- Na abertura do sétimo selo.
- Sete anjos recebem sete trombetas.
- Quatro deles tocam sua trombeta, e grandes pragas sobrevêm.
- Outro anjo oferece incenso com as orações dos santos sobre o altar de ouro.
- Na abertura do sétimo selo.
- Sete anjos recebem sete trombetas.
- Quatro deles tocam sua trombeta, e grandes pragas sobrevêm.
- Outro anjo oferece incenso com as orações dos santos sobre o altar de ouro.
1 Quando o Cordeiro quebrou o sétimo selo, houve silêncio no céu durante quase meia hora.
A. Sétimo selo: Apocalipse 6 relata a abertura dos seis primeiros selos, de um total de sete. O cap. 7 é um parêntese, pois interrompe a abertura dos selos para mostrar que Deus tem um povo verdadeiro, que conseguiria resistir aos terrores retratados (ver com. de Ap 6:17). Então, a visão volta para a abertura dos selos.
B. Silêncio no céu: Em contraste com os acontecimentos especuladores que sucedem a abertura dos outros selos, um silêncio aterrador paira após a abertura do sétimo selo. Tal silêncio recebe pelo menos duas explicações. Alguns defendem que este silêncio no Céu, depois dos eventos terríveis que ocorrem na Terra pouco antes da segunda vinda (Ap 6:14-16), é causado pela partida das hostes celestiais, que deixam a corte do Céu para acompanhar Cristo à Terra (ver Mt 25:31).
Outra perspectiva explica que este silêncio no Céu se deve à aterradora expectativa. Até aqui, as cortes celestiais foram retratadas como repletas de cânticos e louvor. Então, tudo fica quieto, na silenciosa expectativa das coisas prestes a acontecer. compreendido dessa maneira, o silêncio do sétimo selo forma uma ponte entre a abertura dos selos e o toque das trombetas, pois sugere que, com o sétimo selo, a revelação ainda não está completa. Há mais para ser explicado a respeito da programação divina de eventos no grande conflito (ver com. do v. 5).
C. Meia hora: Alguns intérpretes compreendem esta informação com base na fórmula de tempo profético segundo a qual um dia representa um ano literal (ver com. de Dn 7:25). Segundo essa fórmula, "meia hora" corresponderia a uma semana literal. Outros argumentam que não há provas claras nas Escrituras para considerar tempos proféticos inferiores a um dia inteiro e preferem compreender que "cerca de meia hora" significa tão somente um curto período não especificado.
2 Então vi os sete anjos que estão (acham) em pé diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas.
A. Vi: Ver com. de Ap 4:1.
B. Os sete anjos: Embora não tenha mencionado estes anjos antes, João pressupõe que a identidade deles já está consolidada por meio da declaração de que são "os sete anjos que se acham em pé diante de Deus".
C. Que se acham (estão) em pé diante de Deus: Ou, permanecem em pé.
D. Sete trombetas: Nesta visão, os sete anjos tocam as trombetas para anunciar a iminência de juízos divinos (ver com. dos v. 5, 6).
3 Veio outro anjo e ficou em pé junto ao altar, com um incensário de ouro, e lhe foi dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que está diante do trono.
A. Outro anjo: Ou seja, que não faz parte do grupo de sete anjos com trombetas.
B. Altar: Comparar com Êx 30:1-10.
C. Incensário de ouro: Comparar com Lv 10:1.
D. Muito incenso: Ver Êx 30:34-38.
E. Com as orações: A imagem é a de um anjo colocando incenso junto às orações dos santos, à medida que estas ascendem ao trono de Deus. A cena retratada pode ser interpretada como símbolo da ministração de Cristo por Seu povo (ver Rm 8:34; 1Jo 2:1). Jesus atuando como intercessor, aplica Seus méritos às orações dos santos, as quais, por isso, se tornam aceitáveis a Deus.
4 E da mão do anjo subiu à presença de Deus a fumaça do incenso, com as orações dos santos.
A. Fumaça do incenso: Ver com. do v. 3.
5 Então o anjo pegou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o atirou à terra. E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto.
