Capítulo 22

- Rio da água da vida (v 1).
- A árvore da vida (v 2).
- Deus é sua luz (v 5).
- O anjo rejeita adoração (9).
- Nada pode ser acrescentado ou retirado da Palavra de Deus (v 18).
1 E ele mostrou-me um rio puro de água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro.
A. Rio: O anjo havia mostrado o exterior da cidade para João (Ap 21:10) e agora chama atenção do apóstolo para algumas coisas em seu interior (comparar com a descrição do rio feita por Ezequiel, ver com. de Ez 47:1).
B. Claro como cristal "brilhante": Do gr. lampros, "brilhante", "resplendente" (comparar com o uso do termo em Lc 23:11; At 10:30; Ap 15:6; 19:8; 22:16).
C. Procedia do trono de Deus e do Cordeiro: Do trono. Comparar com Ez 47:1; Zc 14:8.

2 No meio da sua rua, e em cada lado do rio, havia a árvore da vida, produzindo doze tipos de frutos, e dava o seu fruto todo mês; e as folhas da árvore eram para a cura das nações.
A. Árvore da vida: Comparar com a “abundância de árvores” em Ezequiel (ver com. de Ez 47:7,12; sobre a árvore no jardim do Éden original, ver com. de Gn 2:9. A árvore é um símbolo de vida eterna da fonte de vida (comparar Ap 21:10 com PP, 62; GC, 645, 648).
Comentários do Espírito de Profecia
    Cristo, o Mestre celestial, guiará Seu povo até a árvore da vida, que cresce de cada lado do rio da vida, e Ele mesmo lhes explicará as verdades que nesta vida não puderam compreender. Naquela vida futura, Seu povo alcançará a educação superior, em sua plenitude. Os que entrarem na cidade de Deus receberão na fronte a coroa de ouro. Será essa uma cena jubilosa, a qual nenhum de nós pode correr o risco de perder. Lançaremos nossas coroas aos pés de Jesus, e muito repetidamente Lhe daremos glória, louvando Seu santo nome. Anjos se nos unirão nos cânticos de triunfo. Dedilhando suas harpas de ouro, encherão todo o Céu de rica música e hinos ao Cordeiro. — Nos Lugares Celestiais, 216 (Meditações Matinais, 1968; Visões do Céu, 123).

B. Doze tipos de frutos: Haverá abundância constante, suficiente para suprir todas as necessidades de vida dos salvos ao longo da eternidade (comparar com Ez 47:12).
C. Cura: Do gr. therapeia, “serviço”, “cura” e, às vezes, no coletivo, “servos da casa”. A palavra ocorre quatro vezes no NT (Mt 24:45; Lc 9:11; 12:42). Em grego clássico, therapeia assume sentidos variados: "serviço”, "criação”, “cuidado” (sobre a função da árvore da vida no Éden restaurado, ver, nas referências acima, com. sobre “árvore da vida”).

3 E não mais haverá maldição; mas o trono de Deus e do Cordeiro estará nela, e os seus servos o servirão;
A. Maldição: Do gr. katathēma, “coisa [ou `pessoa'] amaldiçoada”. Provavelmente, é importante diferenciar o termo de anathēma, maldição pronunciada como sentença sobre um objeto ou uma pessoa.
B. Trono: Isto sugere que Deus e Cristo reinarão na cidade, algo que se torna possível, pois não haverá nada amaldiçoado lá.
C. Servirão: Do gr. latreuō, “servir”, “adorar”, “ministrar”. A palavra se refere ao serviço normal, natural, espontâneo e é diferente de leitourgeō, termo que significa serviço oficial, serviço em um ofício designado (ver Êx 29:30).

