- Um anjo sela na testa os servos de Deus.
- O número dos que foram selados das tribos de Israel.
- De todas as nações, uma multidão incontável se posiciona diante do trono, vestida de branco, com palmas nas mãos.
- Suas vestes foram lavadas no sangue do Cordeiro.
Em toda a Bíblia apenas os capítulos 7 e 14 de Apocalipse tratam do tema dos 144 mil selados. O capítulo 7 encontra-se entre a abertura do sexto selo (Ap 6) e a abertura do sétimo selo (Ap 8). Apocalipse termina falando dos eventos finais da história humana indicando a iminência da vinda de Jesus. Então surge a pergunta: “Por que chegou o grande dia da ira deles e quem é que pode suster-se?” (Ap 6:17).
Quando lemos Apocalipse 8:1, vemos a abertura do sétimo e último selo, que é própria volta de Cristo com todos os anjos (Mt 25:31). Nesta ocasião o céu estará em silêncio, vazio, por cerca de meia hora profética, ou seja, uma semana literal. Assim, o capítulo 7 responde a pergunta formulada no fim do capítulo 6, “quem poderá suster-se?”. Os 144 mil selados.
1. Depois disso, vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, segurando os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma.
A. Depois disto, vi quatro anjos: Depois. Ver com. de Apocalipse 4:1, sobre a relação entre os capítulos 6 e 7, ver com. de 6:17.
B. Vi: Ver com. de Ap 4:1.
C. Quatro anjos: Estes anjos representam agentes divinos no mundo, retendo as forças do mal até que a obra de Deus no coração dos seres humanos seja concluída e o povo do Senhor receba o selo na testa (ver com. de Ap 6:17).
D. Quatro cantos da terra: Comparar com Isaías 11:12; Ezequiel 7:2. Isto quer dizer que a terra inteira está ameaçada.
E. Quatro ventos da terra. Muitas vezes, nas Escrituras, os “quatro ventos” representam quatro pontos cardeais (Dn 8:8; Mc 13:27). Neste caso, os quatro ventos são forças destrutivas (v 3). É provável que o paralelo mais próximo seja encontrado em Daniel 7:2, texto em que eles parecem ser forças de conflito, do qual surgem grandes nações.
Como Apocalipse 7 parece uma resposta à pergunta final de Apocalipse 6 (ver com. de Ap 6:17), o segurar dos quatro ventos corresponderia a uma pausa temporária dos terrores retratados em Apocalipse 6, até que aqueles que devem permanecer firmes frente à tempestade estivessem preparados para isso.
À luz do grande conflito entre Cristo e Satanás, essas forças destrutivas representam esforços de demônios em espalhar ruína e destruição por toda parte. João viu quatro anjos; na verdade, muitos anjos se ocupam da tarefa de conter os desígnios do inimigo. Esses anjos seguram “o mundo [...]. Eles contêm os exércitos de Satanás até que o selamento do povo de Deus termine [...]. Recebem a obra de deter os poderes enraivecidos daquele que vem como um leão a rugir, buscando quem possa tragar”. Quando a obra de selamento for concluída, Deus dirá aos anjos: “Não combatam mais Satanás em seus esforços de destruição. Deixem-no operar sua malignidade nos filhos de desobediência, pois a taça de sua iniquidade está cheia”.
Quando os quatro anjos finalmente soltarem os ventos e deixarem de conter os desígnios maus de Satanás e “os ventos impetuosos das paixões humanas, ficarão às soltas todos os elementos de contenda. O mundo inteiro se envolverá em ruína mais terrível do que a que sobreveio a Jerusalém na antiguidade”.
F. Sobre a terra: Os três itens aqui mencionados - terra, mar e árvore - enfatizam a natureza universal da ameaça de destruição.
Os anjos na Bíblia são mensageiros de Deus (Mt 13:41; 2 Rs 19:35). Estes quatro anjos estão retendo os ventos para que não soprem sobre a terra. Na profecia, ventos simbolizam guerras e lutas por supremacia entre as nações (Dn 7:2; Jr 4:11-13; 25:31-34). Deus não permitirá que os poderes do mal façam sua obra de morte até que o povo de Deus tenha sido selado.
