- Deus é louvado no Céu por julgar a grande meretriz e vingar o sangue dos santos.
- As bodas do Cordeiro.
- O anjo não aceita ser adorado.
- As aves são chamadas para a grande matança.
1 Depois destas coisas, ouvi no céu o que parecia ser a voz forte de uma grande multidão, dizendo: "Aleluia! A salvação, a glória e o poder são do nosso Deus,
A. Depois destas coisas: Isto é, depois de testemunhar as cenas de Apocalipse 17 e 18 (ver com. de Ap 18:1). As cenas do cap. 19 foram apresentadas a João em seguida, sem interrupção. O v. 2 deixa claro que este cântico é entoado depois da execução do julgamento sobre a “grande meretriz”, evento que ocorre durante a sétima praga (ver com. de Ap 16:19;17:1) e, portanto, depois da cena relatada em Apocalipse 17:16, 17;18:4-23. Este cântico de louvor a Deus é entoado logo após o fim da obra do anjo que traz o sétimo flagelo (TM, 432). Se os acontecimentos de Apocalipse 18 a 20 estiverem em ordem cronológica, como parece ser o caso, o hino do cap. 19:1 a 7 é cantado em relação direta com os acontecimentos da segunda vinda de Cristo. Só não é possível determinar com certeza se isso ocorre no mesmo momento ou pouco antes de Seu retorno. Pode-se entender que o contexto aponta para o ato de louvor logo antes do surgimento de Cristo(cf.v.11).
B. Uma como grande voz: Ver com. de Ap 11:15.
C. Numerosa multidão: Os habitantes do Céu e possivelmente os homens remidos desta Terra também (cf Ap 18:20). É possível que o hino de Apocalipse 19:1 a 7 seja entoado em resposta ao chamado do cap.18:20.
D. Aleluia! Do gr. Allelouia, transliteração do hebraico halelu-Yah, “louvai a Yahweh” (ver com. de Sl 104:35), derivado de halal, “brilhar”, “gabar”, “celebrar” e “louvar”, e Yah, forma abreviada de Yahweh. Assim como outra palavra hebraica, “amém”, “aleluia” entrou para a língua portuguesa praticamente sem modificações. As quatro ocorrências do termo em Apocalipse 19 (v.1,3,4,6) são os únicos exemplos de seu uso no NT.
Os v. 1 a 7 consistem em um arranjo antifonal de vozes, composto de dois coros litúrgicos e duas respostas: (1) nos v. 1 a 3,uma grande voz do Céu conduz o tema do cântico, atribuindo honra e justiça a Deus por ter punido Babilônia; (2) no v. 4, os “anciãos” e os “seres viventes” respondem em afirmação; (3) no v. 5, uma voz do trono convoca todos os súditos leais do universo a reconhecer em conjunto a verdade do tema;(4) nos v. 6 e 7, o universo inteiro se une em aclamação ao direito divino à soberania universal. Este hino de louvor está em contraste com a elegia fúnebre dos aliados de Babilônia (Ap 18:10-19).
O tema deste cântico antifonal de louvor é semelhante ao do Salmo 24:7 a 10, o qual também é composto por dois coros litúrgicos e duas respostas. Essa forma de cântico responsivo foi usada pela primeira vez durante a procissão triunfal que marcou o retorno da arca para Jerusalém (PP, 708) e, séculos depois, na ressurreição (PE, 187) e na ascensão (DTN, 833; PE,190,191).
E. A salvação: No grego, assim como na ARA, cada uma das virtudes atribuídas a Deus neste versículo é precedida pelo artigo definido. Isso sugere a plenitude, a soma total de cada atributo. A "salvação” de Apocalipse 12:10 refere-se, de maneira específica, à salvação do “acusador de nossos irmãos”; aqui, a salvação é da Babilônia mística (ver com. de Ap 16:17). A primeira se refere ao que foi realizado no primeiro advento; já esta, àquilo que se fará no segundo.
F. Glória: Ver com. de Mt 6:13; Rm 3:23.
G. Honra (ARC): Evidências textuais (cf.p. xvi) atestam a omissão desta palavra.
H. Poder: Ver com. de Mt 6:13; 28:18.
I. Senhor (ARC): Evidências textuais (cf.p.xvi) atestam a omissão desta palavra.
2 porque verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande prostituta que corrompia a terra com a sua prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos."