4 e eles verão a sua face, e seu nome estará nas suas testas.
A. Eles verão a sua face "contemplarão": Expressão que denota um relacionamento íntimo com outra pessoa e confiança mútua (ver Sl 17:15; Mt 5:8; Hb 12:14; 1Jo 3:2; comparar com a experiência de Moisés, ver Êx 33:20-23).
B. Suas testas "fronte": Ou melhor, “sobre sua testa". O nome divino na fronte é símbolo de propriedade e autenticação. A total consagração dos santos numa vida de adoração a Deus é destacada neste versículo (ver com. de Ap 7:3; 13:16).
Até selarmos/Marcarmos: Ver com. do verso 2. Selo do Deus vivo: Desde a antiguidade remota, os selos, no Oriente Médio, eram usados como assinaturas de hoje. Eles comprovavam a autoria do documento, indicavam a quem pertencia o objeto sobre o qual estava impresso, ou protegiam itens como baús, caixas e túmulos, impedindo que fossem abertos ou violados. 
    A ideia de Deus colocar uma marca sobre o Seu povo remonta à visão de Ezequiel, do homem “com um estojo de escrevedor” que recebeu a ordem de marcar “com um sinal a testa dos homens que suspiram e gemem por causa de todas as abominações que se cometem no meio” de Jerusalém (Ez 9:2-4). A imagem do selamento também é aplicada  a outras circunstâncias. Paulo relacionou com a experiência de se receber o Espírito Santo durante a conversão e o batismo (2 Co 1:22; Ef 1:13; 4:30). Jesus declarou que Ele próprio fora selado pelo Pai, sem dúvida, em referência à confirmação que recebeu do Pai, por meio do Espírito Santo por ocasião de Seu batismo (ver com. de Jo 6:27).
    O simbolismo do selamento encontra um interessante paralelo no pensamento escatológico judaico. Um dos Salmos de Salomão declara, a respeito dos justos: “A chama de fogo e da ira contra os injustos não os tocará, quando irromper da face do Senhor contra os pecadores para destruir toda sua substância, pois a marca de Deus estará sobre os justos para que sejam salvos. Fome, espada e peste (estarão) distante dos justos”. Portanto, os judeus entendiam que a marca sobre os justos os afastaria dos perigos na época da vinda do Messias.
    De maneira semelhante, esta visão aponta para um selamento do povo de Deus que os preparará para resistir aos terríveis períodos de aflição que antecederão o segundo advento (ver com. de Ap 7:1). Assim como nos tempos antigos, o selo sobre um objeto revela a quem pertence. Logo, o selo de Deus sobre Seu povo proclama que Ele os reconhece como Seus (2 Tm 2:19).
    A marca colocada sobre os servos fiéis de Deus é “o puro sinal da verdade”, Seu “selo aprovador”. Comprova a “semelhança a Cristo em caráter. “O selo de Deus, a prova ou sinal de Sua autoridade, é encontrado no quarto mandamento (Ez 9:4; Ez 20:12; 19 e 20).
Na fronte: Na visão, João provavelmente viu uma marca literal afixada. Essa marca representa a qualificação do caráter (ver com. de Ez 9:4; 2Tm 2:19).
Os servos do Deus vivo: Do gr. douloi, “escravos”. Os selados são servos de Deus, e o selo sobre eles comprova que são verdadeiramente propriedade do Senhor.
A todos [...] faz: Todos os habitantes da Terra são afetados pela legislação. Só um remanescente fiel se recusa a obedecer (ver v. 8; cf. Ap 12:17).
Marca: Do gr. charagma,“impressão”, “estampa”. Deve tratar-se de um estandarte de lealdade, alguma característica especial expressando que aquele que a exibe adora a besta, cuja ferida mortal fora curada (v. 8). Os eruditos adventistas entendem que esta não é uma marca literal; em vez disso, consiste em um sinal de aliança que identifica o portador como alguém leal ao poder representado pela besta. A controvérsia nessa época girará em torno da lei de Deus, sobretudo, do quarto mandamento (ver com. de Ap 14:12). Logo, a observância ao domingo será o sinal, mas isso só ocorrerá quando o poder da besta for reavivado e a observância do domingo no lugar do sábado se tornar lei. Ao mesmo tempo, a terceira mensagem angélica soará fortemente em advertência contra o recebimento da marca (Ap 14:9-11). Essa mensagem, que crescerá até se tornar um alto clamor (Ap 18:1-14), esclarecerá as pessoas quanto às questões envolvidas. Quando tudo estiver claro diante das pessoas e, mesmo assim, escolherem seguir a instituição da besta, observando-a e desobedecendo ao sábado de Deus, elas mostrarão sua fidelidade ao poder da besta e receberão sua marca.
Mão direita [...] fronte/testa: A marca indicará que influencia não só a ação (a mão), mas também a crença (a fronte). A expressão também pode designar duas classes: aqueles que se submetem aos decretos da besta por conveniência e os que o fazem por convicção pessoal.

5 E ali não haverá noite, e eles não necessitarão de lâmpada, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus os ilumina, e eles reinarão para sempre e sempre.
A. Não haverá noite: Este versículo usa uma figura de linguagem para enfatizar a insignificância dos luminares criados diante da presença de Deus. Eles ficarão pálidos e serão reduzidos a nada na presença da glória da pessoa divina (ver com. de Ap 21:23).
A cidade não precisa do sol nem da lua: Os luminares não serão obrigatórios para iluminar a cidade. O brilho glorioso da presença de Deus proporcionará luz mais do que suficiente (Is 60:19,20). As coisas materiais não são indispensáveis no plano de Deus; em Sua presença, elas se envergonham (Is 24:23). A luz criada não consegue superar a glória não criada da presença divina.
B. Ilumina "brilhará sobre eles": Evidências textuais comprovam a variante “os iluminará”. Esta condição representa o restabelecimento e recomeço de relacionamentos harmoniosos, que haviam sido rompidos pelo pecado.
C. Reinarão: Comparar com Ap 5:10. Isto não significa que eles reinarão uns sobre os outros, nem sobre outros mundos. Em vez disso, é provável que se trate de uma figura representando a felicidade dos remidos. Eles não mais estarão sob o jugo opressor de algum poder que os persegue. Desfrutarão a liberdade e a fartura dos reis.