2. Vi outro anjo que subia do nascente do sol, tendo o selo do Deus vivo. Ele gritou com voz bem forte aos quatro anjos, aqueles que tinham recebido poder para causar dano à terra e ao mar,
A. Vi outro anjo: Isto é, além dos quatro que estavam segurando os ventos (v 1).
B. Do nascente do sol: Literalmente, “do nascente do sol”. Nos tempos antigos, o leste era o ponto orientador da bússola. As direções eram calculadas do ponto de vista de alguém voltando para o leste (Êx 3:1). Foi dessa direção que Ezequiel viu a glória de Deus entrando no templo (Ez 43:2-5). O sinal do Filho do Homem aparecerá no oriente (Mt 24:30). Portanto, a direção da qual o anjo vem pode indicar que o mensageiro celestial foi enviado por Deus.
Alguns preferem a versão literal, "do nascente do sol" e acreditam que a ênfase não está no local, mas na maneira, ou seja, a chegada do anjo é semelhante ao sol nascendo em seu esplendor (ver com. de Ap 16:12).
C. Selo do Deus vivo: Desde a antiguidade remota, os selos, no Oriente Médio, eram usados como assinaturas de hoje. Eles comprovavam a autoria do documento, indicavam a quem pertencia o objeto sobre o qual estava impresso, ou protegiam itens como baús, caixas e túmulos, impedindo que fossem abertos ou violados.
A ideia de Deus colocar uma marca sobre o Seu povo remonta à visão de Ezequiel, do homem “com um estojo de escrevedor” que recebeu a ordem de marcar “com um sinal a testa dos homens que suspiram e gemem por causa de todas as abominações que se cometem no meio” de Jerusalém (Ez 9:2-4). A imagem do selamento também é aplicada a outras circunstâncias. Paulo relacionou com a experiência de se receber o Espírito Santo durante a conversão e o batismo (2 Co 1:22; Ef 1:13; 4:30). Jesus declarou que Ele próprio fora selado pelo Pai, sem dúvida, em referência à confirmação que recebeu do Pai, por meio do Espírito Santo por ocasião de Seu batismo (ver com. de Jo 6:27).
O simbolismo do selamento encontra um interessante paralelo no pensamento escatológico judaico. Um dos Salmos de Salomão declara, a respeito dos justos: “A chama de fogo e da ira contra os injustos não os tocará, quando irromper da face do Senhor contra os pecadores para destruir toda sua substância, pois a marca de Deus estará sobre os justos para que sejam salvos. Fome, espada e peste (estarão) distante dos justos”. Portanto, os judeus entendiam que a marca sobre os justos os afastaria dos perigos na época da vinda do Messias.
De maneira semelhante, esta visão aponta para um selamento do povo de Deus que os preparará para resistir aos terríveis períodos de aflição que antecederão o segundo advento (ver com. de Ap 7:1). Assim como nos tempos antigos, o selo sobre um objeto revela a quem pertence. Logo, o selo de Deus sobre Seu povo proclama que Ele os reconhece como Seus (2 Tm 2:19).
A marca colocada sobre os servos fiéis de Deus é “o puro sinal da verdade”, Seu “selo aprovador”. Comprova a “semelhança a Cristo em caráter. “O selo de Deus, a prova ou sinal de Sua autoridade, é encontrado no quarto mandamento (Ez 9:4; Ez 20:12; 19 e 20).
D. Deus vivo: Ver com. Apocalipse 1:18.
3. dizendo: — Não danifiquem nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até marcarmos (selarmos) com um selo a testa (fronte) dos servos do nosso Deus.
A. Até selarmos/Marcarmos: Ver com. do verso 2.
B. Na fronte: Na visão, João provavelmente viu uma marca literal afixada. Essa marca representa a qualificação do caráter (ver com. de Ez 9:4; 2 Tm 2:19).
C. Os servos do Deus vivo: Do gr. douloi, “escravos”. Os selados são servos de Deus, e o selo sobre eles comprova que são verdadeiramente propriedade do Senhor.
4. Então ouvi o número dos que foram marcados com selo. Eram cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel.
A. Ouvi o número dos que foram selados: A informação foi transmitida oralmente a João. A profecia não conta se, desta vez, ele viu o grupo dos selados.
B. Cento e quarenta e quatro mil: Há dois pontos de vista a respeito desse número: Que é literal e (2) que é simbólico.
Os defensores da literalidade argumentam que o total pode estar ligado a um sistema como o usado na contagem dos cinco mil que foram alimentados de maneira milagrosa, no qual somente os homens são incluídos, deixando de fora as mulheres e crianças (Mt 14:21).