A. Porquanto ou porque: O v. 2 justifica a aclamação de louvor feita no v. 1.
B. Verdadeiros: Isto é, genuínos, reais, confiáveis (ver com. de Ap 15:3).
C. Justos: Ver com. de Ap 15:3; 16:1,5. Deus não cometerá erros em Seus atos de juízo. Ele levará em conta todos os fatos.
D. Juízos: Literalmente,“[atos de] juízo” (ver com. de Ap 16:7). Aqui, sem dúvida, a referência é aos sete últimos flagelos, de modo geral, e ao julgamento da Babilônia mística, em particular (ver com. de Ap 17:1; 18:4, 10).
E. Julgou: O grego especifica um único ato concluído.
F. Grande prostituta ou meretriz: Ver com. de Ap 17:1,5.
G. Corrompia: Ou, "estava corrompendo". Sua conduta criminosa abrangeu um longo período (ver com. de Ap 17:2, 6).
H. Sua prostituição: Ver com.de Ap 17:2.
I. Vingou: Ou, “naquilo que ele vingou". O julgamento é a vingança (ver com. de Ap 18:6,20).
J. O sangue dos Seus servos: Ver com.de Ap 6:9,10; 16:6; 17:6.
3 E disseram pela segunda vez: "Aleluia! E a sua fumaça sobe para todo o sempre."
A. A sua fumaça sobe: Ver com. de Ap 18:8,9.
B. Pelos séculos dos séculos ou para todo o sempre: Ver com.de Ap 14:11.
4 Os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes se prostraram e adoraram a Deus, que está sentado no trono, dizendo: "Amém! Aleluia!"
A. Anciãos: Ver com.de Ap 4:4.
B. Seres viventes: Ver com.de Ap 4:6-8.
C. Prostraram-se: Comparar com Ap 4:10.
D. Sentado no trono: Ver com. de Ap 4:10.
E. Amém! Ver com. de Mt 5:18.
5 E do trono saiu uma voz, que dizia: "Louvem o nosso Deus, todos vocês, os seus servos, todos os que o temem, os pequenos e os grandes."
A. Do trono: Esta é a voz do próprio Deus ou de alguém falando por Ele (ver com. de Ap 16:17).
B. Louvores: Literalmente, "continuar louvando”. A reação a este convite é o coro de vozes dos v.6,7.
C. Os Seus servos: Ver com. de Ap 1:1.
D. Os que: Ou, “inclusive vós”, “vós que temeis”, equivalente a “vós, os Seus servos”.
E. Temeis: No sentido de contrição reverente(ver com. de Ap 11:18).
F. Os pequenos e os grandes: Comparar com Ap 11:18.
6 Então ouvi o que parecia ser a voz de uma grande multidão, uma voz como de muitas águas e como de fortes trovões, dizendo: "Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso.
A. Ouvi: Comparar com Ap 1:2.
B. Uma como: Ou, “o que parece ser”.
C. Voz: Ver com. de Ap 14:2.
D. Como de: Ou melhor, “inclusive como a voz”, nos dois casos em que a expressão ocorre no v.6.
E. Muitas águas: Comparar com Ap 14:2.
F. Aleluia! Ver com. do v. 1.
G. Reina: Literalmente, “reinou", no sentido de que Ele “começou a reinar". Foi no fim do juízo investigativo, mas antes de Cristo sair do santíssimo, que Ele recebeu o reino e começou a reinar como "Rei dos reis"(PE,280;GC,428;cf.PE,55).
H. Todo-Poderoso: Ou, "onipotente"(ver com, de 2Co 6:18; Ap 1:8).
7 Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque chegou a hora das bodas do Cordeiro, e a noiva dele já se preparou.
A. Alegremo-nos: A experiência interior do coração.
B. Exultemos: A expressão externa resultante da emoção interior de alegria. A exultação provém de um coração transbordante de felicidade por Cristo finalmente reinar (cf. Ap 18:20).
C. Glória: Este é o auge da expressão de agradecimento e devoção.
D. São chegadas ou chegou a hora: Ou,“[finalmente] chegou”, isto é, o evento já ocorreu quando este anúncio é feito (ver abaixo no com. sobre “bodas”; cf.com. do v. 1).