6 E ele disse-me: Estas palavras são fiéis e verdadeiras; e o Senhor, o Deus dos santos profetas, enviou o seu anjo, para mostrar aos seus servos as coisas que em breve hão de acontecer.
A. Fiéis e verdadeiras: Declaração de que as revelações de Deus são confiáveis e genuínas. A profecia apresentada pelo anjo é autêntica.
B. Dos santos profetas: Várias versões de textos ecléticos e críticos, ou sejam, reinterpretados apresentam como variante o Deus dos espíritos dos profetas. Enquanto que outras versões traduzidas de textos recebidos, dentre elas BKJ, ARC, ACF apresentam o texto como o Deus dos santos profetas.

7 Eis que eu venho rapidamente; abençoado é aquele que guarda as palavras da profecia deste livro.
A. Venho rapidamente "sem demora": O anjo cita Jesus. A referência é à segunda vinda (ver com. de Ap 1:1).
    As coisas que em breve devem acontecer: De uma maneira ou outra, a ideia de que os vários eventos preditos no Apocalipse aconteceriam num futuro próximo é declarada sete vezes no Apocalipse. “as coisas que em breve devem acontecer” (Ap 1:1; 22:6), “o tempo está próximo” (Ap 1:3) e “venho sem demora” (Ap 3:11; 22:7, 12, 20); referências indiretas à mesma ideia ocorrem em Ap 6:11; 12:12; 17:10). A resposta pessoal de João a essas declarações do breve cumprimento do propósito divino era: "Vem, Senhor Jesus!" (Ap 22:20). A iminência do retorno de Jesus é tanto explícita quanto implícita ao longo do livro.
    A segunda vinda de Cristo é o grande clímax do longo conflito entre Deus e Satanás que se iniciou quando Lúcifer desafiou o caráter e o governo de Deus. As declarações no Apocalipse e em outros livros sobre a iminência do retorno de Cristo devem ser compreendidas dentro do contexto desse grande conflito. Deus poderia ter aniquilado Lúcifer justamente quanto este, em impenitência obstinada, persistiu na rebelião. Mas a sabedoria divina adiou o extermínio do mal até que a natureza e os resultados do pecado se tornassem totalmente visíveis a todas as criaturas no universo. Em todos os diversos momentos críticos da história deste mundo, a justiça divina poderia proclamar "Está consumado!", e Cristo poderia vir para inaugurar Seu reino. Há muito tempo, Ele poderia ter colocado em execução os planos para a redenção deste mundo. No entanto, Deus ofereceu aos israelitas a oportunidade de preparar o caminho para Seu reino eterno na Terra quando eles se estabeleceram na terra prometida, e renovou essa oportunidade quando voltaram do exílio em Babilônia. Da mesma forma, Ele concedeu à igreja apostólica o privilégio de concluir a comissão evangélica. Outra oportunidade ainda foi renovada por ocasião do grande despertamento para a segunda vinda, no século 19. Em cada uma dessas ocasiões, o povo escolhido de Deus falhou ao não consumar o propósito divino e em não cumprir as condições requeridas.
    Apoiado em conselhos inspirados, o movimento Adventista, depois de 1844, esperava que Cristo voltasse em breve. Quando no fim do século, Jesus ainda não havia voltado, aqueles que esperavam o advento eram lembrados, repetidas vezes, que o Senhor já poderia ter voltado.
    Portanto, fica claro que, embora a segunda vinda de Cristo não se baseie em nenhuma condição, as repetidas declarações nas Escrituras de que se trata de algo iminente são condicionais. Elas dependem da reação da igreja ao desafio de terminar a obra do evangelho em sua geração. A Palavra de Deus, a qual declarou, séculos atrás, que o dia de Cristo “vem chegando” (Rm 3:12), não falhou.  Jesus teria vindo bem depressa caso a igreja tivesse realizado a obra que lhe fora designada. Ela não tem razão de aguardar o Senhor sem ter cumprido sua parte nas condições.
    Logo, as afirmações do anjo do Apocalipse a João, acerca da iminência da volta de Jesus, para findar o reino de pecado, devem ser compreendidas como uma expressão da vontade e propósitos divinos. Deus nunca quis adiar a consumação do plano da salvação, mas exprimiu Sua vontade de que o retorno do Senhor não tardasse muito.
    Essas declarações não devem ser compreendidas como a presciência divina de que haveria uma tardança, nem com base na perspectiva histórica do que aconteceu na trajetória do mundo desde então. Deus sabia que a vinda de Cristo demoraria mais de 2 mil anos. Quando enviou a mensagem à igreja por intermédio dos apóstolos, Ele a exprimiu nos termos de Sua vontade e de Seu propósito com relação ao evento, a fim de que Seu povo tivesse a consciência de que, no que se refere à providência divina, nenhuma demora era necessária. Portanto, as sete afirmações do Apocalipse sobre a iminência do retorno de Cristo devem ser interpretadas como a vontade e o propósito de Deus, como promessas condicionais, não como declarações baseadas na presciência divina. Sem dúvida, deve-se buscar a harmonia entre as passagens que exortam prontidão para o breve retorno de Cristo e aquela profecias de tempo que revelam que o dia do Senhor.
B. Abençoado "bem-aventurado": Mais uma das sete bem-aventuranças de Apocalipse (Ap 1:3; 14:13; 16:15; 19:9; 20:6; 22:14).
C. Guarda as palavras: Isto é, os vários conselhos e as diversas advertências do livro.