Aqueles que defendem o caráter simbólico do número destacam que a visão é claramente simbólica. Assim como os outros símbolos não devem receber uma interpretação literal, este também não. Muitos estudiosos da Bíblia consideram o número doze, sem dúvida, por causa das doze tribos de Israel (Êx 24:4; 28:21; Lv 24:5; Nm 13; 17:2; Js 4:9; 1 Rs 4:7; 18:31; Mt 10:1; Ap 12:1; 21:12, 14, 16, 21; 22:2). A repetição de doze vezes o número doze mil (Ap 7: 5-8) pode sugerir que o principal objetivo dessa passagem não é revelar o número preciso dos selados, mas sim, mostrar sua distribuição entre as tribos do Israel espiritual.
Os 144 mil são apresentados aqui como aqueles que conseguem "suster-se'' em meio aos terríveis acontecimentos que precedem a segunda vinda (ver com. de Ap 6:17). Eles têm o “selo do Deus vivo” (Ap 7:2) e são protegidos num período de destruição universal, como aqueles que possuíam a marca na visão de Ezequiel (Ez 9:6). Receberam a aprovação do Céu, pois João os vê depois com o Cordeiro no monte Sião (Ap 14:1). Eles são considerados sem mácula e sem mentira na boca (Ap 14:5). João os ouve entoar um cântico que “ninguém pôde aprender” (Ap 14:3). São chamados de “primícias para Deus e para o Cordeiro” (Ap 14:4).
Há diferentes opiniões quanto a quem, dentre a última geração de santos, fará parte dos 144 mil. A falta de informações mais específicas, necessárias para se chegar a conclusões finais em relação a certos pontos, levou alguns a darem ênfase não em quem são os 144 mil, mas no que eles são, no tipo de caráter que Deus espera que possuam e na importância de se preparar para pertencer a essa multidão daqueles que não têm mácula. O conselho a seguir pode ser oportuno: "Não é da vontade de Deus que entrem em conflito sobre questões que não ajudarão espiritualmente, como quem compõe o grupo dos 144 mil. Sem sombra de dúvida, os eleitos de Deus terão essa informação dentro de pouco tempo.
C. Todas as tribos dos filhos de Israel: Doze tribos são alistadas aqui (v 5-8), mas a relação não é idêntica às encontradas no AT (Nm 1:5-15; Dt 27:12,13; Gn 35:22-26; 49:3-28; 1 Cr 2:1,2). As listas do AT costumam começar com Rúben, ao passo que esta inicia com Judá, talvez porque Cristo veio da tribo de Judá (Ap 5:5). No AT, Levi nem sempre é incluído como tribo, embora, é claro, seja alistado com filho de Jacó. Sem dúvida, isso acontecia porque Levi não recebeu herança entre as tribos (ver com. de Js 13:14). Aqui, a tribo de Levi é contada, mas não a de Dã. Para contar Levi e manter o número doze foi necessário omitir uma das tribos, já que José se dividiu em duas tribos, a saber, Efraim (provavelmente chamada de “José”, em Ap 7:8 e Manassés. Talvez Dã tenha sido excluída por causa de sua reputação de ter se envolvido em idolatria (Jz 18:30, 31).
D. Israel: Deve-se compreender que os israelitas selados pertencem ao Israel espiritual, aos crentes em Cristo (Rm 2:28,29; 9:6, 7; Gl 3:28, 29; 6:16; 4:28; 1 Pe 1:1; ver com. de Fp 3:3). O Israel espiritual, segundo o simbolismo bíblico, também é representado dividido em doze tribos, pois as doze portas da nova Jerusalém têm o nome das doze tribos de Israel (Ap 21:12).
5. Da tribo de Judá foram marcados com selo doze mil; da tribo de Rúben, doze mil; da tribo de Gade, doze mil;
6. da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da tribo de Manassés, doze mil;
7. da tribo de Simeão, doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da tribo de Issacar, doze mil;
8. da tribo de Zebulom, doze mil; da tribo de José, doze mil; da tribo de Benjamim foram marcados com selo doze mil.
9. Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestes brancas, com ramos de palmeira nas mãos.
A. Depois destas coisas: Ver com. de Ap 4:1.
B. Vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar. Desde o início da era cristã, os comentaristas discordam quanto à relação entre esta multidão e os 144 mil. São defendido três pontos de vista principais.