E. Bodas: A “a noiva, a esposa do Cordeiro”, é “a santa cidade, Jerusalém” (Ap 21:2,9,10). A nova Jerusalém será a capital da nova Terra. Por isso, é representante do “reino do mundo”, que “se tornou de nosso Senhor e do Seu Cristo” (Ap 11:15; 21:1-5; GC, 426).A nova Jerusalém conterá o jardim do Éden, no qual a árvore da vida foi preservada (ver Ap 22:1, 2; cf.PP,62; GC,299,646-648). As bodas mencionadas aqui se referem a Cristo, recebendo Seu reino, representado pela Nova Jerusalém e a Sua coroação como Reis dos reis e Senhor dos senhores no Céu, no fim de Seu ministério sacerdotal antes do derramamento das pragas (PE, 55,251,280,281;GC,427,428;ver com. de Ap 17:14).
G. Cordeiro: Ver com. de Ap 5:6.
H. Já se ataviou ou já se preparou: João continua seu relato figurado usando a linguagem de um casamento oriental antigo (sobre os costumes ligados a esta ocasião, ver com. de Mt 22:1-13; 25:1-10; Jo 2:1-10).
8 A ela foi permitido vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro." Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos.
A. Pois lhe foi dado ou permitido: João anuncia Jerusalém simbolicamente como a esposa (ver com. do v. 7). Dando continuidade à imagem, ele fala das vestes que ela traja.
B. Linho finíssimo: Figura de um caráter reto (cf. Ap 3:5; 6:11; ver com. de Ap 3:18; cf.com. de Ap 22:14).
C. Resplandecente: Literalmente, “esplêndido", brilhante e resplendente como a luz de uma lâmpada. A mesma palavra é traduzida por “aparatoso”(Lc 23:11) e por “brilhante"(Ap 22:16).
D. Puro: Tradução literal do termo original.
E. Atos de justiça: Do gr. dikaiōmata, “atos de justiça”, não dikaiosunē, “caráter justo”(ver com. de Mt 5:6; Rm 3:20). Os atos de justiça consistem no resultado natural e inevitável de um caráter justo. Dikaiōmata se aplica, de maneira especial, aos atos santificados do cristão, sua vida vitoriosa desenvolvida pela graça da habitação interior de Cristo (ver com. de Gl 2:20; Tg 2:17,18,20; sobre a veste nupcial da parábola do homem sem a roupa das bodas, ver com. de Mt 22:11; comparar com Mt 5:48; ver PJ, 315-317).
9 Então o anjo me disse: — Escreva: "Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro." E acrescentou: — São estas as verdadeiras palavras de Deus.
A. O anjo: O mesmo do v. 10.
B. Escreve: Ver com. de Ap 1:2,11
C. Bem-aventurados: Ou, “felizes” (ver com.de Mt 5:3).
D. Chamados: Isto é, convidados para a festa das bodas (ver com. de Mt 22:14; Rm 8:28).
E. Ceia: Do gr. deipnon, a refeição da noite. A “ceia das bodas do Cordeiro” ocorre no fim do longo dia da Terra (ver com. de Mt 22:1-14).
F. Cordeiro: Ver com. de Ap 5:6.
G. Estas: Isto é, as palavras de convite.
H. As verdadeiras palavras: Literalmente,“[as] genuínas”. O convite é absolutamente confiável; é possível confiar nele.
10 Prostrei-me diante dos seus pés para adorá-lo. O anjo, porém, me disse: — Não faça isso! Sou um servo de Deus, assim como são você e os seus irmãos que guardam o testemunho de Jesus. Adore a Deus! Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia.
A. Prostrei-me: Gesto oriental típico de reverência e adoração. Neste caso, trata-se de uma expressão de alegria e gratidão profundas, pois a ceia das bodas é a celebração do triunfo sobre as forças do mal, que tentaram impedir justamente esse acontecimento. Essa foi a primeira vez que João reagiu assim à mensagem de um anjo, representando a profundidade do sentimento que foi despertado nele.
B. Não faças isso: Comparar com At 10:26.
C. Conservo ou um servo de Deus: Literalmente, “escravo companheiro", “servo companheiro”. Que privilégio os obreiros dedicados da Terra poderem desfrutar a companhia dos anjos celestes e serem seus coobreiros!