8 E eu, João, vi estas coisas e as ouvi. E, havendo-as ouvido e visto, prostrei-me para adorar diante dos pés do anjo que me mostrou estas coisas. 
A. Vi: A passagem diz, literalmente: “Eu João, aquele que viu e ouviu estas coisas".
B. Prostrei-me para adorar: Prostrei-me [...] para adorá-lo. Talvez para render homenagem, ato que o anjo rejeitou. A grandeza da visão deve ter sido completamente avassaladora para o profeta, fazendo-o se sentir humilde em extremo. Além disso, o anjo citara Jesus Cristo como se o próprio Senhor estivesse falando.

9 Então, ele me disse: Atenta para que tu não faças isso; porque eu sou teu conservo, e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus.
A. Conservo: Ver com. de Ap 19:10.
Conservo ou um servo de Deus: Literalmente, “escravo companheiro", “servo companheiro”. Que privilégio os obreiros dedicados da Terra poderem desfrutar a companhia dos anjos celestes e serem seus coobreiros!
B. Guardam as palavras: Comparar com Ap 19:10, texto em que aparentemente o mesmo grupo é descrito como “teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus”. As palavras deste livro são o testemunho de Jesus (ver com. de Ap 1:2).
O qual atestou a Palavra de Deus: Atestou - Do gr. martureõ, “testificar” ou “testemunhar”. João se classifica como uma testemunha que testifica de tudo aquilo que Deus lhe revelara. Palavra - Do gr. logos, “palavra”, “declaração”, “mensagem” (ver com. de João 1:1). De Deus - Isto é da parte de Deus ou falada por Deus. João faz referência à "Revelação de Jesus Cristo, que Deus Lhe deu (v. 1). A “palavra de Deus”, o “testemunho de Jesus” e “tudo o que viu” se referem à mesma coisa: a “Revelação” do (v. 1). Testemunho de Jesus Cristo:  Esta expressão indica que o Apocalipse é uma mensagem da parte de Jesus, ou sobre Ele (v. 1). O contexto favorece a primeira opção. Mas também, é claro que o livro faz as duas coisas.
    Os v. 1 e 2 ilustram a primeira e a quarta frases, bem como a segunda e terceira, são paralelas: "Revelação de Jesus Cristo"; "que Deus lhe deu"; "a palavra de Deus"; "o testemunho de Jesus Cristo". Quanto a tudo que viu: Palavras que exprimem comunicação e percepção visual ocorrem 73 vezes no Apocalipse. Percepção auditiva ocorre 38 vezes. O Apocalipse é um testemunho factual, ocular e auditivo daquilo que João viu, ouviu, enquanto estava em visão.
C. Adora a Deus: Ver com. de Ap 14:7.
Adorai: Do gr. proskuneo, "reverenciar", "adorar". A adoração a Deus contrasta com adoração à besta (Ap 13:8, 12) e sua imagem (v. 15). Na crise final, os habitantes da Terra serão chamados a fazer uma escolha, semelhante à dos três hebreus em Babilônia, entre a adoração ao Deus verdadeiro ou falsos deuses (Dn 3). A mensagem do primeiro anjo tem o objetivo de preparar as pessoas para a escolha correta e a permanecerem firmes ao momento crucial.

10 E ele disse-me: Não seles as palavras da profecia deste livro; porque o tempo está próximo.
A. Não seles: É o oposto da ordem dada a Daniel acerca de seu livro (ver com. de Dn 12:4). As mensagens de Apocalipse não deveriam ser seladas, uma vez que “o tempo está próximo”. Não era esse o caso nos dias de Daniel. A ordem para não selar é uma declaração negativa que diz, em essência: Publica as palavras da profecia deste livro, dando-lhes a maior visibilidade possível”.
B. O tempo está próximo: Ver com. do verso 7; Ap 1:1,3.

