37, 44;cf. Ed 5:11,12;6:9;7:12).

14 Passou o segundo ai. Eis que, sem demora, vem o terceiro ai.
A. Passou o segundo ai: Isto é, os juízos da sexta trombeta, que terminaram em 1840 (ver Ap 8:13; cf. 9:12.
B. Vem o terceiro ai: Os acontecimentos ligados à sétima trombeta (v. 15-19).

15 O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu vozes fortes, dizendo: "O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e Ele reinará para todo o sempre."
A. O sétimo anjo tocou a trombeta: Isto marca o início do terceiro ai (ver com. do v.14)e o fim do parêntese entre a sexta e a sétima trombetas (Ap 10:1-11:14; ver com.de Ap 11:1). Os adventistas do sétimo dia datam seu início em 1844 (ver com. do v. 19).
B. Grandes "fortes" vozes: Podem ser as vozes das hostes celestiais (cf. Ap 5:11, 12).De maneira semelhante, na sétima praga, ouve-se uma grande voz do templo no Céu (Ap 16:17).
C. Reino: Evidencias textuais(cf.p.xvi) atestam esta variante. Cristo recebe o reino pouco antes de Seu retorno a esta Terra (ver com. de Dn 7:14). Na época de Sua vinda, toda oposição terrena será eliminada (ver com. de Ap 17:14).
D. Seu Cristo: Isto é, Seu Ungido (ver Sl 2:2). As hostes celestiais, que não receberam a salvação por meio da cruz de Cristo, referem-se a Ele como “Seu Cristo”, ou seja, o Cristo de Deus, provavelmente porque o título “Cristo” se refere, de maneira específica, à segunda pessoa da Divindade em Sua função de Ungido para a obra da redenção.
D. Ele reinará pelos séculos dos séculos "para todo o sempre": Ver Dn 2:44; 7:14,27;Lc 1:33.

16 E os vinte e quatro anciãos que estavam sentados no seu trono, diante de Deus, prostraram-se sobre o seu rosto e adoraram a Deus.
A. Os vinte e quatro anciãos: Ver com.do v.4.
B. Prostraram-se sobre o seu rosto: Comparar com Ap 4:10.

17 dizendo: "Graças te damos, Senhor Deus, Todo-Poderoso, que és e que eras, porque assumiste o teu grande poder e passaste a reinar.
A. Senhor Deus, Todo - Poderoso: Ver com. de Ap 1:8. Este é um título apropriado para Deus como vencedor.
B. Que és: Ver com. de Ap 1:4.
C. E que eras: Ver com. de Ap 1:4.
D. E que hás de vir (ARC): Evidências textuais (cf. p. xvi) apoiam a omissão destas palavras. Elas provavelmente são omitidas da fórmula completa (Ap 1:4) porque aqui o foco do louvor dos anciãos está nos atos de Deus no passado e no presente, em vez de no futuro.
    Assumiste [...] passaste a reinar. Os tempos verbais do grego seriam mais bem traduzidos por “havias assumido [..] reinaste". O reino triunfante começa com Deus afirmando Sua onipotência. O Senhor sempre foi todo-poderoso, e o reino do pecado só existe por causa de Sua tolerância, a fim de que a verdadeira natureza do mal seja revelada ao universo criado. Quando esse propósito se cumprir, Ele assumirá Seu "grande poder" e voltará a reinar com supremacia (ver ICo 15:24-28).

18 Na verdade, as nações se enfureceram; chegou, porém, a tua ira, e o tempo determinado para serem julgados os mortos, para se dar o galardão aos Teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem o teu nome, tanto aos pequenos como aos grandes, e para destruíres os que destroem a terra."
A. As nações se enfureceram: Comparar com SI 2:1. Esta será a condição das nações antes da vinda de Cristo. Elas vão se aliar para fazer oposição à obra e ao povo de Cristo (ver com. de Ap 13:12; 14:8).
B. A Tua ira: A ira de Deus será derramada nas sete últimas pragas (Ap 15:1). A obra de oposição a Cristo será interrompida por essas pragas.
C. E o tempo determinado para serem julgados os mortos: Do gr. kairos, tempo específico com um propósito definido (ver com. de Ap 1:3).Este é um período de julgamento, tanto de recompensa quanto de destruição.
D. Para serem julgados: A menção tanto à recompensa quanto à destruição revela que João se refere ao juízo final, que ocorrerá após o milênio (Ap 20:12-15).
E. Dar o galardão aos Teus servos: Ver Mt 5:12; 6:1; 1Co 3:8; Ap 22:12. Uma vez que os eventos alistados são sequenciais, a recompensa aqui mencionada é a herança da nova Terra no final do milênio.
F. Profetas: Os servos especiais de Deus, Seus porta-vozes. Este grupo suporta pesadas responsabilidades e sofre seriamente pelo Senhor.
G. Santos: Os membros do corpo de Cristo, caracterizados pela pureza de vida.
H. Aos que temem: Do gr.hoi phobou-menoi, termo usado para os que não eram totalmente prosélitos do judaísmo, mas que, mesmo assim, adoravam ao Deus verdadeiro (ver com. de At 10:2). Caso haja a intenção de expressar o mesmo sentido geral aqui, esta terceira classe a receber a recompensa no juízo pode ser interpretada como sendo aqueles que não conheceram completamente a Cristo e Seus caminhos, mas viveram segundo a plenitude da luz que receberam. Por haverem temido o nome de Deus, conforme lhes foi revelado, também alcançarão a recompensa. Em contrapartida, a expressão hoi phoboumenoi pode simplesmente ser um aposto referente ao termo traduzido por "santos". Nesse caso, o sentido da passagem seria “aos santos, aqueles que temem o Teu nome".
I. Tanto aos pequenos quanto aos grandes: A posição no mundo não tem valor no juízo final.
J. Destruíres os que destroem: O destino dos ímpios, que destroem a Terra, tanto na esfera física quanto espiritual, é adequado. Eles próprios são destruídos.