D. Dos teus irmãos: Isto é, servo junto com teus irmãos. Alguns interpretam esta designação como evidência de que o enunciador deveria ser membro da família celestial, alguém como Enoque, Elias, Moisés ou um dos santos que ressuscitaram com Cristo. Contudo, não há evidências diretas nas Escrituras de que um ser humano trasladado tenha assumido o papel de anjo, como aqui, para revelar a verdade a seus companheiros (cf. PE, 231).
E. O testemunho de Jesus: Ver com. de Ap 1:2; 12:17.
F. Espírito da profecia: Sobre a palavra "profecia”, comparar com o termo “profeta”(Mt 11:9). O Espírito Santo foi enviado para dar testemunho de Jesus (Jo 15:26), e Seu testemunho equivale ao de Cristo em pessoa. O espírito da profecia é um dos dons do Espírito (ver com. de 1Co 12:10; Ef 4:11; sobre a manifestação desse dom em meio ao povo de Deus nos últimos dias (ver com.de Ap 12:17).
11 Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e combate com justiça.
A. Aberto: Literalmente, “permanecendo aberto”. O Céu se abriu assim que a atenção de João foi dirigida para ele, e permaneceu dessa maneira (comparar com Ap 4:1;11:19;15:5). Acompanhado pelos exércitos de anjos que há no Céu (Ap 19:14), Cristo évisto descendo de lá como Rei dos reis(v.16),em poder e majestade, para livrar Seu povo fiel daqueles que tramam sua destruição (cf.GC,641).A cena relatada nos v. 11 a 21é o clímax da “peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso", que costuma ser chamada de batalha do Armagedom (ver com. de Ap 16:14;cf.T6,406).
B. Eis: Comparar com Ap 21:5.
C. Cavalo branco: Nos tempos da Bíblia, os cavalos eram usados quase que exclusivamente para a guerra ou para negócios do governo. Quando mencionados de maneira figurada na Bíblia, como é o caso desta passagem, o cavalo em geral é símbolo de batalha (cf. Êx 15:21; Is 43:17;Jr 8:6;Ez 38:15;Zc 10:3; Ap 14:20; ver com. de Ap 6:2).
O branco simboliza santidade de caráter (ver com. de Ap 3:4; 6:2; 7:14).Os cavalos brancos sempre foram os favoritos de reis e líderes militares. Cristo recebeu o direito de governar esta Terra como Rei dos reis (ver com. de Ap 19:1,7) e então aparece, de maneira figurada, como um guerreiro, que cavalga na posição de conquistador, montado em um magnífico cavalo branco para ocupar o domínio que é Seu por direito e conduzir Seu povo fiel de volta à “ceia das bodas” (v. 9; ver com. de Ap 11:15;comparar com Is 63:1-6).
D. Fiel e Verdadeiro: É importante lembrar que os nomes orientais descrevem o caráter (ver com. de At 3:16). Portanto, os nomes atribuídos a Cristo aqui O representam, de maneira específica, em Seu papel de herói de Seu povo sofrido na Terra. São feitas quatro declarações relativas ao nome de Cristo em conexão com a batalha de Apocalipse 19:11 a 21:
1. Cristo é chamado de “Fiele Verdadeiro" (v. 11) porque agora vem, segundo Sua promessa (Jo 14:1-3), para livrar os Seus. Para eles, parece que Jesus adiou Sua vinda (ver com. de Ap 16:15), mas aguardaram por Ele, que surge com o propósito de efetuar sua salvação (Is 25:9; cf. Ap 16:17).
2. O "nome escrito que ninguém conhece, senão Ele mesmo" (v. 12), representa o papel até então desconhecido que Ele então assume de vingador de Seu povo (ver com. de Ap 16:1).Na realização desta “obra estranha”(Is 28:21),Ele desempenha uma função nova tanto para os seres humanos quanto para os anjos.
3. Mas, no papel de vingador e libertador de Seu povo, Ele continua a ser “o Verbo de Deus" (v. 13). É "o Verbo de Deus" em ação, efetuando a vontade do Pai na Terra, então em juízo, assim como anteriormente fora em misericórdia (ver com. de Jo 1:1-3; Ap 19:15).