A. Encheu-o do fogo do altar: Ocorre uma mudança súbita na cena de intercessão. Outro anjo enche o incensário de brasas, mas não coloca incenso.
B. E o atirou à terra: O significado deste ato é importante para o entendimento do que acontece em seguida, quando as trombetas são tocadas. Duas interpretações podem ser sugeridas.
De acordo com um primeiro ponto de vista, a interrupção do ministério do anjo no altar de incenso simboliza o fim da ministração de Cristo pela raça humana; o fim do tempo da graça. As vozes, os trovões, os relâmpagos e o terremoto que se seguem, quando o anjo atira o incensário à Terra, referem-se a eventos que ocorrerão no final da sétima trombeta, após a abertura do templo (Ap 11:19), e na sétima praga, quando, do templo, uma voz declara: "Feito está!" (Ap 16:17).
Outro ponto de vista interpreta Apocalipse 8:3-5 em sua relação lógica com os selos e as trombetas, em vez de cronológica. Essa perspectiva concorda com a anterior na ideia de que o ministério do anjo no altar de incenso representa a intercessão de Cristo por Seu povo ao longo da era cristã. Contudo, enfatiza que as orações dos santos sobem, e interpretam que tais preces correspondem à dos mártires, reveladas no quinto selo: "Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?" (Ap 6:10). Além de ser a oração dos mártires, este também é o clamor de todos os filhos de Deus que sofreram os horrores retratados quando os selos foram abertos. Assim, quando as orações (Ap 8:3) são compreendidas no contexto dos selos, o ato do anjo de atirar à Terra um incensário em chamas, sem incenso dentro, pode ser entendido como símbolo de que tais preces estavam sendo respondidas. Os santos sofredores recebem uma resposta temporária, pois são instruídos a esperar até que o número de mártires estivesse completo (Ap 6:11). Então chega a real resposta a suas orações. A ira de Deus contra os perseguidores de Seu povo não ficaria contida para sempre. Ela é enfim derramada e sem o benefício da intercessão de Cristo. As trombetas seriam o retrato de tais juízos. Essa segunda abordagem procura unir os selos e as trombetas, afirmando que as trombetas seriam a resposta divina aos acontecimentos relacionados aos selos.
C. Vozes: Ver Ap 11:19; 16:18.
6 Então os sete anjos que tinham as sete trombetas se prepararam para tocar.
A. Sete anjos: Ver com. do v. 2.
B. Sete trombetas: Ver com. do v. 2. Há diversos pontos de vista que buscam interpretar a sucessão de cenas que ocorrem após o toque das trombetas.
Um deles se baseia no pressuposto de que, como o simbolismo do v. 5 aponta para o fim da intercessão de Cristo, os acontecimentos seguintes representariam, logicamente, os juízos de Deus derramados sobre a Terra após o fim do tempo da graça. De acordo com essa abordagem, tais juízos são paralelos às sete últimas pragas (Ap 16). Os defensores desta perspectiva apontam para determinados aspectos de cada trombeta que se assemelham a características de cada uma das pragas.
De acordo com outro ponto de vista, as sete trombetas não devem ser analisadas de maneira cronológica, mas como símbolos da resposta divina às orações do povo sofredor de Deus ao longo de todas as eras. Em outras palavras, esta interpretação vê as trombetas como garantia divina aos santos perseguidos de que, a despeito de guerras, pragas, fomes e morte que possam enfrentar, Ele não perde o controle do mundo. Em vez disso, continua julgar e a punir os ímpios (ver com. do v. 5).
A perspectiva favorecida pelos adventistas do sétimo dia é de que as trombetas retomam, em grande medida, o período da história cristã abrangido pelas sete igrejas (Ap 2-3) e pelos sete selos (Ap 6; 8:1), enfatizando os acontecimentos políticos e militares mais marcantes desse período. Esses eventos serão discutidos abaixo, nos comentários sobre cada uma das trombetas.