O primeiro argumenta que os 144 mil e a "grande multidão" (Ap 7:9) descrevem o mesmo grupo, mas sob condições diferentes, e que os v. 9 a 17 revelam a verdadeira identidade dos 144 mil. De acordo com essa abordagem, os v. 1 a 8 retratam o selamento dos 144 mil a fim de prepará-los para suportar os horrores que antecedem a vinda do Messias, ao passo que os v. 9 a 17 os mostram depois disso, se regozijando diante do trono de Deus, em paz e triunfo. Aqueles que defendem essa perspectiva acreditam que as aparentes diferenças entre a descrição da "grande multidão" e dos 144 mil não são diferenças, mas explicações: o fato de a "grande multidão" não poder ser contada subentende que o número 144 mil é simbólico, em vez de literal. Como a multidão é formada por pessoas de todas as nações, não só de Israel, como os 144 mil, eles compreendem que o Israel dos 144 mil não é literal, mas espiritual, englobando todas as nações de gentios.
O segundo ponto de vista enfatiza as diferenças entre os 144 mil e a "grande multidão". Um é contável, o outro não. Um representa um grupo especial, as "primícias para Deus e para o Cordeiro", "os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá" (Ap 14:4), ao passo que outro faz referência ao restante dos santos triunfante de todas as eras.
A terceira perspectiva identifica a "grande multidão" com todo o grupo de remidos, que incluí os 144 mil.
C. Trono: Ver com. de Ap 4:2.
D. Cordeiro: Ver com. de Ap 5:6.
E. Vestiduras brancas: Ver com. de Ap 6:11; cf. Ap 7:13.
F. Palmas/Palmeira: Elas simbolizam regozijo e vitória (ver Jo 12:13).
10. E clamavam com voz forte, dizendo: "Ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação."
A. Ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação: A multidão incontável reconhece que Deus e o Cordeiro a redimiram. O sentido do original está bem claro nesta tradução. O louvor tanto a Deus quanto ao Cordeiro é uma evidência significativa da igualdade entre os dois (ver com. de Ap 5:13).
B. Que Se assenta: Ver com. de Ap 4:2.
11. Todos os anjos estavam em pé rodeando o trono, os anciãos e os quatro seres viventes, e diante do trono se prostraram sobre o seu rosto, e adoraram a Deus,
A. Anciãos: Ver com. de Ap 4:4. Embora várias cenas tenham se passado desde o cap. 4, o cenário geral ainda é o mesmo.
B. Quatro seres viventes: Ver com de Ap 4:6.
C. Prostraram: Ver Ap 5:8.
12. dizendo: "Amém! O louvor, a glória, a sabedoria, as ações de graças, a honra, o poder e a força sejam ao nosso Deus, para todo o sempre. Amém!"
A. Amém! Ver com. de Ap 5:14.
B. Louvor: Aqui se encontra uma doxologia sétupla (ver com. de Ap 5:12, 13). Mais uma vez, assim como no cap. 5:8-14, encontra-se uma visão da vindicação de Deus e de Cristo. Por meio do testemunho dos salvos, as hostes celestiais se lembram de novo de que Deus é sábio e justo. Elas O adoram com louvor, glória, ações de graças e honra.
13. Um dos anciãos tomou a palavra e me perguntou: — Quem são e de onde vieram estes que estão vestidos de branco?
A. Um dos anciãos: Ver com. de Ap 4:4.
B. Tomou a palavra: Os anciãos exprimiram em palavras a pergunta que, sem dúvida, já passava pela mente de João.
C. Quem são: Pode-se questionar que grupo, os 144 mil (v.4) ou a "grande multidão" (v. 9), o ancião tem em mente. São defendidos dois pontos de vista a esse respeito:
A referência é aos 144 mil. Aqueles que concordam com essa perspectiva argumentam que João já conhecia a identidade da "grande multidão", pois declarou que ela era formada por "todas as nações, tribos, povos e línguas". Por isso, para a pergunta do ancião fazer sentido, dizem que ele deveria estar se referindo aos 144 mil.
A referência é à "grande multidão". Os defensores dessa abordagem destacam que, a partir do v. 9, abre-se uma cena totalmente nova na visão, e a referência à cena anterior não seria o caso, a menos que houvesse uma indicação específica. Também afirmam que a "grande multidão" não recebeu uma identificação mais clara do que os 144 mil. Por fim, chamam a atenção para o fato de que o ancião se refere àqueles "que se vestem de vestiduras brancas" e, no contexto, à "grande multidão" que assim é descrita (v. 9). Esse ponto de vista pode ser baseado no pressuposto de que a "grande multidão" compreende todos os remidos, inclusive os 144 mil, ou os remidos além desse grupo.