4. O título “Rei dos reis e Senhor dos senhores" (v. 16) se aplica a Cristo nesta ocasião, de maneira especial (ver com. de Ap 17:14). Todo poder Lhe foi colocado nas mãos (1Co 15:25). Em seu egoísmo, Satanás desejara a posição exaltada que fora reservada para Cristo, em Seu papel de Filho de Deus (Is 14:12-14; Ap 12:7-9;PP, 36).Mas este, não considerando a igualdade com o Pai algo a ser alcançado, abdicou voluntariamente do exercício pleno dos atributos e das prerrogativas da Divindade por um tempo (ver vol. 5,p. 1014; ver com. de Fp 2:6-8), demonstrando, assim, Sua qualificação para receber a honra e a dignidade implícitas no título “Rei dos reis e Senhor dos senhores”.
E. Julga e peleja ou combate: Executa o juízo por meio da guerra. A peleja é contra as forças políticas e militares da Terra, que haviam se reunido para destruir Seus servos fiéis (ver com.de Ap 13:15;16:13,14,16,17).
F. Com justiça: Sua causa é totalmente justa (ver com. de Ap 15:3; 16:5). Ao longo da história, os governantes terrenos travaram guerras por motivos egoístas e para o engrandecimento pessoal ou nacional (comparar com Is 11:1-5).
12 Os seus olhos são como chama de fogo; na cabeça dele há muitos diademas; tem um nome escrito que ninguém conhece, a não ser ele mesmo.
A. Os Seus olhos: Ver com. de Ap 1:14. À medida que avança Cristo, o grande defensor da justiça eterna, nada escapa a Sua observação.
B. Diademas: Do gr. diadēma (ver com.de Ap 12:3). Na Bíblia, diadēma nunca se refere à recompensa dos santos. É sempre uma alusão à coroa da realeza. Além das muitas coroas reais que Cristo recebe como Rei dos reis, Ele também usa a guírlanda da vitória, stephanos, uma vez que Ele derrotou Satanás (ver com. de Ap 12:3; 14:14).
C. Um nome: Ver com. do v.11;cf. com.de Ap 2:17.
13 Está vestido com um manto encharcado de sangue, e o seu nome é "Verbo de Deus".
A. Manto: Do gr.himation (ver com.de Mt 5:40). Talvez a referência aqui seja à capa de um cavaleiro ou ao casaco de um comandante militar.
B. Tinto de sangue: De maneira figurada, é claro. Pergunta-se de quem são as manchas de sangue no manto do cavaleiro. Alguns sugerem que se trata de um símbolo do sangue derramado pelo próprio Cristo na cruz, pressupondo que não pode ser o sangue dos ímpios, uma vez que, neste ponto da narrativa, ainda não foram mortos. No entanto, Jesus figura aqui não no papel de “Cordeiro como tendo sido morto" (Ap 5:6), mas, sim, de guerreiro vencedor. A extraordinária semelhança entre esta passagem e a de Isaías (Is 63:1-6) sugere que este episódio corresponde ao cumprimento das palavras do profeta do AT.
C. Seu nome: Ver com.do v. 11.
D. Verbo de Deus: Ver com. de Jo 1:1. Ao executar a justiça divina sobre aqueles que persistem em rebelião contra o governo do Céu, Cristo é tão verdadeiramente o “Verbo de Deus” quanto no primeiro advento, quando veio à Terra com a graciosa oferta de misericórdia divina. Em ambas as ocasiões, Sua vinda consiste na expressão da vontade de Deus.
14 Os exércitos do céu o seguiam, montados em cavalos brancos e vestidos de linho finíssimo, branco e puro.
A. Exércitos: Isto é, as hostes angelicais que acompanham Cristo no segundo advento (ver Mt 24:31;25:31;ver com.de Ap 17:14;cf.Mt 22:7).
15 Da sua boca sai uma espada afiada, para com ela ferir as nações. Ele mesmo as regerá com cetro de ferro e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso.
A. Da Sua boca: A espada é obviamente figurada. Pela palavra do Senhor, a Terra e seus habitantes vieram a existir (SI 33:6, 9) e agora, por palavra de Sua boca, Ele põe fim à existência deles (ver Ap 19:20, 21).