11 Aquele que é injusto, continue sendo injusto; e aquele que é impuro, continue sendo impuro; e aquele que é justo, continue sendo justo; e aquele que é santo, continue sendo santo.
A. Injusto: O versículo diz, literalmente: “Aquele que faz injustiça, deixe-o ainda na prática da injustiça; aquele que é imundo, deixe-o ainda cometendo imundícia; e o justo, deixe-o ainda praticar a justiça; e o santo, deixe-o ainda ser santo". Estas palavras se aplicam de maneira especial ao momento em que o futuro de cada indivíduo estiver irrevogavelmente definido. Tal decreto é feito no fim do juízo investigativo (ver com. de Ap 14:7). Alguns enxergam aqui uma aplicação mais ampla, comparando as declarações com as palavras de Cristo na parábola do joio e do trigo: “Deixai-os crescer juntos até à colheita" (Mt 13:30). Não se deve interferir no livre-arbítrio dos seres humanos. É permitido às pessoas viver conforme suas escolhas, para que seu verdadeiro caráter se torne aparente. Cada indivíduo de todas as eras deixará claro a que classe pertence quando ocorrer a segunda vinda de Cristo.
Juízo: Do gr. krisis, “ato de julgar", em contraste com krima, “sentença do julgamento” (ver com. de Ap 17:1). Os adventistas do sétimo dia entendem que este juízo começou em 1844 e é representado, em tipo, pela purificação do santuário terrestre (ver com. de Dn 8:14). A referência não é ao juízo executivo por ocasião da volta de Cristo, quando todos receberão a recompensa. Isso fica claro porque as três mensagens angélicas (Ap 14:6-12) precedem a segunda vinda de Cristo (v. 14). Além disso, a mensagem ligada ao juízo é acompanhada de um apelo e uma advertência, os quais revelam que o dia final ainda não chegou. Os seres humanos ainda podem se voltar para Deus e escapar da ira vindoura. Historicamente, a pregação de Guilherme Miller e seus companheiros de 1831 a 1844, sobre o fim dos 2.300 dias em 1844, pode ser considerada um marco do início da mensagem do primeiro anjo. Entretanto, a mensagem é válida desde então e continuará a ser até se encerrar a oportunidade de salvação.

12 E eis que eu venho rapidamente, e a minha recompensa está comigo, para dar a cada homem conforme a sua obra.
A. Venho rapidamente "sem demora": Ver com. do v. 7.
B. Recompensa "galardão": Do gr. misthos, "contratar", "salário”, “aquilo que é devido” (comparar com o uso da palavra em Mt 5:12, 46; 20:8; 2Pe 2:13).
C: Dar "retribuir": Do gr. apodidōmi, “pagar', “dispensar o que é devido”, “recompensar”.
C. Obras: Do gr. ergon, “ato realizado".

13 Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, o Primeiro e o Último.
A. O Alfa e o Ômega: Primeira e última letras do alfabeto grego, usadas para descrever o Senhor como o Criador de todas as coisas, o início e o final da revelação de Deus aos seres humanos (com. de Ap 1:8).
Alfa e Ômega: A primeira e última letras do alfabeto grego, mais ou menos equivalente à expressão “de A a Z”. Indica totalidade, abrangência e tem o mesmo sentido de “o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim” (Ap 22:13). Neste caso, quem fala é “o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir”, identificado no verso 4 como Deus Pai. Todavia, nos versos 11 e 18, a expressão “Alfa e Ômega” se refere claramente a Cristo, que também declarou ser “o Primeiro e o Último”. Em Apocalipse,  a expressão “Alfa e Ômega” se refere a Cristo, conforme evidencia o verso 16. Pai e Filho compartilham esses atributos atemporais.
B. O Primeiro e o Último: O desenrolar do plano da salvação, do princípio ao fim, depende de Cristo Jesus. Os três títulos deste versículo resumem as atividades de Cristo no processo de salvação da humanidade (com. de Ap 1:17).
O primeiro e o último: Ver comp. do v. 8 - Ao que parece, a expressão usada aqui remete a Isaías 44:6.
C. O Princípio e o Fim: Todas as coisas criadas devem a vida a Cristo; todas encontram seu fim no relacionamento com Ele (comparar com Cl 1:16,17).

14 Abençoados são aqueles que praticam seus mandamentos, para que eles tenham direito à árvore da vida, e possam adentrar pelos portões da cidade.
A. Abençoados "bem aventurados": Outra bênção sobre os fiéis (ver com. do v. 7).
B. Praticam seus mandamentos: Alguns manuscritos trazem “que lavaram as suas vestiduras”. Dos primeiros unciais, somente o Sinaítico e o Alexandrino contêm esta parte de Apocalipse, e ambos trazem “que lavam as suas vestiduras". A maioria dos manuscritos cursivos diz: "que guardam os Seus mandamentos". As versões antigas se dividem entre as duas versões, assim como as citações patrísticas. As duas orações são muito parecidas no grego e fica fácil entender como um escriba pode ter trocado uma pela outra, embora seja impossível saber ao certo qual foi a variante original. A transliteração a seguir mostra a semelhança:
- hoi poiountes tas entolas autou, "que guardam os Seus mandamentos".
- hoi plunontes tas stolas autōn, "que lavam as suas vestiduras”.
    As duas opções se adequam ao contexto e estão em harmonia com os ensinos de João em outras passagens (sobre a guarda dos mandamentos, ver Ap 12:17; 14:12; Jo 14:15,21; 15:10; 1Jo 2:3-6; sobre lavar as vestiduras, ver Ap 7:14, versículo em que se afirma que os santos “lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro"). Nosso direito ao Céu vem da justiça de Cristo imputada; nossa adequação ao Céu, à justiça de Cristo a nós concedida. Ambas são representadas pelas vestes lavadas. A evidência externa da justiça de Cristo transmitida é a submissão perfeita aos mandamentos de Deus. Logo, as duas ideias, as vestes lavadas e a obediência aos mandamentos, estão intimamente ligadas.
    À luz dos problemas de tradução aqui debatidos, é sábio basear os fundamentos da doutrina da obediência aos mandamentos de Deus em outras passagens das Escrituras que abordam a questão da obediência e que não recebem questionamentos de evidências textuais.
    A palavra grega para "vestiduras” é stolai, usada para se referir a roupas externas e largas, que caracterizavam um homem distinto (comparar com o uso do termo em Mc 12:38; 16:5; Lc 15:22; 20:46). A mesma palavra grega é usada para as vestes santas de Arão e seus descendentes (Ex 28:2; 29:21). A palavra “estola", em língua portuguesa, deriva de stole. Originalmente, “estola" designava uma vestimenta longa e solta que chegava até os pés; depois, passou a se referir a uma roupa eclesiástica de seda, usada em volta do pescoço e que pendia dos ombros.
C. Direito à árvore da vida: Do gr. exousia, "liberdade", "privilégio", "direito”. É privilégio e liberdade dos santos comer da árvore da vida e desfrutar a imortalidade com Jesus Cristo (ver com. do v.2).
D. Adentrar "entrem": Este é mais um privilégio. A nova Jerusalém será a capital da nova Terra (ver GC,676).