19 Abriu-se, então, o santuário de Deus, que se acha no céu, e foi vista a arca da Sua aliança no seu santuário, e sobrevieram relâmpagos, vozes, trovões, terremoto e forte chuva de granizo.
A. O santuário de Deus: Abre-se perante João uma visão do santuário celestial, e a “arca da aliança” assume o foco. No santuário típico, que era uma “cópia do verdadeiro” no Céu (Hb 9:24,NTLH), a arca ficava dentro do santíssimo, que era o centro do serviço no Dia da Expiação: um tipo do dia do juízo. Foi em conexão com o início da sétima trombeta que João viu o templo no Céu e, particularmente, a “arca da Aliança”. Isso indica que havia começado a segunda e última parte do ministério celestial de Cristo, uma resposta ao Dia típico da Expiação. Outros textos bíblicos revelam que essa fase final da obra começou em 1844 (ver com. de Dn 8:14). Por isso, os adventistas do sétimo dia consideram que o início da sétima trombeta aconteceu nesse ano.
B. Arca da Sua Aliança no Seu santuário: No santuário típico, a arca preservava os dez mandamentos, a imutável lei moral de Deus para os seres criados de todas as eras. Nos tempos judaicos, ninguém que cria em Deus conseguia pensar na arca sem se lembrar, de imediato, dos dez mandamentos. Esta visão da arca é um forte argumento de que, durante o tempo do fim, a grande lei moral de Deus ocupa um lugar central no pensamento e na vida de todos que servem ao Senhor em espírito e em verdade (ver com. de Ap 12:17;14:12).
C. Relâmpagos, vozes, trovões, terremoto e grande saraivada "chuva de granizo): Como durante a sétima praga (Ap 16:18, 21; ver com.de Ap 11:13).

da Alianca.No santuário típico,a arca preservava os dez mandamentos, a imu-tável lei moral de Deus para os seres criados de todas as eras. Nos tempos judaicos, nin-guém que cria em Deus conseguia pensar na arca sem se lembrar, de imediato, dos dez mandamentos. Esta visão da arca é um forte argumento de que, durante o tempo do fim, a grande lei moral de Deus ocupa um lugar central no pensamento e na vida de todos que servem ao Senhor em espírito e em verdade (ver com. de Ap 12:17;14:12;cf.GC,43).

Relâmpagos, vozes, trovões, terre-moto e grande saraivada. Como durante a sétima praga (Ap 16:18, 21; ver com.de Ap 11:13).

Dn 8:14).Por isso, os adventistas do sétimo dia consideram que o início da sétima trom-beta aconteceu nesse ano.

Arca da Alianca.No santuário típico,a arca preservava os dez mandamentos, a imu-tável lei moral de Deus para os seres criados de todas as eras. Nos tempos judaicos, nin-guém que cria em Deus conseguia pensar na arca sem se lembrar, de imediato, dos dez mandamentos. Esta visão da arca é um forte argumento de que, durante o tempo do fim, a grande lei moral de Deus ocupa um lugar central no pensamento e na vida de todos que servem ao Senhor em espírito e em verdade (ver com. de Ap 12:17;14:12;cf.GC,43).

Relâmpagos, vozes, trovões, terre-moto e grande saraivada. Como durante a sétima praga (Ap 16:18, 21; ver com.de Ap 11:13).

Dn 8:14).Por isso, os adventistas do sétimo dia consideram que o início da sétima trom-beta aconteceu nesse ano.

Arca da Alianca.No santuário típico,a arca preservava os dez mandamentos, a imu-tável lei moral de Deus para os seres criados de todas as eras. Nos tempos judaicos, nin-guém que cria em Deus conseguia pensar na arca sem se lembrar, de imediato, dos dez mandamentos. Esta visão da arca é um forte argumento de que, durante o tempo do fim, a grande lei moral de Deus ocupa um lugar central no pensamento e na vida de todos que servem ao Senhor em espírito e em verdade (ver com. de Ap 12:17;14:12;cf.GC,43).

Relâmpagos, vozes, trovões, terre-moto e grande saraivada. Como durante a sétima praga (Ap 16:18, 21; ver com.de Ap 11:13).


REFERÊNCIAS
Bíblia Online (Almeida Revista e Atualizada, Bíblia - Almeida Corrigida Fiel, Bíblia - Nova Almeida Atualizada). https://www.bibliaonline.com.br/
Revista BibliaFacil Apocalipse. https://biblia.com.br/estudo-biblico-biblia-facil-sobre-apocalipse/
Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia: Filipenses a Apocalipse, Volume 07. CPB, Tatuí, SP. 2014.