B. Espada: Do gr. rhomphaia (ver com. de Ap 1:16), uma grande arma de ataque usada por soldados da antiguidade, em contraste com machaira, espada curta, de apunhalar, usada como defesa (ver com. de Le 22:36; comparar com Jr 46:10).
C. Ferir: Literalmente, "ferir [de uma vez por todas|".
D. Regerá: Do gr. poimainð, literalmente "pastorear"(ver com. de Mt 2:6). A expressão "e Ele as regerá" seria mais bem traduzida por "isto é, governará sobre elas", pois a ferida e a regência ou governo se referem à mesma coisa.
E. Cetro de ferro: Ou "vara" (ARC; ver com de Ap 2:27; cf Sl 2:9; 110:1,2,6). A vara dos pastores antigos tinha dupla função. A extremidade curvada servia para auxiliar e guiar as ovelhas; já a extremidade metálica do outro lado continha uma tampa ou um anel de metal para fortalecer a vara (ou cajado), que a transformava em uma arma de ataque. Era usada para proteger o rebanho, para afastar e matar animais selvagens que o dispersariam e destruiriam. Agora é a hora para o Bom Pastor usar seu "cetro de ferro" contra as nações, a fim de livrar Seu perseguido rebanho na Terra. Ao governar ou ferir as nações com um cetro de ferro, Ele as extermina, em vez de governar sobre elas durante o milênio, como defendem alguns.
G. Lagar: Ver com. de Is 63:3; Ap 14:19,20, nos quais a mesma imagem é explicada em maiores detalhes (comparar com Lm 1:15).
H. Do furor da ira: Ou melhor, "que é o furor da ira" (ver com. de Ap 16:1).
I. Todo-Poderoso: Ver com. de Ap 1:8.
16 No seu manto e na sua coxa está escrito um nome: "Rei dos reis e Senhor dos senhores ".
A. Manto: Ver com. do v. 13.
B. E na Sua coxa: Preferivelmente, "isto é, sobre sua coxa." O nome foi visto escrito na parte do manto que cobria a coxa.
C. Um nome: Ver com. do v. 11.
D. Reis dos reis: Ver com. de Ap 17:14; cf Ap 19:6.
17 Então vi um anjo posto em pé no sol. Ele gritou com voz forte, dizendo a todas as aves que voam pelo meio do céu: — Venham, reúnam-se para a grande ceia de Deus,
A. Posto em pé no sol: É possível que a luz ofuscante do sol nesta passagem represente a luz gloriosa da presença divina (cf 2Ts 2:8,9; Ap 6:15-17). Logo, o anjo que fez o desafio de Apocalipse 19:17 estaria em pé ao lado de Cristo, assim como o escudeiro, nas batalhas antigas, posicionava-se junto a seu senhor.
B. Aves: Este convite às "aves" adverte às hostes reunidas dos ímpios quanto ao destino que logo lhes sobreviria (ver com. de Ap 16:15-17). Ele é expresso na fraseologia oriental vívida de um desafio a um combate pessoal (cf 1 Sm 17:44-46). Ser devorado por aves de rapina era uma das maldições pela desobediência pronunciadas por Moisés em seu discurso de despedida do povo de Israel (Dt 28:26). A fraseologia de João em Apocalipse 19:17,18 parece baseada nas palavras de Deus às nações pagãs da Terra (ver Ez 39:17-22; cf. Jr 7:32,33).
C. Ceia: A repugnante alternativa a comer da ceia das bodas do Cordeiro (v.9) é ser comido pelas aves de rapina na "grande ceia de Deus". Aqueles que não aceitam voluntariamente o gracioso convite divino para estar presentes na primeira devem responder a Seu chamado obrigatório de comparecer na segunda.
18 para comer carne de reis, carne de comandantes, carne de poderosos, carne de cavalos e seus cavaleiros, carne de todos, quer livres, quer escravos, tanto pequenos como grandes.
A. Carnes: Literalmente, "pedaços de carne" (cf com. de Ap 17:16).
B. Reis: As nações confederadas da Terra, agindo conjuntamente sob supervisão direta de Satanás disfarçado de anjo de luz (cf com. de Ap 16:14,16,17; 17:12,14).
C. Comandantes: Referência aos líderes no comando das forças militares reunidas para executar o desígnio satânico nas cenas finais do grande conflito.