15 Porque ficarão de fora os cães, e os feiticeiros, e os devassos, e os assassinos, e os idólatras, e quem quer que ama e pratica a mentira.
A. Cães: Figura que representa uma pessoa vil, sem escrúpulos (ver com. de Fp 3:2).
Acautelai-vos dos cães. Literalmente, "tenham cuidado com os cães." O artigo definido indica um grupo definido de pessoas. A tripla repetição de "acautelai-vos" tem a intenção de enfatizar. Em cada caso, parece que Paulo se refere às mesmas pessoas. A descrição tripla cobre diferentes aspectos das mesmas atividades dos oponentes. No Oriente, em geral os cães não possuíam donos e perambulavam pelas ruas e campos. São considerados impuros pela lei levítica (com. de Lv 11:2-7), e chamar alguém de cão era uma forte expressão de ofensa (1Sm 17:43; 2Rs 8:13). Para os judeus, os pagãos eram como cães (ver com. de Mt 7:6; 15:26), e os gentios não demoravam em devolver o adjetivo. O termo descrevia os desavergonhados, indecentes, malignos, murmuradores, insatisfeitos e contenciosos. Paulo se refere a um partido bem conhecido de professos cristãos, os judaizantes. Embora Paulo não descreva os judaizantes detalhadamente, muitas características podem ser inferidas quando ele descreve as qualidades positivas opostas (Fp 3:3-11).
B. Feiticeiros: Sobre a categoria de pecadores listada aqui, ver com. de Ap 21:8.
Feiticeiros: Do gr. pharmakoi, “praticantes de magia”. O radical se refere basicamente à magia, ao encantamento, à feitiçaria e ao uso de substâncias químicas para produzir sensação de entorpecimento. Um equivalente moderno da antiga prática da feitiçaria é o espiritismo.”