7 O primeiro anjo tocou a trombeta, e houve granizo e fogo (saraiva de fogo) misturados com sangue, e foram atirados à terra. Então foi queimada a terça parte da terra, foi queimada a terça parte das árvores, e também toda a erva verde foi queimada.
A. Saraiva e fogo/granizo e fogo: A imagem retratada nesta passagem é de uma grande tempestade de granizo, misturada com relâmpagos, que lembra a sétima praga do Egito (Êx 9:22-25).
B. Terra: No nível da vegetação, a terra é o alvo específico deste flagelo (Ap 16:2). O flagelo é visto como representativo da invasão do império romano pelos visigodos sob a liderança de Alarico. Essa foi a primeira das incursões teutônicas ao império romano, as quais desempenharam um importante papel em sua queda final. A partir de 396 d.C., os visigodos dominaram a Trácia, Macedônia e Grécia, na parte oriental do império. Posteriormente, atravessaram os Alpes e saquearam a cidade de Roma, em 410 d.C. Também saquearam boa parte do território que hoje é a França até se estabelecerem na Espanha.
C. Terça parte: Esta fração ocorre várias vezes no Apocalipse (ver v. 8, 9, 11, 12; Ap 9:15, 18; 12:4; cf. Zc 13:8, 9). É provável que signifique uma parte substancial, mas não a maioria.
D. Toda erva verde: A gravidade da chuva é dramatizada pelo quanto destruiu a vegetação da Terra.
8 O segundo anjo tocou a trombeta, e uma espécie de grande montanha em chamas foi atirada ao mar. Uma terça parte do mar se transformou em sangue,
A. Como que: Ao que tudo indica, uma montanha em chamas é a representação mais próxima que João encontrou para retratar o que acontecia diante de seus olhos. A imagem de uma "montanha ardendo em chamas" ocorre na literatura apocalíptica judaica. No AT, o profeta Jeremias caracteriza Babilônia como um "monte que [destrói], o qual se transformaria em "um monte em chamas" (Jr 51:25).
B. Mar: Juntamente com a vida que existe dentro e sobre ele, o mar é retratado como alvo especial deste juízo (Ap 16:3).
A catástrofe anunciada pela segunda trombeta é vista como sendo as depredações dos vândalos. Expulsos de suas moradas na Trácia, por ataques de hunos, da Ásia central, os vândalos migraram pela Gália (a atual França) e Espanha até a parte romana do norte da África, onde estabeleceram um reino em torno de Cartago. De lá, dominaram o Mediterrâneo ocidental, com uma frota de piratas que saqueavam as costas da Espanha, Itália e até mesmo a Grécia, e atacando navios romanos. O auge de suas depredações ocorreu em 455 d. C., quando pilharam a cidade de Roma por duas semanas.
C. Terça parte: Ver com. do v. 7.
D. Tornou em sangue: Este juízo lembra a primeira praga do Egito (Êx. 7:20). Na segunda praga (Ap 16:3), o mar "se torna em sangue como de morto". Sem dúvida, "sangue" aqui subentende extermínio humano em grande escala.
9 e morreu a terça parte das criaturas (viventes) do mar, e foi destruída a terça parte das embarcações.
A. Criação/criaturas: Do gr. ktismata, "coisas criadas". A palavra grega não envolve necessariamente vida, daí a explicação "que tinha vida" (ver Êx 7:21).
B. Vida: Do gr. psuchai (ver com. de Mt 10:28).
10 O terceiro anjo tocou a trombeta, e uma grande estrela, queimando como uma tocha, caiu do céu sobre a terça parte dos rios e sobre as fontes das águas.