D. Poderosos: Forças armadas organizadas, treinadas e equipadas.
E. Carnes de cavalos: O restante do v. 18 é uma vívida figura de linguagem que retrata a destruição total de todas as forças do mal por ocasião da segunda vinda de Cristo (cf Ap 6:15; 14:17-20; 16:21).
F. Quer livres, quer escravos: Comparar com Ap 13:16.
19 E vi a besta e os reis da terra, com os seus exércitos, reunidos para fazer guerra contra aquele que estava montado no cavalo e contra o seu exército.
A. A besta: Ver com. de Ap 17:3,8,11.
B. Reis da terra: Ver com. de Ap 16:14,16; 17:12-14.
C. Os seus exércitos: Por fim, foram reunidos para guerrear num amargo conflito entre eles mesmos (ver com. de Ap 16:17,19).
D. Congregados ou reunidos: Ver com. de Ap 16:14,16.
E. Pelejarem: Ou fazerem "guerra" (ARC). Literalmente, "a guerra", isto é, "a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso", que costuma ser chamada de batalha do Armagedom (ver com. de Ap 16:14).
F. Aquele que estava montado: Vef com. do v. 11.
G. O Seu exército: Comparar com "fiéis que se acham com ele" (Ap 17:14; cf com. de Ap 16:12; 19:14).
20 Mas a besta foi presa, e com ela foi preso o falso profeta que, com os sinais feitos diante da besta, seduziu aqueles que receberam a marca da besta e eram os adoradores da sua imagem. Os dois foram lançados vivos dentro do lago de fogo que queima com enxofre.
A. A besta: Ver com. de Ap 17:3, 8.
B. Aprisionada: Ou, "capturada”. A etapa da batalha após Cristo aparecer é rápida e dramática, pois logo no início a “besta” e o “falso profeta” são capturados (ver com. de Ap 16:17,19).
C. Falso profeta: Isto é, o protestantismo apostatado, iludido por Satanás, tornando-se um cooperador dele (ver com. de Ap 13:11-17;16:14). "Profeta” é alguém que fala em lugar de outro (ver com. de Mt 11:9). Este “profeta" fala em lugar da primeira besta, após a cura de sua “ferida mortal” (ver com. de Ap 13:12; 17:8), a fim de convencer o mundo a se unir em lealdade a ela.
D. Sinais [...] seduziu: Ver com. de Ap 13:13,14;16:14;17:2;18:2,3,23.
E. Marca da besta: Ver com. de Ap 13:16;cf. Ap 14:9; 16:1.
F. Imagem: Ver com. de Ap 13:14; 14:9.
G. Lago de fogo: Ou, “o lago que é fogo”. De imediato, esta expressão conduz a mente do leitor para a expressão idêntica em Apocalipse 20:10. Tal igualdade parece promover a conclusão de que ambas se referem ao mesmo evento, a saber, a destruição dos ímpios ao fim do milênio. Todavia, isso traz um problema. O cap. 19 trata de eventos claramente relacionados à segunda vinda de Cristo. Por isso, afirmar que o lago de fogo mencionado no cap. 19:20 alude a um acontecimento do fim do milênio é deslocar o versículo de sua sequência contextual. Sempre é melhor, quando possível, encontrar uma explicação que permite a qualquer frase manter sua sequência histórica dentro de uma passagem das Escrituras. No que se refere a Apocalipse 19:20, isso é possível com base na premissa razoável de que acontece um juízo com fogo da parte da Deus tanto no início quanto no encerramento do milênio. Não há inconsistência, nem contradição em falar sobre um lago de fogo no começo e outro no fim do milênio.
Acerca desse assunto, Tiago White escreveu: “Portanto, há dois lagos de fogo; um em cada ponta do período de mil anos”(RH,21/01/1862).
21 Os outros foram mortos com a espada que saía da boca daquele que estava montado no cavalo. E todas as aves se fartaram das suas carnes.
A. Os restantes ou outros: Ou, "o resto", isto é, todos os habitantes da Terra com exceção dos remidos.
B. Espada: Ver com. do v. 15.
C. Daquele que estava montado: Ver com. do v. 17.
D. Todas as aves: Ver com. do v. 17.
Referências:
Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia: Filipenses a Apocalipse, Volume 07. CPB, Tatuí, SP. 2014.