16 Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para testificar-vos destas coisas nas igrejas. Eu sou a raiz e a descendência de Davie a brilhante Estrela da Manhã
A. Eu, Jesus: Jesus confere autenticidade às revelações registradas em Apocalipse (ver com. de Ap 1:1).
B. O Meu anjo: Ver com. de Ap 1:1.
Revelação de Jesus Cristo: Do gr. apokalupsis, "descerramento". Revelação de Jesus Cristo" pode ser considerado o título que João deu ao livro. Este título nega categoricamente a ideia de que o Apocalipse é um livro selado (cerrado) que não pode ser compreendido. Ele apresenta uma mensagem que Deus teve e tem o propósito de ajudar Seus servos na Terra a ouvir e guardar (v. 3). Eles só podem fazer isso se a compreendem.
Revelação feita por Jesus Cristo ou sobre Ele. Tanto no grego quanto no português, é possível entender que esta expressão significa uma revelação feita por Jesus ou sobre Ele. O contexto parece sugerir que a primeira interpretação é a principal neste caso, pois se trata de uma revelação "que Deus Lhe deu para mostrar aos Seus servos". Ao mesmo tempo, o segundo sentido não deve ser ignorado, pois este livro é, antes de tudo, uma revelação sobre Jesus Cristo e Sua obra celestial após a ascensão. Nesse sentido, o Apocalipse também pode ser entendido, como uma complementação aos evangelhos. Estes registram o ministério de Jesus na Terra, já o Apocalipse revela Sua obra em todo o plano da redenção (comparar com Ap 19:10; sobre os nomes Jesus e Cristo, ver com. de Mt 1:1).
Anjo: Do gr. angéllos, “mensageiro”. Muitas vezes, os anjos atuam como portadores das revelações divinas (Dn 8:16; 9:21; Lc 1:19, 26). Este é identificado como Gabriel ( ver com. de Lc 1:19).
C. A raiz e a descendência de Davi:  Ver com. de Ap 5:5.
Raiz de Davi: Título extraído de Isaías 11:1 e 10, que fala, literalmente, do “renovo” “das suas raízes” e da “raiz de Jessé”, o pai de Davi. Paulo aplica a última figura a Cristo, indicando que Ele é o segundo Davi (Rm 15:12). Davi foi o maior rei e herói militar de Israel. O conceito davídico do Messias era essencialmente o de um conquistador que restauraria o reino de Israel (Mt 21:9At 1:6). Embora Cristo não tenha restaurado um reino literal aos judeus, Sua vitória no grande conflito contra Satanás restaurou o reino em um sentido infinitamente mais elevado. Portanto, do ponto de vista da presente passagem, este título é o mais adequado.
Venceu para quebrar os sete selos e abrir o livro: Do gr. nikaõ, “conquistar”, “ser vitorioso”. O termo aponta diretamente para a vitória de Cristo no grande conflito contra Satanás, que é a base para Seu direito de abrir o livro. Uma vez que ninguém mais em todo o universo podia fazer isso (v. 3), Sua vitória é única. Um anjo não poderia tomar o lugar de Cristo, pois a questão básica do grande conflito é a integridade do caráter de Deus, expressa em Sua lei. Nenhum anjo ou ser humano seria capaz de realizar essa vindicação, pois eles são sujeitos à lei. Somente Cristo, que é Deus cujo caráter é expresso pela lei, poderia realizar tal vindicação do caráter divino. Esse é o fato central da visão de Apocalipse 5 (ver com. dos v. 9-13).
D. A brilhante Estrela da Manhã:  A imagem provavelmente foi extraída da profecia de Balaão (Nm 24:17; comparar com a referência de Pedro a Cristo como a “estrela da alva", 2Pe 1:19). As mensagens às igrejas de todas as eras não poderiam receber uma autenticação maior do que a expressa aqui.

17 E o Espírito e a noiva dizem: Vem. E aquele que ouve diga: Vem. E que aquele que tem sede, venha; e aquele que quiser, que tome gratuitamente da água da vida.
A: Espírito: O Espírito Santo, que concede energia à vida cristã dos fiéis, dá-lhes força para ter uma vida vitoriosa, vencer o diabo e enfrentar com segurança o período de angústia.
C. Dizem: Ou, “estão dizendo", "continuam dizendo".
D. Vem: A maioria dos estudiosos entende que esta é uma resposta à promessa de Jesus no v. 12, "eis que venho sem demora". Solicita-se a Cristo que Ele cumpra Sua promessa. Essa é ela é entender o chamado como um apelo ao mundo descrente, para aceitar o evangelho.
E. Aquele que ouve: O singular designa o indivíduo. As pessoas serão salvas individualmente, não como igrejas ou congregações. A salvação é estritamente pessoal. No NT, a palavra traduzida por "ouvir" (akouō) geralmente traz consigo o pensamento de ouvir de forma ativa, isto é, ouvir e obedecer à mensagem. Este é o sentido aqui. Somente aqueles que ouvem e aceitam a mensagem estão qualificados para repetir o chamado (ver com. de Mt 7:24).
F. Aquele que tem sede: O singular sugere que cada membro da igreja deve fazer seu clamor pessoal de boas-vindas, demonstrando publicamente seu ávido anseio pelo segundo advento e de que outros desfrutem as bênçãos de Cristo.
- Sede. Das coisas de Deus (Ap 21:6; ver com. de Mt 5:6).
- Venha. Exortação para cada pessoa necessitada se valer da promessa de Apocalipse 21:6.
G. Aquele que quiser: A oferta é universal. Ninguém é excluído da possibilidade de salvação. Cristo é a propiciação pelos pecados do mundo inteiro (1Jo 2:2). A falsa doutrina de que alguns são eleitos para a perdição é desmentida pela declaração do apóstolo (ver com. de Rm 8:29).
H. Tome gratuitamente "de graça": Ou, "gratuitamente".
I. Água da vida: Água da vida. Todo aquele que deseja herdar a imortalidade é convidado a se apropriar dela. A água viva é oferecida a todos (ver com.de Ap 21:6; Is 55:1-3).
Da água da vida: A passagem pode ser traduzida por: "da nascente daquela água que é vida em si mesma". Trata-se da promessa da imortalidade (ICo 15:53).