14. Respondi: — O senhor sabe. Então ele me disse: — Estes são os que vêm da grande tribulação, que lavaram suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro.
A. Da grande tribulação: Os defensores de que os v. 13-17 se aplicam aos 144 mil (ver com, do v. 13) entendem que a tribulação corresponde ao tempo de angústia que precederá o segundo advento de Cristo, mencionado em Daniel 12:1. Os que argumentam em favor da referência à grande multidão, nos v. 13-17, interpretam a "grande tribulação" de maneira mais genérica, simbolizando os vários períodos de tribulação que os santos enfrentaram ao longo dos séculos, ou, de maneira mais específica, à tribulação retratada pelos símbolos de Apocalipse 6 (cf. Mt 24:21; comparar com Ap 3:10).
B. Lavaram suas vestiduras: É explicado o motivo para a pureza das vestiduras. Os santos não são triunfantes por si mesmos, mas por causa da vitória conquistada por Cristo na cruz (ver com. de Ap 6:11). A relação entre justiça e vitória, ambas simbolizadas por vestes brancas (ver com. de Ap 3:4; cf. Ap 1:5), é demonstrada nesta passagem. O conflito é contra o pecado; a justificação é a vitória; ao aceitar a Sua justiça, os pecadores se tornam, ao mesmo tempo, justos e vencedores.
15. Por isso, estão diante do trono de Deus e o adoram (servem) de dia e de noite no seu santuário. E aquele que está sentado no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo.
A. Razão por que/Por isso: A condição justa e vitoriosa deste grupo abençoado torna possível que seus integrantes permaneçam continuamente na presença de Deus. Caso suas vestiduras não fossem brancas, não poderiam ficar na presença divina.
B. Diante do trono: Ver com. de Ap 4:2. Este grupo permanece todo o tempo na presença de Deus. Eles têm a alegria de estar junto dAquele que os salvou.
C. O adoram/servem: O maior deleite dos salvos é fazer a vontade de Deus.
D. De dia e de noite: Ver com. de Ap 4:8.
E. Santuário: Do gr. naos, palavra que enfatiza a condição do templo como morada de Deus (ver com. de Ap 3:12).
F. Estenderá sobre eles o Seu tabernáculo: Do gr. skenoõ (ver com. de Ap 1:14). O ancião antevê as infindáveis eras da eternidade, ao longo das quais os salvos terão Deus de fato habitando no meio deles. Nunca mais serão privados da presença, do amparo e do favor divinos. Ficar sem a presença de Deus é perda completa; tê-lo habitando conosco é salvação eterna.
16. Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem qualquer outro calor forte,
A. Jamais terão fome: Este versículo parece fazer alusão a Isaías 49:10, que promete fartura aos que retornassem do exílio. Tal promessa terá seu cumprimento final na experiência do Isaque Espiritual.
17. pois o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima.
A. O Cordeiro: Ver com. de Ap 5:6.
B. No meio do trono: O Cordeiro é retratado como o mais próximo de todos ao trono de Deus (Ap 5:6).
C. Apascentará: Do gr. poimainõ, "pastorear" (ver com. de Ap 2:27). Embora em geral o cordeiro seja pastoreado, neste caso, o Cordeiro é o verdadeiro pastor (cf. Jo 10:11). Esta passagem pode refletir Is 40:11.
D. Fontes da água da vida: Sobre esta imagem, ver Jr 2:13; Jo 4:14; Ap 22:1.
E. Enxugará dos olhos toda lágrima: Esta figura de linguagem significa que, no mundo por vir, não haverá razão para lágrimas. Alguns interpretam esta figura de forma literal, entendendo que haverá uma ocasião para lágrimas por causa da ausência de pessoas queridas. Não se pode provar tal hipótese. Conclusões dogmáticas a esse respeito devem ser baseadas em mais do que uma expressão figurada.
REFERÊNCIAS:
1. Bíblia - Nova Versão Transformadora, Almeida Revista e Atualizada, Nova Almeida Atualizada e Almeida Corrigida Fiel. https://www.bibliaonline.com.br/
2. Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia: Filipenses a Apocalipse, Volume 07. CPB, Tatuí, SP. 2014.
3. Centro de Pesquisas Ellen G. White Título do Original: “Thoughts on Daniel and the Revelation” Escrito por Uriah Smith Publicado em português originalmente por: Publicadora Atlântico. 2014.