A. Uma grande estrela... Caiu: Esta declaração é interpretada como uma descrição da invasão e das pilhagens dos hunos, sob a liderança do rei Átila, durante o 5° século. Entretanto na Europa, pela Ásia Central, por volta de 370 d. C., os hunos se estabeleceram primeiro no baixo Danúbio. Três quartos de século depois se mudaram mais uma vez e, por um breve período, devastaram várias regiões do cambaleante império romano. Eles atravessaram o Reno, em 451 d. C., mas foram detidos por uma aliança de tropas romanas e germânicas, em Chalons, no norte da Gália. Após uma curta temporada de saques na Itália, Átila morreu em 453 d. C., e os hunos em seguida desapareceram da história. A despeito da breve duração de seu domínio, os hunos foram tão vorazes em suas destruições que o nome deles entrou para a história como sinônimo de extermínio e destruição da pior natureza.
B. Terça parte: Ver com. do v. 7.
C. Rios: Este juízo recai sobre todas as fontes de água doce, em contraste com os corpos de água salgada afetados durante a trombeta anterior (v. 8; cf. Ap 16:4).
D. Tocha: Do gr. lampas; ver com. de Mt 25:1.
11 O nome da estrela é Absinto. E a terça parte das águas se transformou em absinto, e muitas pessoas morreram por causa dessas águas, porque se tornaram amargas.
A. Nome: Uma vez que o "nome" costuma indicar uma característica daquilo que designa, o nome da estrela pode ser considerado como descrição do juízo a sobrevir com esta trombeta (ver com. de At 3:16).
B. Absinto: Do gr. apsithos, uma erva bastante amarga, a Artemisia absinthium. Nesta passagem, as próprias águas se transformam em absinto.
12 O quarto anjo tocou a trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas, para que a terça parte deles escurecesse e uma terça parte do dia, e também da noite, ficasse sem luz (brilhasse).
A. Terça parte: Ver com. do v. 7.
B. Sol: Os corpos celestes são interpretados como representantes dos grandes luminares do governo romano ocidental: seus imperadores, senadores e cônsules. Com a morte do último imperador, em 476, começou a extinção de Roma ocidental. Posteriormente, o senado e o consulado também chegaram ao fim.
C. Na sua terça parte, não brilhasse (ficassem sem luz): A ideia parece ser de que os corpos celestes seriam atingidos durante um terço do tempo de seu brilho, não de que um terço deles seriam ferido para que brilhasse com dois terços de seu esplendor. Assim, um terço dia (sol) e um terço da noite (lua e estrelas) ficariam escuros. Aplicada a divisão do governo romano, a figura pode representar a extinção sucessiva dos imperadores, senadores e cônsules.
13 Então vi e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia com voz forte: — Ai! Ai! Ai dos que moram na terra, por causa do som das outras trombetas que os três anjos ainda vão tocar!
A. Vi: Ver com. de Ap 4:1. Esta interpretação temporária na sequência de trombetas chama atenção para as três últimas, que recebem o nome específico de "ais".
B. Uma águia: Pode-se conceber a águia como um presságio de destruição (ver Mt 24:28; cf. Dt 28:49; Os 8:1; Hc 1:8).
C. Meio do céu: Isto é, no zênite, para que todos possam ouvir sua mensagem.
D. Ai! Ai! Ai!: O ai é repetido três vezes por causa dos três juízos que ainda sobreviriam com o toque das três trombetas restantes. Cada um deles é chamado de "ai" (ver Ap 9:12; 11:14).
E. Dos que moram na Terra: Isto é, os ímpios (ver com. de Ap 3:10).
Referências:
Nova Almeida Atualizada @ Copyringt @ 2017 Sociedade Bíblica do Brasil. https://www.bibliaonline.com.br/naa/ap/8 (acesso em 10/09/2022).
Almeida Revisada Imprensa Bíblica. https://www.bibliaonline.com.br/aa/ap/8 (acesso em 11/09/2022).
Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia: Filipenses a Apocalipse, Volume 07. CPB, Tatuí, SP. 2014.
Curso de Apocalipse Avançado. https://www.youtube.com/watch?v=2OQFOBc4v3k&list=PLtT7fGpN_s4I3mV-Be5Le0nZaDwnBTeNV&index=9 (acesso em 11/09/2022).