18 Porque eu testifico a todo homem que ouvir as palavras da profecia deste livro: Se algum homem lhes acrescentar alguma coisa, Deus lhe acrescentará as pragas que estão escritas neste livro;
A. Eu testifico: É Jesus quem está falando (ver v. 20). Seu testemunho deve ser aceito.
B. A todo homem: O relacionamento do ser humano com Deus e Sua mensagem é algo pessoal. É impossível aceitar a responsabilidade de outro nestas questões.
C. Que ouvir: Não se trata da referência ao mero som das palavras deste livro nos ouvidos de alguém; em vez disso, trata-se de uma alusão àquele que ouve e estuda o significado das mensagens (ver com. de Ap 1:3).
Aqueles que ouvem: Isto é os membros de cada igreja. A bênção que acompanhava a leitura do Apocalipse nas “sete igrejas” da província romana da Ásia alcança todos os cristãos que leem o livro com o desejo de adquirir uma compreensão mais perfeita das verdades por ele comunicadas.
D. As palavras da profecia deste livro: João fala de acréscimos ao livro do Apocalipse, embora o mesmo princípio se aplique a qualquer livro do cânon sagrado.
E. Se algum homem lhes acrescentar: Comparar com Dt 4:2; 12:32. Jesus autentica o livro do Apocalipse. Ele adverte contra mudanças deliberadas em sua mensagem.
F. Deus lhe acrescentará: Para ser justo, Deus não pode fazer nada além de retribuir a cada um conforme o que lhe é devido, em harmonia com suas obras.

19 e, se algum homem retirar alguma das palavras do livro desta profecia, Deus excluirá a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro.
A. Se algum homem retirar alguma das palavras: Aquele que tirar as palavras do Apocalipse terá a mesma culpa da pessoa que fizer acréscimos às palavras do livro (ver com. do v. 18).
B. Excluirá a sua parte do livro da vida: Neste caso, o culpado sofrerá três grandes perdas:(1) a perda da imortalidade, sofrendo, em consequência, a morte eterna; (2) a perda de qualquer participação na vida comum na cidade da nova Terra; e (3) a perda de todas as bênçãos e promessas do Apocalipse. A perda apresentada aqui é tão completa e esmagadora que nada nesta vida conseguiria compensá-la, nem mesmo remotamente.

20 Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente eu venho rápido. Amém. Assim seja: Vem, Senhor ­Jesus.
A. Aquele que testifica "dá testemunho": Isto é, Cristo. A referência específica é ao testemunho dos v. 18 e 19.
B. Certamente: Do gr.nai, termo de forte afirmação.
C. Venho rápido "sem demora": O Mestre ratifica a certeza e a iminência de Sua segunda vinda (ver com.de Ap 1:1; ver Ap 3:11; 22:7,12).
As coisas que em breve devem acontecer: De uma maneira ou outra, a ideia de que os vários eventos preditos no Apocalipse aconteceriam num futuro próximo é declarada sete vezes no Apocalipse. “as coisas que em breve devem acontecer” (Ap 1:1; 22:6), “o tempo está próximo” (Ap 1:3) e “venho sem demora” (Ap 3:11; 22:7, 12, 20); referências indiretas à mesma ideia ocorrem em Ap 6:11; 12:12; 17:10). A resposta pessoal de João a essas declarações do breve cumprimento do propósito divino era: "Vem, Senhor Jesus!" (Ap 22:20). A iminência do retorno de Jesus é tanto explícita quanto implícita ao longo do livro.
D. Amém!: Amém! Comparar com Ap 1:6,7,18; 3:14; 5:14; 7:12; 19:4 (sobre o significado do termo, ver com. de Mt 5:18). Provavelmente, foi o apóstolo quem falou "amém". Se for o caso, ele deve ser ligado à frase que se segue: “Amém! Vem, Senhor Jesus!"
E. Vem Senhor Jesus: Evidências textuais podem ser citadas para a variante “vem, Senhor Jesus Cristo”. Esta exclamação é a resposta de João ao testemunho de Jesus, o qual garante ao apóstolo que Ele vem sem demora (com. de Ap 1:1). Talvez, o apóstolo se lembrou daquela noite no cenáculo, mais de meio século antes, quando ouvira Jesus dizer “voltarei” (Jo 14:3), e do dia, algumas sema-anjos declararam: “Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como O vistes subir” (At 1:11). Em santa visão, ele recebe a última certeza de que seu bendito Senhor voltaria em breve. Essa garantia saiu dos lábios do próprio Mestre, a testemunha fiel e verdadeira. O coração do apóstolo se enche de alegria com as palavras e, com ansiosa expectativa, ele espera o dia em que veria seu bendito Senhor face a face, não mais em visão.

21 A graça de nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos vós. Amém.
A. A graça: Este versículo é uma bênção, que saiu do profundo do coração do apóstolo e se estende a todos que leem as palavras de suas visões. É semelhante à bênção que Paulo usava para concluir suas epístolas (ver Rm 16:24; 1Co 16:23; 2Co 13:14).As palavras formam um clímax adequado para o cânon das Escrituras, localizadas no fim da antologia dos livros sagrados conforme a conhecemos.
B. Nosso Senhor Jesus Cristo: Cristo (ARC).
C. Todos: Todos. Evidências textuais favorecem a variante “todos os santos”. Evidências textuais também podem ser citadas para a variante “os santos". A palavra “santos” ocorre com frequência ao longo de Apocalipse (ver Ap 5:8; 8:3,4; 11:18).



Referências:
Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia: Filipenses a Apocalipse, Volume 07. CPB, Tatuí, SP. 2014.